O advogado e
ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos disse ontem (15) que o Brasil vive
uma crise institucional, pois as leis já existentes não são colocadas em prática
como deveriam. Thomaz Bastos participou da entrega da oitava edição do Prêmio
Innovare, que incentiva boas ideias desenvolvidas por juízes, tribunais,
defensores, advogados e membros do Ministério Público.
Agência
Brasil
“É
preciso fazer com que as instituições funcionem, e não fazer mais leis ou ceder
nessa legislação de pânico em que se responde a cada evento midiático com
alteração no Código Penal, com o aumento de penas”, disse o advogado, que é
presidente do Instituto Innovare. Ele citou como exemplo a situação do Rio de
Janeiro, onde 4 mil homicídios aguardam a instalação de inquérito policial.
“Temos uma situação patológica, e a crise não é de leis, é de instituição”.
Nesta
edição, que recebeu 371 inscrições de projetos, o tema foi Justiça e Inclusão
Social e Combate ao Crime Organizado. A morte da juíza Patrícia Acioli,
assassinada por combater milícias do Rio de Janeiro, foi lembrada pela
vencedora na categoria Tribunais com o projeto de mediação em comunidades
pacificadas do Rio de Janeiro. “Patrícia era um exemplo de servidora pública”,
disse a desembargadora Marilene Melo Alves.
A
atuação da Justiça nas unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) também foi
lembrada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso. “No
Rio de Janeiro, essa experiência maravilhosa representada pela atuação de
conciliação nas UPPs é hoje muito mais abrangente. Os tribunais estão
implantando no Complexo do Alemão unidades jurisdicionais, que significam a
presença do Estado na consolidação de um espaço reconquistado”.
O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu que o sistema jurisdicional
não é perfeito, mas reclamou de críticas simplistas que, segundo ele,
atrapalham o enfrentamento dos problemas. “Essas críticas são colocadas em perspectiva
maniqueísta, muitas vezes sem uma análise maior, esquecendo problemas sociais e
culturais que levaram a esse problema. A crítica simplista não só não aponta a
solução, como dificulta os melhores caminhos para equacionar os problemas”.
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