O
país contará com um importante aliado para combater a dengue no próximo ano. Um
bioinseticida desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e fabricado por
uma indústria farmacêutica promete ser divisor de águas na luta contra o Aedes
aegypti, mosquito transmissor da doença.
Agência
Brasil
O
bioinseticida é resultado de quase dez anos de pesquisas coordenadas pela
cientista Elizabeth Sanches, que trabalha na Farmanguinhos, unidade da Fiocruz
responsável pela produção de medicamentos. Criado a partir do Bacillus
thuringiensis e do Bacillus sphaericus, ele será produzido na forma de
comprimidos, para dissolução em caixas d'água, ou em apresentações maiores,
para utilização em açudes e reservatórios.
“No
caso da dengue domiciliar, é recomendável a utilização do comprimido
hidrossolúvel. O produto tem duas ações concomitantes: paralisa os músculos da
boca e do intestino da larva e causa infecção generalizada nela”, explicou
Elizabeth, engenheira bioquímica e bióloga.
A
pesquisadora garantiu que o bioinseticida não apresenta qualquer risco para o
meio ambiente. “Nós fizemos todos os testes referentes a impacto ambiental e
toxicologia da formulação em animais de sangue quente, inclusive. Temos a
segurança dos produtos que desenvolvemos, justamente por serem aplicados em
ambientes domiciliares.
A
Farmanguinhos concluiu o treinamento dos funcionários da empresa BR3, vencedora
da licitação e que poderá iniciar a produção dentro de alguns meses, segundo
Elizabeth. “A empresa acabou de ser treinada e está bem adiantada na
implantação do projeto. Eu penso que no meio do ano que vem nós já tenhamos
produtos dessa parceria tecnológica”.
Além
do produto contra a dengue, a Farmanguinhos licenciou mais dois bioinseticidas:
contra a malária e contra a elefantíase. A pesquisadora disse que produtos com
ações semelhantes já são utilizados em outros países, como a China, mas não
podem ser simplesmente importados para aplicação no Brasil: “O produto tem que
ser desenvolvido com especificidade para o local de aplicação. Justamente para
podermos ajustar a formulação para aquele ambiente”.
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