18.8.11
Postado por
Sávio Hackradt
O destacado cientista social dos Estados Unidos, Immanuel Wallerstein, é um dos mais conhecidos expoentes do pensamento crítico contemporâneo e durante sua recente visita ao Equador, a agência de notícias Alai conversou com ele sobre a atual crise financeira, que assola duramente os Estados Unidos e as suas consequências para os países emergentes e para a América Latina.
Portal Vermelho - Por Sally Burch, na Alainet *
O principal especialista da Universidade de Yale considera que o dólar entrou em um processo grave e irreversível de perda de valor como moeda de reserva mundial, sublinhando que era "o último poder sério que os Estados Unidos mantinham".
Wallerstein acredita que as diferentes medidas de emergência que estão sendo implementadas em seu país simplesmente estão adiando a bancarrota mundial. "Os danos são fatos concretos, a situação dos Estados Unidos é grave e irrecuperável", destaca.
O acadêmico estima que o desenlace da crise ocorrerá dentro de dois ou três anos, com resultados caóticos para o sistema mundial, porque "não haverá uma moeda de reserva internacional" e tampouco condições para que outra moeda possa ocupar esse papel. Então, com o fim do dólar como reserva mundial, "existirão cinco, seis ou sete moedas importantes, uma situação caótica porque haverá flutuações enormes e contínuas".
"Nem os governos, nem as multinacionais, nem os megabancos, nem os indivíduos saberão o que fazer. Uma incerteza enorme paralisará o mundo, especialmente os investidores", adverte o estadunidense.
Enquanto isso acontece no nível macroeconômico estadunidense, paralelamente também acontecem sérios problemas econômicos em um plano mais local. "Comunidades urbanas pequenas estão entrando em falência e, por exemplo, não podem pagar as aposentadorias", indica o cientista social.
O pesquisador considera que em seu país as camadas médias da população são as mais afetadas, porque de um dia para o outro as famílias sofrem perdas e os trabalhadores, que perderam seus empregos, não conseguem encontrar outros postos de trabalho, especialmente as pessoas entre os 40 e 60 anos, chegando inclusive a perder suas casas. É uma situação que atualmente não tem solução e não se vê no horizonte uma possibilidade de encontrar uma válvula de escape.
Além disso, Wallerstein assinala que "a situação nos Estados Unidos vai piorar porque se fala da necessidade de eliminar a possibilidade de o governo sustentar gastos necessários neste momento, criando uma situação pior que a atual. A fantasia do Tea Party está levando os Estados Unidos e consequentemente todo o mundo em direção a uma nova quebra", afirma.
Levando em conta essas considerações, o prognóstico do teórico estadunidense para os próximos anos é bastante pessimista. "Vejo guerras civis em diversos países do norte, sobretudo nos Estados Unidos, onde a situação é muito pior que na Europa Ocidental, embora lá também existam possibilidades de guerra porque o povo resistirá à degradação da vida até um certo ponto".
China e países emergentes
Diante da crise dos Estados Unidos e da Europa os países emergentes, no momento, parecem estar bem, no entanto, a partir do ponto de vista de Wallerstein, escondem uma falsa realidade, "porque estamos todos no mesmo saco".
Considerando que a China é o principal detentor dos bônus estadunidenses, esse país tem diante de si uma disjuntiva muito mais delicada. Wallerstein considera que, se por um lado a China deixar de comprar bônus dos EUA, por outro vai perder a oportunidade de colocar produtos no mercado americano, um problema muito grave para a China. Ao mesmo tempo, quando o dólar perder sua posição relativa às outras moedas, "seus bônus já não valerão nada".
Dessa forma, a China se arrisca a perder muito, caso se retire ou caso continue no mercado de bônus estadunidenses. Diante desta situação, o pensador da Universidade de Yale considera que "o mais provável é que a China faça uma retirada gradual do mercado de bônus". Justamente, o problema está em determinar qual será o momento perfeito para deter os investimentos, "o que é impossível assinalar porque, se soubéssemos, seriamos todos milionários", agrega o pesquisador.
Além deste sério problema que a Chine enfrentará, explica, o país asiático atravessa um momento de fragilidade, sob o ponto de vista de sua economia interna, "porque os bancos chineses estão na mesma situação que os bancos estadunidenses há dois ou três anos". Ainda assim, a inflação limita as possibilidades para a China e para outros países emergentes, como por exemplo o Brasil.
Nesse contexto, considera que os países emergentes, no caso da América do Sul a Unasul, deverão encontrar mecanismos de "protecionismo a curto prazo, a fim de minimizar os danos que serão provocados em todo o mundo. Não haverá países que escaparão dos danos, mas alguns sofrerão mais que outros".
Perguntado sobre a construção de uma nova arquitetura financeira regional, com iniciativas como o Banco do Sul ou de uma moeda regional, como o Sucre, o acadêmico considerou positivamente essas possibilidades para os povos da América do Sul. "A eventual criação de uma moeda verdadeira comum será um elemento de força econômica nesta situação". Nesse sentido, citou como exemplo que, apesar das dificuldades na Europa com o euro, a decisão de salvaguardar uma moeda comum "vai permitir aos sul-americanos uma posição política importante".
Finalmente, em uma mensagem para a América Latina, ele pediu que os governos continuem a trabalhar na necessidade de garantir alimentos, água e energia suficientes para os povos da região, assim como nas questões mínimas e essencias que devem ser realizadas por todos os governos do Sul.
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