19.6.11
Postado por
Sávio Hackradt
Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Artigo da Profª. da UNP Marígia Tertuliano
Os anos sessenta ficaram conhecidos como um período revolucionário para a sociedade mundial. Nesses acontecimentos, com a participação da mulher e dos jovens, enaltecia-se a importância dos questionamentos às mudanças, entretanto, com a liberdade vigiada.
Hoje, cinquenta e um anos depois, vemos os cidadãos mobilizando e tendo voz, mais uma vez, impulsionados pelo poder de outro instrumento: a tecnologia da informação - no espectro dos mobilizadores da mídia.
Esses movimentos tomaram corpo porque cada cidadão iniciou uma mobilização, inicialmente silenciosa, e em seguida fortalecida por seus pares, ampliaram sua força através da liberdade de expressão.
Hoje, assisti-se a um grande debate sobre essa questão, quando a questão se depara com a liberdade de imprensa.
É necessário fazer uma diferenciação: liberdade de expressão nos remete a liberdade de fala e exposição do que pensamos; enquanto liberdade de imprensa nos leva ao direito de imprimir esse pensamento – o que não é fácil, uma vez que máquinas e equipamentos para esse fim demandam altos investimentos e estão nas mãos de poucos.
Assim, é preciso perceber o que está acontecendo com isso. Os movimentos começam a obter resultados satisfatórios, uma vez que a mobilização em teia promove a afirmação ou negação de informações que cheguam distorcidas à sociedade e, esta, por sua vez, amplia um movimento de fortalecimento das respostas.
Nesse ínterim, aparecem mudanças significativas quanto à difusão dessa informação. Como afirma Foucault em Arqueologia do Saber: “vários, como eu sem dúvida, escrevem para não ter mais um rosto". Portanto, em pouco espaço de tempo, estamos percebendo as mudanças advindas do uso dessa nova tecnologia e de um cidadão que, no anonimato- fake, ou colocando a cara a bater, se mobiliza diante de fatos que o indignam e alcançam os resultados desejados. Foi assim com o Egito; nas eleições do Peru; na campanha presidencial no Brasil; no movimento sobre o metrô de Higienópolis, em São Paulo; no “Fora Micarla”, em Natal, entre outros.
Logo, mesmo no convívio com o capitalismo informacional, o cidadão tem a possibilidade de expressar seus pensamentos em blogs, twitter, facebook, entre outros; tornar-se um mobilizador potencial - uma vez que sua opinião é respeitada por seus pares ou confrontadas, sem intermediários, potencializa o debate e seu poder reivindicatório.
Como afirmou o ex-presidente Lula em sua fala no II Encontro Nacional de Blogueiros, que acontece em Brasília: ”Uma lição de vida que aprendi: não podemos ter medo de chamar essa gente para participar”. “Todas as vezes que tiver dúvidas, problemas, vamos abrir o debate... [assim] acabará o negócio de um País de pensamento único (...)”. “O povo não precisa mais de intermediário na tela e na comunicação”.
A partir daí, percebe-se que os resultados começam a aparecer, mais rapidamente, uma vez que a teia horizontalizada permite ramificações imediatas e transpõe as barreiras, até então impostas pela censura do pensamento único.
Assim, acredito que quanto mais pessoas estiverem emitindo suas opiniões com responsabilidade estarão ampliando o sentido de liberdade.
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