Uma pesquisa desenvolvida pelo Hospital do Coração de
São Paulo (HCor) com apoio do Ministério da Saúde pode se transformar em uma
nova opção de tratamento contra a obesidade mórbida. O procedimento usa um
estimulador elétrico para atuar em uma região específica do cérebro ajudando o
doente a perder peso. O mesmo método já é regulamentado para outros
tratamentos, como para aliviar os sintomas do mal de Parkinson.
Daniel Mello da Agência Brasil
A diretora clínica de pesquisa neurológica do HCor,
Alessandra Gorgulho, explicou que o método já foi testado com sucesso em
macacos e suínos e agora será experimentado em seis pacientes. Segundo ela, o
objetivo é verificar a tolerância do cérebro à estimulação contínua que
provocou a diminuição de peso em suínos, provavelmente alterando o metabolismo.
Os testes deverão começar em 2013 e, nessa primeira fase,
terminarem no final de 2014. Alessandra destaca que apesar do método já ser usado
em outras terapias, “é a primeira vez que seres humanos serão implantados nessa
região do cérebro [hipotálamo]”. A pesquisadora estima que serão necessários
pelo menos dez anos de trabalho até que técnica possa ser aprovada para uso
terapêutico contra obesidade mórbida.
O objetivo é que a técnica seja uma alternativa, menos
invasiva, às cirurgias de redução de estômago. “A ideia não é conseguir um
efeito tão dramático como o que se consegue com a cirurgia bariátrica”,
explicou Alessandra. “Se a gente conseguir uma terapia que seja mais discreta,
que não cause tantas alterações no organismo, me parece muito atraente”,
completou
Na estimulação elétrica, um marcapasso é conectado ao
hipotálamo por uma incisão na parte frontal do crânio. Os eletrodos são ligados
por fios que passam por baixo da pele ao gerador de estímulos, que funciona com
bateria, na região da clavícula.
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