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Lual em Cotovelo |
Carlos
Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
Oh!
Tempos; Oh! Costumes! A força da natureza me leva a uma retrospectiva do
veraneio de Cotovelo nesses 22 anos já passados.
A
geografia física modificou muito aquele lugar bucólico de outrora. Agora tem
abastecimento de tudo e estamos cercados de edifícios e condomínios fechados. A
Promovec não funciona mais, distanciando os veranistas daqueles dias festeiros
e contemplativos.
Aqui
no meu pedaço de Cotovelo velha, a geografia humana permanece quase inteirinha
– da Rua Parnaíba perdemos Seu Chico e Fernando; se mudaram Noel e Rosalvo, mas
ganhou D. Léa que nos abastece do pão de cada dia e a minha vizinha D. Socorro,
que cultiva o bom costume de manter a rua limpa.
D.
Luizinha e Seu Soares continuam como sentinelas do recanto, dividindo com D.
Helena e Seu Raimundo a manutenção da tradição praieira. D. Helena continua a
fazer a melhor tapioca molhada da praia.
Zé
Correia/Isabel e Pandofe, também são da velha guarda e ainda recalcitram na
paisagem sentimental das cercanias da Av. Humberto de Campos.
Ieda,
com D. Maria, filhos e netos e Iva, a escudeira fiel, marcam a passagem de
Fernando, que tanto se deleitou com o veraneio, até que Deus veio lhe buscar,
deixando um rastro de profunda saudade e convivência de irmão e vizinho.
Rostos
conhecidos se misturam com caras novas na tradição temporal de cada ano, que
mantém a figura vetusta e honrada do Dr. Hélio Santiago e seus meninos e agora
com a presença, já por cinco anos, de Seu Luiz Marinho/Marlene, seus filhos,
netos e muitos agregados, numa casa que é só tem alegria – ele, na busca
hercúlea de uma pescaria abastada.
Aurino
e Godeiro andam sumidos – estou notando!
Dos
moradores novos de condomínios fechados e dos edifícios de luxo, não dou
notícia, pois são de outra dimensão sentimental.
Neste
2012 os cajueiros estão em greve de protesto, mas os passarinhos continuam
gorjeando o dia todo, à exceção da família beija-flor que ainda não veio me
cumprimentar e buscar o néctar que mantenho no meu pequeno jardim.
A
novidade de casa foi a presença de dois felinos, desgarrados, que aqui
encontram alimento, pelo menos enquanto durar o veraneio.
O
mar, limpo como sempre, atrai o veranista para o banho reconfortante e a areia,
muito bem nivelada, permite uma caminhada espetacular e as tradicionais peladas
do entardecer, com jovens craques e atrevidos velhotes. O acesso da escadaria,
que fiz pelos idos de 1997, precisa de reparos, vou fazê-los.
Um
bom cochilo após o almoço, numa rede nordestina, interrompido com os latidos de
Malu e Todinho e das boladas “suaves” de Raphael, Carlos Neto e Gabi ou pela
necessidade de algum conserto, coisa que nunca falta em casa de praia, quando
João Batista não está presente.
No
mais, a presença permanente de Rosa/Ernesto e Carlinho/Valéria que, sob a
supervisão permanente de D. Therezinha – mulher das 1.001 rezas - a que menos
aproveita o veraneio, administram as necessidades da família com as auxiliares
domésticas.
Ausência
momentânea de Teta, Lucas e Victor, que só se achegam nos finais de semana,
juntamente com Roquinho/Daniela, Clarinha e Guilherme, pois advogado nunca tem
tempo para férias.
Nas
noites, na varanda refrescada pela brisa do mar, um baralhinho ou dominó vai
bem, embora Rapha só queira sempre ganhar.
Por
fim, um sonzinho aqui, um DVD ali, reparte, com a televisão, os momentos de
lazer, pois a internet por estas bandas é um constante suplício.
Esta
semana foi lua cheia. Cadeiras na calçada. Nada a dizer, mas contemplar a
dádiva de Deus. Amém.
PS.
Registro a prazerosa visita de hoje à tarde, de Sávio Hackradt e Adriano
Gomes
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