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Sávio Ximenes Hackradt

4.6.11


Portal Vermelho
Mais de 16 milhões de domicílios brasileiros é habitado por famílias que conseguem sobreviver com renda per capita situada na faixa compreendida entre meio a um salário mínimo (o que para muitos é um milagre), de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contidas no Censo 2010.
O instituto divulgou na quinta-feira (2) mais detalhes do censo, focalizando a distribuição demográfica da população brasileira. Os dados definitivos devem ser anunciados até o final do primeiro semestre de 2012.
O levantamento demográfico traz informações que, antes disponibilizadas por Estados e regiões do país, agora contemplam também a população dos 5.565 municípios brasileiros em seus recortes internos, tais como distritos, bairros e localidades rurais ou urbanos. As análises consideraram aspectos como sexo, cor ou raça, condição no domicílio, pessoas responsáveis pelos domicílios particulares e existência de compartilhamento da responsabilidade pelo domicílio, bem como alfabetização, rendimento domiciliar e mortalidade.

Regiões
Na nova estratificação, o censo demográfico apontou ainda características dos domicílios particulares permanentes que, entre outras coisas, revelam: a maioria deles é habitada por famílias onde a renda per capita não ultrapassa a faixa de meio salário mínimo (ou R$ 255) a um salário mínimo (R$ 510 à época da pesquisa) por mês. Ao todo, são pouco mais de 16 milhões de domicílios nessa faixa de renda.
Por regiões, a Sudeste (7.360.408) é a que concentra o maior número de domicílios com renda de meio a um salário, seguida pela Nordeste (4.067.741), Sul (2.624.104), Centro-Oeste (1.344.116) e Norte (1.044.897).
Valorização do salário mínimo
Entre as capitais, São Paulo, com 826.491 domicílios permanentes nessa faixa econômica de seus ocupantes, e Rio de Janeiro, com 506.652, aparecem no topo, seguidas por Salvador (BA), com 238.534, Fortaleza (CE), com 207.269, Belo Horizonte (MG), com 187.008, e Brasília (DF), com 171.330 domicílios.
São informações que contrariam a suposição de que em São Paulo e outras grandes cidades do país seria inexpressivo o número de pessoas com renda entre meio a um salário mínimo. Os dados do censo também revelam a importância da política de valorização do salário mínimo, que em 2012 deve ter um significativo aumento real (7,5%), para melhorar a distribuição da renda nacional em benefício do povo brasileiro e da economia nacional, proporcionando maior mobilidade social. Os aumentos reais concedidos durante o governo Lula, associados ao Bolsa Família, foram decisivos para a ampliação do consumo popular e do mercado interno, fatores que ajudaram a amortecer os impactos da crise mundial do capitalismo e estimularam o crescimento do PIB.

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