O descaso com a cultura no RN

É das mais graves a situação da Biblioteca Câmara Cascudo, a maior do estado, com cerca de 100 mil títulos: a estrutura física, caindo aos pedaços, está sem manutenção há 15 anos; há mais de 25 anos não se faz compra de títulos para melhorar o acervo; não existem funcionários suficientes para o atendimento aos usuários, manutenção do acervo ou do prédio; e os títulos ali abrigados, alguns muitos raros, estão se deteriorando pela falta de condições de conservação. Um caos. Um verdadeiro atentado à nossa cultura.

Pois bem, neste ano de 2010,em junho, depois de muitas idas e vindas, muitos tropeços na burocracia do estado e total falta de estímulo e condições de funcionamento – a biblioteca sequer tem fonte de recursos própria para a sua manutenção – , a atual administração da instituição conseguiu, finalmente, aprovar um projeto de reestruturação junto ao Ministério da Cultura, no valor de hum milhão e quinhentos mil reais, a serem aplicados na reforma física do prédio, mobiliário, equipamentos eletro-eletrônicos, restauração e compra de acervo. Só que, o projeto não saiu do papel. O governo do estado alegou não dispor de 350 mil reais, exigidos pelo governo federal como contrapartida aos hum milhão e quinhentos mil reais. O mesmo governo que teve a Fundação José Augusto atolada em um escândalo de desvio de 2 milhões de reais, o chamado foliaduto, em que se teriam forjado contratações de bandas de forró para eventos pelo interior a fora.

É assim que a cultura vem sendo tratada no Rio Grande do Norte nos últimos 25 anos.