3.7.11
Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Artigo da Profª. da UNP Marígia Tertuliano
Ao longo de muitos anos, li José Graziano da Silva, tentando entender a lógica das discussões que giravam em torno do meio rural - perspectiva antes nunca vista. O pesquisador sempre me encantou pelas teses com as quais direcionava cada texto.
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| José Graziano - Foto MercoPres |
A leitura do livro “O que é a questão Agrária” é um exemplo. Nele, o autor faz uma reflexão sobre o tema, e para tanto, elucida questões importantes, a exemplo de conceitos como a diferença entre às questões agrícolas e a agrária.
Discutindo a temática, fica claro que as variáveis que identificam os assuntos agrícolas estão relacionadas aos preços daquilo que é produzindo e no tocante às questões agrárias, a maneira como se organiza o trabalho e a produção; a qualidade do emprego e das rendas dos trabalhadores; a quantidade de pessoas ocupadas no setor, entre outros. Assim, a questão agrícola traduz-se nos aspectos ligados à produção em si – o que, onde e quanto se produz, enquanto a questão agrária está ligada às relações sociais dessa produção, ou seja, como se produz e de que forma é realizada essa produção.
Aos olhos do mundo, conforme dados da FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations, o custo da produção dos alimentos ainda continua muito alto, basta perceber os preços das commodities - mercadorias -, e permanecerá por algum tempo. Entretanto, apesar dos entraves acredito que o Brasil ganhou com a indicação de Graziano e que a visão mais apurada sobre o tema será dada por um estudioso e prático do setor. Vamos aguardar as novas ações e torcer para que um mundo tão rico possa olhar com mais sensibilidade aqueles que estão à margem da sociedade.
A eleição de Graziano para a FAO suscita que as políticas aplicadas no Brasil, para reduzir a miséria, estão no caminho certo. Quando Ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula, foi um dos idealizadores do Programa Fome Zero, o qual está sendo aperfeiçoado, no Programa Brasil Sem Miséria, que ampliará as possibilidades para a formação continuada, à ampliação dos postos de trabalho e da empregabilidade, através da profissionalização; dos incentivos à saída da informalidade, etc.
E será nesse clima de questionamentos e possibilidades que o brasileiro assumirá a FAO, visando estreitar as relações entre as nações e ajudá-las a alcançar um dos Objetivos do Milênio - acabar com a miséria do mundo.
Assim, Graziano terá que enfrentar, hoje, como diretor-geral, a lógica do capitalismo excludente e colocar em prática suas ideias, antes nacional, em nível mundial.
E, eu, aguardo ansiosa para que todas as teorias lidas e aplaudidas sejam aplicadas em sua plenitude.
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