O
jornalista investigativo Andrew Jennings, autor do livro Jogo Sujo – O Mundo
Secreto da Fifa que denuncia um suposto esquema de corrupção na Federação
Internacional de Futebol (Fifa) envolvendo o presidente da Confederação
Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, disse à emissora de tevê ESPN Brasil
que quer ver o cartola na cadeia. O britânico participou como convidado da
Comissão de Educação, Cultura e Esporte no Senado nesta quarta (26).
Fonte:
Carta Capital
O
jornalista da rede britânica de rádio e televisão BBC afirma que Teixeira teria
recebido nos anos 1990 cerca de 9,5 milhões de dólares e João Havelange,
ex-presidente da Fifa, 1 milhão de dólares de propina via uma empresa de
Liechtenstein. A companhia seria parceira da ISL, firma ligada à entidade
máxima do futebol e responsável pelo marketing esportivo e negociações de
transmissões de jogos na televisão. A companhia faliu em 2001.
Na
audiência, Jennings apontou que a dupla brasileira foi investigada pelo governo
suíço e Teixeira teria admitido os pagamentos irregulares. No entanto, a Fifa,
segundo o jornalista, conseguiu embargar na Justiça da Suíça a divulgação do
documento. “Blatter insulta a todos ao dizer que o relatório é legalmente muito
complexo. Coloque o documento na internet agora, pois temos advogados que podem
nos ajudar a compreendê-lo”, disse.
Blatter,
tentando limpar a imagem da Fifa, afirmou na última semana a intenção de abrir
o caso ISL e “deixar esse assunto para trás e seguir em frente.” A análise dos
documentos deve ser feita por um organismo independente a partir de dezembro.
Jennings
ainda declarou que o documento contém cerca de 45 páginas com confissões
assinadas pelos brasileiros e Blatter, alegando saber do caso. O esquema também
envolveria outros dirigentes da instituição.
Para
o britânico, a atuação de Teixeira é “uma vergonha para o Brasil” e o País
precisa passar uma imagem de competência na organização do mundial. “Queremos
ver o samba e uma celebração do País que, em 20 anos, saiu de uma ditadura para
uma democracia, com imprensa livre. Se vocês querem o respeito do mundo, no
interesse da reputação de seu país, entreguem a organização a honestos
burocratas brasileiros.”
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