Salários
precários, acesso limitado à previdência social e maior propensão à pobreza e
ao analfabetismo: a América Latina ainda está em dívida com as mulheres,
anunciou a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) em relatório
divulgado nesta segunda (19).
Fonte:
Folha
Os
países da região lançaram iniciativas e adotaram leis para acabar com a
discriminação contra as mulheres, mas a igualdade entre os sexos ainda está
distante da realidade, explicou o documento da entidade da OEA (Organização de
Estados Americanos).
"Em
matéria de direitos econômicos sociais e culturais, a discriminação contra as
mulheres continua se refletindo no mercado de trabalho; seu acesso limitado à
seguridade social; as altas taxas de analfabetismo de mulheres e crianças na
comparação com os homens", afirmou a CIDH.
As
mulheres também sofrem uma "grave situação de pobreza e exclusão
social" e existe uma escassez de participação política de mulheres
indígenas e afrodescentendes, afirmou o relatório, realizado com informação
compilada durante três anos na região.
Em
muitos países, "as mulheres têm menores possibilidades que os homens de
satisfazer necessidades básicas", como alimentação, moradia, saúde e
continuam "particularmente expostas" à violência e suas opções de
trabalho são "limitadas", afirmou o relatório.
Nas
últimas décadas, os governos da região fizeram esforços para melhorar a
inserção das mulheres no mercado de trabalho, mas "a pobreza persiste e a
indigência cresce", afirmou.
As
crianças e adolescentes enfrentam "barreiras" para receber educação,
por tradições familiares que privilegiam a educação dos meninos, esteriótipos
em currículos escolares contra as mulheres e gravidez na adolescência, entre
outros.
O
número de mulheres com títulos de educação superior cresce, mas isso em muitas
ocasiões não se traduz em melhores empregos e salários.
A
CIDH pediu aos países latino-americanos desenvolver estratégias que permitam
dar às mulheres acesso aos recursos, trabalho e educação, assim como elaborar
estatísticas confiáveis para garantir que sejam aplicadas.
A
educação pública deve receber mais recursos, e deve ter especial atenção em
zonas rurais e de alta concentração de mulheres indígenas e afrodescendentes,
pediu a comissão.
Recomendou,
também, a difusão de campanhas para sensibilizar a população contra
discriminação de patrões e para que as mulheres conheçam seus direitos e opções
trabalhistas.
Para
garantir que haja mudanças, a CIDH instou a representação das mulheres em
"todas as esferas e em todos os níveis, incluindo os âmbitos de formação
das políticas econômicas, financeiras e comerciais".
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