Para
escapar da picada do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, muitos
recorrem a receitas caseiras que circulam na internet ou até dicas de
amigos. Mas, cuidado: especialistas alertam que não há comprovação de eficácia
sobre os tratamentos alternativos.
Agência
Brasil
Comer
alho, cebola, inhame, tomar vitamina C, chá de cravo da índia ou acender vela
de andiroba são algumas das receitas populares. Mas nada disso impede uma
pessoa de ser alvo da picada do mosquito, afirmam pesquisadores da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). No caso dos alimentos, por exemplo, a pessoa teria de
consumir grandes quantidades para liberar o cheiro das substâncias no suor e
desviar a atenção do mosquito, explicam os pesquisadores.
Outra
recomendação é passar repelente na pele. Segundo o epidemiologista e diretor do
Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Edimilson Migowski, alguns produtos conseguem afastar o mosquito. Porém, o
professor alerta que os repelentes agem, em média, por três horas e não podem
ser passados no corpo a todo tempo.
“Durante
uma parte do dia, você vai ficar descoberto”, diz. O mosquito tem hábitos
diurnos e prefere alimentar-se no amanhecer ou ao entardecer. Pode picar as
pessoas também no período da noite.
O
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa,
também não indica as receitas caseiras. “Não tem eficácia comprovada e faz com
que as pessoas não adotem as medidas eficazes.”
Jarbas
Barbosa destaca a adoção de hábitos dentro de casa para acabar com os
criadouros do mosquito. Entre eles, tampar a caixa d`água, desentupir as
calhas, tirar a água das bandejas do ar condicionado e dos pratinhos dos vasos
de planta e colocar tela em privadas e ralos pouco usados – que acumulam água
parada, locais preferidos do mosquito para depositar os ovos.
Fazer
essa vistoria em casa e no escritório pelo menos uma vez por semana é o
suficiente, informou o secretário. Do ovo até a fase adulta, o ciclo de vida do
Aedes aegypti leva de 7 a 10 dias.
“Quando
você joga fora a água parada elimina de 60 a 100 larvas do mosquito. Nenhuma
outra medida vai evitar [o surgimento] de tantos mosquitos de uma única vez”,
acrescentou o professor Edimilson Migowski.
Um
levantamento divulgado pelo ministério mostra que 48 municípios apresentam
risco de surto de dengue neste verão. Em cada cidade, as equipes de saúde
encontraram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis visitados, taxa
considerada preocupante.
A
proliferação do mosquito da dengue aumenta no verão devido à alta temperatura e
às chuvas que aumentam o número de locais com água parada e facilitam o
depósito de ovos do inseto.
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