Com
grande maioria no plenário, os deputados da bancada ruralista conseguiram fazer
várias modificações ao texto-base do novo Código Florestal aprovado hoje (25)
na Câmara dos Deputados. Na votação dos destaques, os parlamentares ligados ao
agronegócio derrubaram, por exemplo, a obrigação de divulgar na internet os
dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O texto segue agora para sanção
presidencial.
Agência
Brasil
Também
foi retirada do texto aprovado pelo Senado, a possibilidade de o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) bloquear
a emissão de documento de controle de origem da madeira de estados não
integrados a um sistema nacional de dados sobre a extração.
Os
ruralistas também conseguiram derrubar um destaque que propunha que fosse
retirada do texto a possibilidade de o Poder Público diminuir a reserva legal
até 50% em áreas de floresta na Amazônia Legal de imóvel situado em estado com
mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação pública ou terras
indígenas, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente.
Um
dos principais beneficiados com derrubada do destaque é Rondônia, estado do
presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moreira Mendes (PSD).
Uma
emenda apresentada pelo DEM, aprovada pelo plenário, derrubou a obrigatoriedade
de recompor 30 metros de mata em torno de olhos nascentes de água nas áreas de
preservação permanente ocupadas por atividades rurais consolidadas até 22 de julho
de 2008. O plenário rejeitou o destaque do PSC ao substitutivo do Senado e
confirmou a retirada do texto da regra de recomposição de vegetação nativa em
imóveis de agricultura familiar e naqueles com até quatro módulos em torno de
rios com mais de 10 metros de largura.
Também
foi rejeitado o destaque apresentado pela bancada petista que previa a inclusão
da definição dada para pousio (período sem uso do solo). O PT pretendia manter
a definição aprovada pelos senadores que previa a interrupção temporária de
atividades de uso agrícola ou pecuário do solo por, no máximo, cinco anos até
25% da área produtiva da propriedade com o objetivo de permitir a recuperação
da terra.
Os
deputados aprovaram o destaque do PRB e retiraram do texto a necessidade de os planos
diretores dos municípios, ou suas leis de uso do solo, observarem os limites
gerais de áreas de preservação permanente (APPs) em torno de rios, lagos e
outras formações sujeitas a proteção em áreas urbanas e regiões metropolitanas.
A
Câmara aprovou ainda o destaque do PT que retira do texto do Senado a
regularização de empreendimentos de carcinicultura e de salinas com ocupação
irregular ocorrida até 22 de julho de 2008. Também foi aprovado o destaque que
não considera apicuns e salgados como áreas de preservação permanente (APPs).
Apicuns
e salgados são áreas situadas ao longo do litoral, que podem ser utilizadas
para o cultivo de camarão. Ambientalistas argumentam que essas áreas são parte
integrante do ecossistema Manguezal e deveriam continuar caracterizadas como
áreas de preservação permanente.
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