A
crise econômica internacional e a consequente diminuição de gastos públicos na
saúde devem ser a principal preocupação da humanidade ontem (7), data que marca
a passagem do Dia Mundial da Saúde. A avaliação é do presidente do Conselho
Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, em entrevista ao programa
Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Agência
Brasil
“A
maior ameaça [à saúde no mundo] é o momento político. Em função de uma crise estrutural,
a saúde está cada vez mais ameaçada pela possibilidade de ser transformada
única e exclusivamente em mercadoria e não tratada como direito do ser humano”,
opinou Batista Júnior.
A
crise econômica diminui a oferta de emprego em outros países e restringe as
fontes de financiamento baseadas em descontos nos salários para custeio de
seguridade social. O presidente do CNS diz que se preocupa, especialmente, com
a situação dos países europeus que, em função de problemas de orçamento do
Estado, estão diminuindo o alcance das políticas de bem-estar social.
Para
ele, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em tempos de crise
internacional, é um trunfo brasileiro. “A reforma sanitária que levou ao SUS
foi pensada na lógica da saúde sendo um direito universal das pessoas; como
direito inalienável e inquestionável e não um bem a ser vendido do mercado”,
defendeu.
De
acordo com o especialista, o SUS “é o maior responsável pela melhoria da
qualidade de vida do Brasil”. Antes do sistema (previsto na Constituição de
1988), o país padecia com “diversas moléstias” e hoje tem uma “situação
sanitária de mais qualidade” e “com acesso a tecnologias de última geração”,
ressaltou.
O
presidente do CNS reconhece, no entanto, que o SUS não foi implementado integralmente.
“Está em desacordo com o que diz a legislação e a Constituição Federal”, disse
fazendo referência ao “subfinanciamento” e às “lacunas graves na prevenção”.
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