No Reino Unido, taxa é de 85% e
nos EUA, de 65%; 85 mil inquéritos abertos em 2007 ainda estão inconclusos
Guilherme Voitch, O Globo
A meta 2 da Estratégia Nacional de
Justiça e Segurança Pública (Enasp) — parceria do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do
Ministério da Justiça — previa concluir até abril de 2012 todos os inquéritos
abertos até dezembro de 2007 para investigar casos de homicídio. Mas, do total
de 136,8 mil inquéritos, apenas 10.168 viraram denúncias e 39.794 foram
arquivados. Outros 85 mil inquéritos ainda estão em aberto.
Segundo Taís Ferraz, conselheira
do CNMP e coordenadora do Grupo de Persecução Penal da Enasp, o trabalho para
concluir essas investigações continua.
— A polícia está fazendo
diligências na maioria desses 85 mil inquéritos. Parte deles ainda pode virar
denúncia — diz.
Agora, o CNMP também trabalha com
inquéritos registrados até 2008. A meta é concluí-los até abril deste ano, mas,
até agora, 95% dos inquéritos continuam em aberto. Entre os que avançaram,
apenas 246 viraram denúncia.
Para o jurista e ex-promotor de
Justiça Luiz Flávio Gomes, o esforço do Ministério Público para resolver os
inquéritos inconclusos é louvável, mas os números evidenciam o sentimento de
impunidade no país.
—Temos uma média de 5% de
resolução de homicídios. No Reino Unido esse número é de 85%, nos Estados
Unidos, de 65%. Nosso número é ridículo. Ainda reina uma impunidade muito
grande — diz ele.
Leia mais em No Brasil, só
5% dos homicídios são elucidados
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