A
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se ontem (31) em defesa do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com um protesto na sede da Ordem em
Brasília. O ato ocorre na véspera do julgamento, no Supremo Tribunal Federal
(STF), que pode engessar a função correicional do CNJ, excluindo, por exemplo,
a possibilidade de a Corregedoria Nacional atuar junto com as corregedorias
locais na apuração de delitos cometidos por magistrados.
Agência
Brasil
Foi
registrada a presença de sete dos 15 conselheiros do CNJ, a maioria deles de
fora da magistratura: Jorge Hélio e Jefferson Kravchychyn (OAB), Gilberto
Martins e Wellington Saraiva (Ministério Púlico) e Bruno Dantas e Marcelo Nobre
(indicados pelo Congresso Nacional). O único conselheiro magistrado presente
foi o ministro Carlos Alberto Reis de Paula, representante do Tribunal Superior
do Trabalho (TST).
Entre
os cerca de 500 participantes do ato, que ocuparam a sede da OAB, também
estavam ex-ministros, como Nelson Jobim (ex-STF e ex-Defesa) e Márcio Thomaz
Bastos (ex-Justiça), além de políticos, juristas e representantes do Ministério
Público.
Para
o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o CNJ existe para investigar magistrados
“que não honram a toga”, e apenas aqueles que não têm compromisso com o
Judiciário brasileiro se beneficiarão de um tolhimento do conselho. Ele
justificou seu ponto de vista lembrando que, dos 65 presidentes e corregedores
de tribunais de Justiça estaduais e federais, 38 são ou foram alvo de
investigação no CNJ.
O
julgamento de hoje é relativo a uma ação ajuizada em agosto pela Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB). A entidade questiona uma resolução que detalha
como o CNJ deve proceder nas investigações sobre desvios funcionais cometidos
por magistrados. Em setembro, o assunto motivou a declaração polêmica da
corregedora Eliana Calmon sobre “bandidos escondidos atrás das togas”, na qual
a ministra fez referência aos possíveis efeitos que o julgamento da ação traria
para o Judiciário.
Em
dezembro, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu em caráter liminar, por conta
própria, acatar o pedido da AMB e cancelar parte da resolução. A decisão foi
tomada no último dia de trabalho do STF e teve validade durante todo o recesso
do Judiciário. Agora, na primeira sessão plenária da Corte depois das férias,
os ministros do STF vão julgar a liminar que restringiu a ação do CNJ.
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