Por Leide Franco - @LeideFranco
Esse
texto é um puxão de orelha para mim, você, ou quem estiver disposto a
reconhecer seu real tamanho e não permitir-se que encolham sua grandeza com a
pequenez alheia. É um conselho daqueles que só sendo mui amigo tem o direito de
chegar, sentar e olhar no olho dizendo tudo que diria à pessoa que ele mais
quer ver feliz na vida.
Você
já se perguntou por que aquela pessoa sofre, sofre, sofre, mas não consegue
largar aquilo que lhe faz mal? Eu já me perguntei diversas vezes, e ainda não
tenho a resposta. Muitos, talvez, estejam suspensos por um fio que bem lá
distante vai levá-los a algum momento de prazer. É o fio invisível da morna
esperança. Ou fio da insistência: forte, resistível, teimoso, burro.
Deveria
ser regra cada um de nós saber reconhecer aqueles que nos fazem bem; os que só
contribuem para que o outro se sinta a pior das criaturas e, mais ainda, quem
são os que não fazem a menor falta. Esses últimos são ótimos para esquecer no
baú das roupas que não nos cabem mais, pois crescemos. Esse baú deve estar enterrado
no fundo do quintal daquela casa que você não mora mais e não quer mais voltar.
Não
se engane: fazer sofrer é uma das formas mais viáveis de se enganar. É fundamental
que saibamos sofrer, pois assim sofre-se menos, só o necessário para blindar a
alma das futuras lanças duras que a vida pensa, insana, que pode mirar-nos,
como se fôssemos um alvo humano sempre permeável. Ela mira mesmo e sai atirando
a fim de encontrar o centro que nos sustenta.
Uma
pessoa que vive de migalhas, mais cedo ou mais tarde vai transbordar de tão
vazia. Só vale sofrer por aquilo que não
escolhemos sentir. A morte, por exemplo. A gente não escolhe morrer. Então que
seja justo sofrer, mas daí sofrer porque o outro pensa, acha que tem esse
direito sobre você, é injusto com a lei que obrigada a sermos felizes.
Amar
virou coisa de gente corajosa. Não há como esperar que os frágeis retribuam o afeto
doado com flores se eles têm medo de se furar nos pobres espinhos, ou melhor,
se eles nem conseguem enxergar o jardim.
Nada
de aprender que uns nascem para sofrer enquanto outros riem...
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