Por
trás da posse da terras e da biodiversidade também se move uma poderosa
indústria que, com um discurso “verde”, promete a manutenção das “benesses” do
desenvolvimento em um mundo pós-petróleo através do domínio de tecnologias que
incluem a engenharia genética, a biologia sintética e a nanotecnologia.
Fonte:
Brasil de Fato
De
acordo com o estudo canadense Quem controlará a economia verde?, do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e
Concentração (ETC), através da captura da matéria viva, denominada biomassa
(alimentos, têxteis, pastos, resíduos florestais, óleos vegetais, algas, etc),
os cientistas apostam na criação de produtos de alto valor, capazes de
substituir o petróleo na produção do plástico, dos combustíveis, de substâncias
químicas, fármacos, etc. Para isto, tudo que os governos e a sociedade devem
fazer é outorgá-los as patentes de gens, as terras e a biomassa.
Em
outras palavras, o estudo denuncia a gestação de um perverso modelo de sustentação
consumista, capaz de apropriar-se e industrializar praticamente todos os
recursos do planeta.
Segundo
o Grupo ETC, esta atividade já está criando novas alianças de poder empresarial
e os principais atores são as grandes empresas de energia (Exxon, BP, Chevron,
Shell, Total), farmacêuticas (Roche, Merck), agrícolas (Unilever, Cargill,
DuPont, Monsanto, Bunge, Procter & Gamble) e químicas (Dow, DuPont, BASF).
Todas empresas oriundas do hemisfério norte. Entretanto, os maiores depósitos
de biomassa terrestre e aquática estão no sul. Dados da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) afirmam que a biomassa florestal
cobre 9% da superfície terrestre, representando aproximadamente 600 bilhões de
toneladas de biomassa.
Deste
total, 68% se encontram no hemisfério sul, sendo 36% na América Central e Sul,
20% na África e 12% na Ásia. Aproximadamente 80% das florestas do mundo são de
propriedade e administração pública.
O
Brasil possui 120 milhões de hectares “fora do comércio”. Entretanto, o Rio de
Janeiro terá a primeira Bolsa Verde do país, uma iniciativa da Secretaria de
Estado do Ambiente, a Fazenda municipal e uma associação civil sem fins
lucrativos, a BVRio. Será o primeiro mercado de carbono do país, mas também
serão negociados efluentes industriais, reposição florestal e até lixo. A Bolsa
Verde deverá começar a operar em abril de 2012, às vésperas da Rio+20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário