Alana
Gandra
- Agência Brasil
Rio
de Janeiro - O presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da
prefeitura do Rio de Janeiro, o economista Sergio Besserman, quer estimular a
mobilização e participação da cidade, principalmente dos jovens, na Conferência
das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), que ocorrerá em junho de
2012, na capital fluminense.
Para
ele, é importante que o Rio “não só acolha, como cidade anfitriã, mas participe
com toda a sua vida política, cultural e social da discussão do tema do
desenvolvimento sustentável”.
Também
presidente do grupo de trabalho do município para a Rio+20, Besserman
participou do 4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável
(Sustentável 2011), no Pier Mauá. O evento é promovido pelo Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
Segundo
Besserman, o cronograma da prefeitura para a Rio+20 está de acordo com o que
foi estabelecido inicialmente. O Itamaraty e a prefeitura do Rio estão
trabalhando na organização do evento há mais de um ano e meio. Um dos comitês
criados pelo governo federal para preparar a conferência da ONU trata do próprio
evento, enquanto o outro se concentra na participação da cidade em termos de
conteúdo.
O
Rio de Janeiro participará das discussões de conteúdo da Rio+20 por meio do
debate sobre o tema das cidades. “Certamente, o projeto Cidades Sustentáveis,
do Instituto Ethos, será um dos atores relevantes na discussão de como as
cidades podem participar desse processo de grandes transformações em direção à
sustentabilidade”, destacou Besserman.
O
presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, confirmou à Agência Brasil que não
há ainda no país cidades que possam ser definidas como sustentáveis. Segundo
ele, São Paulo e o Rio de Janeiro estão entre as cidades brasileiras que se
mostram mais interessadas em ter processos que avancem rumo à sustentabilidade.
O programa Cidades Sustentáveis foi lançado em São Paulo, em agosto passado, e
até o final deste ano chegará à capital fluminense.
O
projeto define o que são cidades desejáveis sob diversos temas considerados
fundamentais, como mobilidade, educação, saúde, meio ambiente, bem-estar da
população, biodiversidade e poluição. Além disso, estabelece indicadores. “São
12 grandes temas que são abordados, com mais de 200 indicadores”, ressaltou
Abrahão. “Uma cidade pode ter um programa que esteja ligado à melhoria desses vários
temas”, completou.
A
ideia é buscar dos candidatos às eleições um compromisso com o programa, de
modo que, 90 dias após ser eleito, ele apresente um plano baseado nos
indicadores estabelecidos. “Com isso, ele vai indicar para a sociedade qual será
o avanço da cidade no tempo. E a sociedade vai poder controlar [o andamento
desse plano]”.
Na
Europa, os países elegem cidades sustentáveis anualmente. A atual cidade
sustentável europeia é Hamburgo, na Alemanha. Para 2012, a cidade escolhida é
Vitória, na Espanha, e, para 2013, Nantes, na França. “Eles pegam as práticas
dessas cidades em diferentes temas. Por exemplo, quanto a cidade reduziu o
volume de transporte por automóveis e passou para transporte coletivo e para
bicicleta. E tem indicadores que mostram isso. Eles têm controle disso e vão
avaliando as cidades, em função dessas questões”, disse o presidente do
Instituto Ethos.
Abrahão
salientou que, no Brasil, uma grande oportunidade que deve ser aproveitada no
sentido da sustentabilidade é a questão dos investimentos na Copa do Mundo e
nas Olimpíadas, “porque mobilizam a sociedade e podem gerar metas”. “Acho que nós
temos uma oportunidade boa de avançar mais rapidamente na agenda. E o Rio de
Janeiro e São Paulo são duas cidades que podem avançar.”
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