Já havia iniciado a temporada de
leituras praianas, em pleno deleite de Rodrigo Faour, ed. Record, sobre a minha
sempre adorada Dolores Duran – presente natalino do querido amigo Didi Avelino
(RN-RJ), quando me vi forçado a uma breve interrupção, para voltar
ao tema do momento – passagem ou não de Exupéry por Natal.
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor-veranista
Reli alguns trabalhos e livros
pertinentes, em especial, numa só tirada, Correio Sul, sua estreia na
literatura, Voo Noturno, estes da Ed. Europeia do Livro, 1927 e 1931, depois
Terra dos Homens, Ed. José Olímpio, 1939, na busca de referências de sua
passagem pela Capital Potiguar, como indicam alguns escritores, que assim
constataram nos textos do autor de O Pequeno Príncipe.
Sim, há uma simplória referência
no cap. II do Correio Sul: ... Apressemo-nos, senhores, apressemo-nos
...Mala por mala, o correio se afunda no ventre do aparelho. Verificação
rápida: Buenos Aires ... Natal ... Dacar ... Casablanca ... Dacar. Trinta e
nove malas. Exato?
Como se pode ver, meras divagações
do romance, escrito quando o escritor-piloto sequer tinha sido nomeado para
dirigir a Aeroposta Argentina (1929-1931). Assim, não tem qualquer cabimento a
confusão entre os personagens, Jacques Bernis com Exupéry.
No livro Voo Noturno, o chefe
Rivière, o inspetor Robineaux ou o piloto Pellerin, ofertam dezenas de
diálogos, porém nada sobre Natal.
Em Terra dos Homens, que
conquistou o Grande Prêmio de Literatura da Academia Francesa, às portas da
segunda guerra mundial, 1939, descreve personagens e pessoas reais, abordando a
alma humana nas suas delícias e desencantos da vida nômade de um piloto do
correio aéreo. Nada sobre Natal.
Não é por aí, vou continuar
garimpando livros e sites para a busca de algum indício mais confiável.
Volto ao porto anterior, pois
aguardam-me “O Vendedor de Poesias”, de Iveraldo Guimarães, Ed. Sebo Vermelho;
“O fole roncou”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues, ed. Zahar, mas,
prioritariamente, “a noite e as canções de uma mulher fascinante” – Adiléia
Silva da Rocha, nossa Dolores Duran, de vida breve (1930-1959), mas de obra
sólida e eterna.
Era a época de ouro do rádio,
veículo de comunicação preferido, com programas de auditório ao vivo, sem a
ocupação do cenário pela TV ou novos meios oferecidos pela era da cibernética –
apenas os velhos vinis de 78, 45 e 33 rotações, as chanchadas do cinema
nacional e o apogeu das grandes orquestras... Severino Araújo, Ruy Rey e os
famosos conjuntos musicais.
Um pouco de saudade não faz mal a
ninguém!
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