Agência
Brasil
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a crise internacional vai
agravar-se, mas que o governo não precisa tomar nenhuma medida para conter a
valorização do dólar. Segundo ele, o dólar está se valorizando no Brasil porque
está “repercutindo o agravamento da crise internacional”.
“A
crise não está sendo resolvida pelos países avançados, que são os responsáveis
por esta crise. No caso dos Estados Unidos, há uma lentidão no crescimento [econômico]
e conflitos políticos. Mas particularmente a situação europeia é que não tem
uma resolução clara e efetiva. Os países [europeus] não conseguem tomar as
medidas necessárias”. Para o ministro, a crise ainda vai agravar-se mais. “Mas
talvez o agravamento nos leve a uma solução. Só o agravamento fará com que eles
tomem as medidas que devem tomar”.
Mantega
comparou a crise europeia a um prédio em chamas. Segundo ele, o fogo começou no
primeiro andar, onde estavam a Grécia e Portugal. Depois passou para o segundo
andar, onde estava a Espanha e terceiro andar, onde estava a Itália. Na
cobertura do edifício está a Alemanha. “Começou a pegar fogo lá embaixo, mas
existem carros de bombeiros com escadas que poderiam salvar, mas que não estão
operando. Finalmente o calorzinho chegou lá na Alemanha. Eles têm água
suficiente para apagar o incêndio, que é a liquidez do Banco Central Europeu. A
questão é que eles não estão usando. Estão pressionando para que os países façam
o ajuste fiscal para que depois usem esse instrumento”, comparou.
Para
o ministro, a Europa deverá encontrar uma solução para o problema até
fevereiro, embora a solução não vá significar um “mar de rosas”, destacou. “Os
problemas vão persistir. Se eles não pensarem em estimular a economia, não vão
crescer. O Brasil precisa se preparar para isso. Temos aqui condições que eles
não têm, que é o mercado. Vamos continuar dando condições para que o mercado
brasileiro continue se expandindo”.
O
ministro também falou sobre o Plano Brasil Maior. Segundo o ministro, a lentidão
na implementação do plano se deve aos trâmites legais. “Primeiro se faz a
medida provisória e aí tem que esperar que o Congresso a aprove. Depois, ela
precisa ser regulamentada e implementada. A maioria das medidas já está
entrando em vigor, mas a demora de dois ou três meses é normal porque a lei tem
que ser aprovada e regulamentada”.
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