"COISAS DA VIDA"
Por Leide Franco* (@LeideFranco)
Pular
da cama logo cedo, como quem pula de paraquedas para o abismo que é a vida, vem
sendo o meu esporte preferido. Encarar o mundo de braços abertos é a forma mais
natural de viver, embora isso não seja fácil. O segredo é nunca deixar o pó do
cansaço e da desesperança acumular. Um sopro diário na fé, limpa a superfície enrugada
de qualquer vida.
A
selva que precisamos encarar todos os dias mostra-nos como somos heróis lutando
pelo direito de sermos mais um sobrevivente no meio de toda a multidão. Venho
tentando enxergar a vida como ela é: O céu é o limite que podemos tocar. Hoje
está aqui, cheio de oportunidades. Amanhã, talvez, quem sabe... Todas as
chances moram numa cabana temporária chamada agora.
A
gente liga a televisão e fica vendo a vida que não é da gente passar... Por várias
vezes fico me questionando onde mora a realidade naquela fantasia, e qual parte
do mundo esconderam a vida real, nua e crua. As impressões que tenho é que
estou em mundo fora a parte, um lugar imprevisível, anormal. E é! Em uns dias há
um céu azul convidativo e em outros uma tempestade escura sem fim. E não
adianta, mesmo que você lute todos os dias, há coisas que não podem ser mudadas,
mesmo custando o que custar.
Sabe
o que mais me incomoda? Os acomodados! Os quase inertes. Daqueles que ficam
esperando as coisas caírem não sei de que céu. Também não entendo os que não se
permitem o meio e o fim, começam e param no começo. São aquelas pessoas que estão
sempre na prateleira, esperando que alguém se interesse por elas, que as pegue
e leve pra casa. São as que quase emagrecem, quase se formam, quase se casam...
São pessoas quase, quase felizes. Também não consigo compreender os que acham
que tudo está perfeitamente bem. Eu sou arredia, inquieta - questionavelmente inquieta,
desassossegada. Quero tudo, mas tudo em cada vez... O meu tempo é muito
diferente do tempo de muita gente.
Não
sei se eu já disse, mas morro de medo de tipos fingidos, falsos. Quero distância.
Sempre me esquivo deles porque inconscientemente algo avisa: Perigo à vista!
Porém, tenho coragem de um tamanho absurdo, principalmente quando essa mesma
vida estica o dedo, aponta na minha cara e diz que eu não vou conseguir. Minha
grandeza emerge dos momentos que a vida impõe sabidamente a sensação de pequenez
nos seres humanos. É como Caio Fernando Abreu dizia: “Aprende. Aprende que dói
menos”. E assim segue a vida...
*Leide
Franco - Comunicadora com pretensões literárias;
Um
pouco de filosofia e reflexões cotidianas;
Um
muito de MPB
E
quase nada do que ainda quero ser.
Escreve
às segundas-feiras.
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