Por Leide Franco (@LeideFranco)
Dia
desses uma amiga veio me falar que um amigo nosso em comum está jogando flores
no jardim colorido dela. Fiquei feliz. Os dois são tão bons e tão do bem que se
merecem, mas ela acha que não. Aqui vou chamá-los de João e Maria, para
tornarem-se mais reais.
João
é o cara mais incrível que conheço. Maria, a mais inteligente. Um balanço
perfeito entre a razão e a emoção. Já disse a ela diversas vezes que quando eu
crescer, quero ser grande como ela.
Há
uma insegurança clara em Maria e um medo aterrorizador. Ela teme estragar
amizade de anos. João e Maria foram feitos um para outro, sim, eu acredito
nisso, mas ela não. Atordoada, ela tacou a seguinte pergunta: dou uma chance a
ele e corro todos os riscos ou deixo do jeito que está? Eu gosto dele, mas
gosto como amigo – frase clássica. Mas como saber se ela gosta diferente?
Missão
difícil essa minha. Por sorte ele ainda não me pediu ajuda, só relatou a
situação. Eu fico no meio dos dois. Querendo que essa história de um possível
amor só tenha um final feliz, independente do fim. Qualquer coisa que diga em
relação a essa relação pode ser bom ou ruim, ou ainda, nada pode acrescentar.
Eu e uma sinuca de bico.
Eu
disse a Maria que restavam três opções possíveis. A primeira é “vocês podem
tentar e viver felizes para sempre e eu ainda ser a madrinha disso tudo J”. Outra possibilidade é “tudo
pode começar extremamente bem e depois virar uma relação fraterna entre amantes”
e, por último, a mais comum: “o futuro promissor a dois pode se tornar em um
nada. Pode estragar tudo pela tentativa de transformar aliança de amizade em uma
aliança de amor homem e mulher, a mais delicada”.
Acho
que não ajudei muito...
Às
vezes é comum ficarmos confusos com nossos sentimentos, sem saber exatamente
qual o grau de amizade ou de amor romântico mantemos com pessoas consideradas
especiais. A dúvida é: somos somente amigos ou existe a chance de ir além? Acho
que o segredo é medir o grau de afinidade carnal.
Amizade
é o amor mais eterno que conheço. O amor pode de uma hora para outra passar. Vai
por morte natural ou inanição, e quase sempre deixa um cenário devastador. A
amizade pode ir, mas uma hora volta.
Alguns
homens são perfeitos para não casar, como também algumas mulheres. Se eles
forem do tipo que você olha no olho e só enxerga um irmão, é melhor não
arriscar. Maria e João são assim. Ela é a princesa que ele quer coroar. Torço
por isso na mesma medida que tenho medo, assim como Maria.
Nietzsche
diz que as mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para
manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia
física. Nietzsche estaria certo? Acho que nesse caso, não!
Já
o pessimista Oscar Wilde joga essa na cara da gente:
O
que será que acontece com João e Maria?
Não
tenho nenhuma fundamentação teórica para falar de sentimentos, nesse caso.
Acredito que quando conhecemos uma pessoa com a qual se consegue dormir com
ele(a) na mesma casa, no mesmo quarto e isso não despertar nenhum tipo de
anseio e contato físico íntimo, quando não se sente nenhum ímpeto de correr para o abraço e dormir de conchinha, é porque
não resta nada mais do que uma linda amizade, aquela coisa rara...
As
minhas estatísticas dizem que é mais fácil uma pessoa se apaixonar por alguém
que não conhece muito bem do que ao contrário. Os meus dados apontam que o ‘não
saber tudo sobre o outro’ deixa as surpresas suspensas e cada dia é um dia de
descobertas boas - e não.
O
interessante é que geralmente esse(a) amigo(a) possível amante é o mais
perfeito dos seres humanos. Basta pensar em precisar dele ou dela que antes de
você estalar dos dedos já está de prontidão, não é mesmo?! É aquela pessoa que
mais tem ouvidos para você, possui dez abraços... Quase um mutante. Talvez
namorar e casar com um amigo de longas datas, aquela pessoa que você conhece
até os pensamentos, provoque medo. É perfeição demais.
Meu
conselho é: se o corpo mandar você correr, corra! Seja para perto ou não.
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