A
expansão de renda dos brasileiros, em muitos casos, traz um efeito colateral. O
impulso que estimula as famílias a consumir também pode resultar na perda do
controle das finanças pessoais e no envolvimento em dívidas cada vez maiores.
Ao mesmo tempo, a população perde oportunidades de ampliar a riqueza, ao deixar
de investir em aplicações rentáveis por puro desconhecimento.
Agência
Brasil
Para
ajudar as famílias a administrar a renda, uma nova categoria de profissionais
se expande no Brasil. O planejador financeiro pessoal orienta as famílias a
gerenciar o orçamento e a investir o dinheiro. As estatísticas do próprio setor
mostram que a demanda por esse serviço não para de crescer.
De
acordo com o Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros
(IBCPF), 714 profissionais brasileiros obtiveram a certificação para atuar como
planejadores financeiros pessoais em 2011, contra 485 em 2010. De um ano para
outro, houve um salto de 47%. A entidade é a única no país autorizada a
conceder certificados conforme os padrões do Financial Planning Standards Board
(FPSB), entidade criada nos Estados Unidos para estabelecer normas de qualidade
para o setor.
Para
o economista Fabiano Calil, diretor do IBCPF, o crescimento do número de
planejadores financeiros pessoais está associado ao descompasso entre o aumento
da renda dos brasileiros e a falta de informações sobre como administrar o
orçamento doméstico. “O planejador financeiro diminui a lacuna entre o baixo
nível de educação financeira e a grande oferta de serviços oferecidos pelo
mercado financeiro”, diz.
Calil
esclarece que apenas profissionais autorizados pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) estão autorizados a dar dicas de aplicações. Mesmo assim, os
planejadores financeiros podem explicar as modalidades de investimento e
ressaltar a importância de poupar. “O planejador financeiro não necessariamente
pode recomendar produtos, mas sempre destaca a necessidade de fazer poupança ou
aderir a um plano de previdência complementar”, declara.
O
planejador financeiro também fornece orientações sobre o tipo de crédito que a
população deve contrair, evitando o cheque especial e o financiamento rotativo
dos cartões de crédito, modalidades com juros mais altos. “O planejador ajuda a
ver a necessidade de crédito de cada família e a contrair os empréstimos ou
financiamentos mais baratos, evitando que a captação [de recursos] vire
dívida”, explica.
Segundo
o IBCPF, o crescimento do setor no Brasil está acima da média mundial e até de
outros países emergentes. Enquanto o número de profissionais financeiros
certificados aumentou pouco mais de 40% no país, a expansão foi 22% na Índia,
20% na China e 14% na Indonésia.
Em
todo o mundo, o número de profissionais da área aumentou apenas 4,5% no ano
passado. Na avaliação da entidade, o potencial de crescimento nos países
emergentes continuará elevado nos próximos anos porque o número de
profissionais da área ainda é pequeno na comparação com os países
desenvolvidos.
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