Da
BBC Brasil
A
população mundial está crescendo a uma velocidade jamais vista e vai chegar a 7
bilhões no dia 31 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Em
2050, esse número deve alcançar 9,3 bilhões.
Alguns
dos fatores que contribuem para o rápido aumento populacional são a alta taxa
de natalidade em alguns países e a maior longevidade da população. Hoje, 893
milhões de pessoas têm mais de 60 anos.
Até
a metade deste século, segundo a ONU, esse número vai praticamente triplicar,
chegando a 2,4 bilhões. A expectativa de vida média atual é 68 anos. Em 1950,
era 48 anos.
Na
Grã-Bretanha, o número de pessoas com mais de 85 anos mais do que dobrou entre
1985 e 2010 (1,4 milhão), enquanto o percentual de pessoas com menos de 16 anos
caiu de 21% para 19% no mesmo período, segundo estatísticas oficiais.
Aos
85 anos, Helen Moores representa essa faixa da população britânica que está
crescendo. Ela vive sozinha em Londres e atribui a longevidade a uma vida ativa
e de muito trabalho. "Eu me alistei no Exército aos 17 anos e servi por 12
anos em diversos países: Cingapura, Hong Kong, Egito e Chipre, onde conheci meu
marido, 42 anos atrás."
Helen
diz que hoje tem uma vida confortável, mas teme que seus netos não tenham tanta
sorte. Com a população trabalhando cada vez mais antes de se aposentar, ela
acha que há menos oportunidades para jovens saindo da universidade. "Eu me
preocupo com eles. Não sei se vai haver empregos suficientes."
Já
na Zâmbia, no Sul da África, a grande questão para o governo é o altíssimo
número de nascimentos. Com uma população de 13 milhões de pessoas, as
estimativas são que esse número triplique até 2050 e chegue a 100 milhões até o
fim do século, fazendo com que o país tenha uma das populações mais crescentes
do planeta.
A
Zâmbia tem uma das populações que crescem mais rapidamente no mundo. Enquanto a
fertilidade global caiu de cinco para 2,5 crianças desde 1950, as mulheres da
Zâmbia tem seis filhos, em média.
Esse
também era o número de crianças que Robert e Catherine Phiri, de Lusaka,
queriam ter, mas após o nascimento do terceiro bebê, eles não sabem se terão
condições de criar mais filhos. Robert trabalha como agricultor e ganha menos
que o salário mínimo. "É difícil comprar roupas. Todo o dinheiro é usado
em comida. Compramos coisas usadas quando podemos", diz Catherine.
Ainda
assim, a família tem grandes expectativas para os filhos, incluindo uma menina
recém-nascida, que ainda não tem nome. "Quando ela crescer, quero que vá
para a escola e universidade para nos ajudar. Temos tão pouco dinheiro e nos
preocupamos com o futuro", diz Robert.
Segundo
a ONU, que divulga hoje (26) um relatório sobre o estado da população mundial,
é preciso mais planejamento e investimento nas pessoas para lidar com a
crescente população mundial e suas consequências - a necessidade por mais
alimentos, água e energia e a maior produção de lixo e poluição.
Brasileiros
são 190 milhões, mas crescimento é o menor já registrado
A
população do Brasil, que chegou 190,7 milhões de pessoas em 2010, cresce no
menor ritmo já registrado (1,12% ao ano) e de maneira desigual pelo território
do país, com as maiores taxas concentradas nas regiões Norte e Centro-Oeste.
As
informações constam da Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os
primeiros resultados definitivos do último censo e foi divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, a população
brasileira cresceu 12,3% desde 2000, quando havia 169,8 milhões de habitantes
no país e chegou a 190.755.799.
Nesse
período, seguindo tendência das últimas décadas, a população rural perdeu 2
milhões de pessoas e reduziu sua participação para 15,6% do total. Já a
população urbana ganhou 23 milhões membros e hoje representa 84,4% do total dos
brasileiros.
Os
dez estados onde a população mais cresceu nos últimos dez anos estão nas
regiões Norte e Centro-Oeste. À frente deles, Amapá, Roraima e Acre tiveram
crescimento demográfico anual de 3,45%, 3,34% e 2,78%, respectivamente.
Pesquisador
da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Gabriel Borges disse
que o maior crescimento no Norte e no Centro-Oeste reflete em grande medida a
migração interna para novas regiões de agronegócio, as chamadas “novas fronteiras
agrícolas”.
De
acordo com ele, a maioria desses migrantes se integrou à população urbana
dessas regiões, e não ao campo.
Já as unidades da Federação com menor
crescimento demográfico foram o Rio Grande do Sul, com 0,49%, a Bahia, com
0,7%, e o Paraná, com 0,89%.
O
censo revela poucas mudanças no ranking das maiores cidades brasileiras: São
Paulo segue à frente, com 11,2 milhões de habitantes, seguida pelo Rio de
Janeiro (6,3 milhões), por Salvador (2,6 milhões) e Brasília (2 milhões). Logo
abaixo, Fortaleza (2,4 milhões) ultrapassou Belo Horizonte (2,3 milhões), e
Manaus (1,9 milhão) deixou para trás Curitiba (1,7 milhão). Recife (1,5 milhão)
e Porto Alegre (1,4 milhão) completam a lista das dez maiores.
Embora
permaneçam à frente, São Paulo e Rio estão entre as quatro capitais que menos
cresceram nos últimos dez anos, com incremento populacional médio de 0,76% ao
ano. No outro extremo, Palmas e Boa Vista cresceram, respectivamente, 5,21% e
3,55%.
As
capitais do Tocantins e de Roraima se enquadram no conjunto de municípios com
população entre 100 mil e 500 mil habitantes, grupo que apresentou maior
crescimento nos últimos dez anos. Já cidades com 5 mil a 10 mil moradores
tiveram perda populacional de 0,97% ao ano.
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