30.10.11
Postado por
Sávio Hackradt
Foi
apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos (OEA), em Washington, o Informe Brasil – Gênero e Educação.
A audiência pública da Comissão, ocorrida na terça-feira (25), tratou das
desigualdades entre mulheres na educação brasileira e de outros países da
América Latina. Recomendações da Comissão aos governos dos países do continente
serão feitas.
Fonte:
Ação Educativa
O
informe brasileiro foi produzido no marco da Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória
pela organização Ação Educativa, com colaboração da organização Ecos –
Comunicação e Sexualidade, do Centro de Referência às Vítimas de Violência do
Instituto
Sedes
Sapientiae (CNRVV-SP). O documento é organizado por Denise Carreira,
coordenadora de
educação da Ação Educativa e relatora Nacional para o Direito Humano à Educação
da Plataforma
DHESCA Brasil.
A
Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória [1] é uma articulação plural de organizações e
pessoas da sociedade civil latino-americana em defesa dos direitos humanos e
por uma educação pública, laica e gratuita para todas e todos. Coordenada
pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM),
a Campanha está presente em 14 países [2] buscando dar visibilidade aos
desafiosdas
relações sociais de gênero na garantia do direito humano à educação.
O
documento brasileiro integra o Informe Regional desenvolvido em todos os países
latino-americanos
que compõem a Campanha e será lançado em 2012. No Brasil, a Campanha está sendo
desenvolvida em parceria com Ação Educativa, Ecos – Comunicação e Sexualidade, Themis
– Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero e Relatoria Nacional para o Direito
Humano
à
Educação (Plataforma DHESCA Brasil).
Educação
e gênero no Brasil: desafio superado?
O
Informe nacional questiona o entendimento de setores governamentais e da
sociedade civil
de que no Brasil os desafios da garantia dos direitos das mulheres e, de forma
mais ampla
e relacional, a equidade de gênero (entre homens e mulheres) na educação já foram
“resolvidos”. Tal visão é reforçada por diversos relatórios produzidos pelo
Estado brasileiro
nas últimas décadas, que apontam a maior escolaridade e melhor desempenho das
mulheres na educação como resposta definitiva às metas internacionais
referentes às
inequidades
de gênero na educação.
O
documento problematiza essa perspectiva e apresenta uma contribuição ao debate sobre
gênero e educação a partir da geração, sistematização e análise de um conjunto
de informações
que traçam um panorama dos desafios atuais.
O
documento é constituído por sete seções:
1)
Informações gerais sobre o país;
2)
A Organização do Sistema educativo no Brasil;
3)
Legislação nacional e políticas públicas em
educação;
4)
Desigualdades na educação;
5)
A educação em sexualidade na educação pública (elaborada pela organização Ecos
– Comunicação e Sexualidade);
6)
Escola e violência sexual (elaborada pelo Centro de Referência às Vítimas de
Violência do Instituto Sedes Sapientae (CNRVV-SP)) e 7) Conclusão: rumo a uma
agenda política.
Visando
o seu aprimoramento, a versão preliminar foi submetida a cinco reuniões com
leitoras e
leitores críticos de São Paulo e Recife, pesquisadoras (es) e ativistas
vinculados a diferentes aspectos
do debate sobre relações de gênero e equidade na educação brasileira.
Em
síntese, o Informe Brasil Gênero e Educação aponta que as problemáticas de
gênero na educação
brasileira se relacionam a seis grandes desafios, profundamente interligados:
•
as desigualdades persistentes entre as mulheres brasileiras: o avanço nos
indicadores de acesso
e desempenho é marcado pelas desigualdades entre mulheres de acordo com a
renda, raça
e etnia e local de moradia (rural e urbano), com destaque para a situação das
mulheres negras
e indígenas;
•
a situação de pior desempenho e de maiores obstáculos para permanência na
escola por parte
dos meninos brasileiros, em especial, dos meninos negros;
•
a manutenção de uma educação sexista, homofóbica/lesbofóbica, racista e
discriminatória no
ambiente escolar;
•
a concentração das mulheres em cursos e carreiras “ditas femininas”, com menor
valorização profissional
e limitado reconhecimento social;
•
a baixa valorização das profissionais de educação básica, que representam quase
90% do total
dos profissionais de educação, que – em sua gigantesca maioria – recebem
salários indignos
e exercem a profissão em precárias condições de trabalho;
•
o acesso desigual à educação infantil de qualidade.
Ao
final do Informe, é apresentada uma proposta de agenda política em gênero e
educação contendo
treze recomendações, com repercussões diretas no campo das políticas públicas.
Meta
de equalização
Uma
das principais recomendações se destina ao novo Plano Nacional de Educação
(PNE), em tramitação
no Congresso Nacional brasileiro e se refere à chamada meta de equalização. Tal meta
propõe que ao longo dos próximos 10 anos o Brasil não somente avance na
melhoria dos diversos
indicadores educacionais para o conjunto da população, mas preveja uma
diminuição
das
desigualdades existentes entre grupos sociais em decorrência da renda, do sexo,
da raça/etnia,
da localização no campo/cidade, da origem regional, da orientação sexual e da
presença de
deficiências.
Tal
proposta, além de outras recomendações do Informe brasileiro, foi transformada
em emenda
e apresentada para apreciação do Congresso Nacional por meio da Campanha Nacional
pelo Direito à Educação, articulação da sociedade civil que lidera o movimento
“PNE pra
Valer”. A meta de equalização proposta ao Congresso estabelece que o Brasil
diminua em 60%
as desigualdades educacionais existentes entre os diversos grupos nos próximos
dez anos.
“O
Brasil conquistou avanços importantes nos indicadores educacionais na última
década, mas
marcados por profundas desigualdades. Fenômeno que impacta a situação das
mulheres, em
prejuízo, sobretudo, das mulheres negras, indígenas e rurais. É necessário que
as políticas educacionais
intervenham de forma mais precisa nessa realidade não somente com relação
ao
acesso à educação, mas ampliando o que se entende por qualidade educacional,
rumo a uma
educação que supere o sexismo, o racismo e outras discriminações ainda
presentes nas creches,
escolas e universidades”, afirma Denise Carreira, coordenadora do Informe
brasileiro.
[1] Mais informações
sobre a Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória no Brasil com
a coordenadora nacional, Ingrid Leão: ingridleao@hotmail.com
[2]
Equador, Bolívia, Uruguai, Panamá, Peru, Colômbia, Argentina, El Salvador,
Paraguai, Brasil, Honduras,
México, Porto Rico e República Dominicana.
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