4.10.11
Postado por
Sávio Hackradt
As
grandes crises econômicas mundiais trazem o desemprego e a miséria, e atingem
também os investidores. Houve milionários que, vítimas de sua própria ambição e
dos especuladores, chegaram ao suicídio, como na queda vertiginosa da Bolsa de
Nova Iorque, em 1929. Mas as grandes crises são “o sonho feito realidade para
aqueles que querem fazer dinheiro”, como revelou um corretor de valores de
Londres, Alessio Rastani, em entrevista à BBC, que reproduzida pela internet, está
surpreendendo o mundo.
Por
Mauro Santayana no seu blog
Ele
afirmou também que havia sonhado três anos com uma recessão como a atual.
Rastani é auto-identificado pelo seu site na rede mundial como hábil operador,
consultor no mercado de capitais, e conferencista que percorre o mundo, a fim
de orientar os investidores. Ele declarou à emissora britânica que quem manda
no mundo, porque manda nos governos, é o grande banco de investimentos Goldman
Sachs.
Rastani
não citou diretamente o jornalista francês Marc Roche que, no ano passado,
publicou um livro forte, e sobre o qual os grandes meios internacionais de
comunicação quase nada dizem, com o título de La Banque: Comment Goldman Sachs
dirige le monde (Albin Michel, Paris, 2010). Roche é, há mais de vinte anos,
correspondente de Le Monde, na City de Londres, o que lhe possibilita
acompanhar os grandes movimentos das finanças internacionais. O livro demonstra
que o banco americano conseguiu atuar junto ao governo de grandes países,
mediante a infiltração de seus ex-dirigentes, ao mesmo tempo em que cooptou
ex-governantes para participar de suas grandes decisões, em operação que, de
acordo com o livro de Marc Roche - em entrevista à televisão, o escritor os
chamou de imorais- sugere corrupção e suborno em escala global.
Entre
outros, Marc Roche cita o atual presidente do Banco Central da Itália, Mario
Draghi. Draghi, como representante da Itália, participa do board do Banco
Central Europeu, e é cotado para suceder a Trichet, na presidência da
instituição. Foi vice-presidente e diretor executivo do Goldman Sachs para a
Europa (e também diretor do Banco Mundial). Outro italiano, Mario Monti, é
conselheiro atual do Goldman, para assuntos internacionais, e foi comissário da
União Européia para o mercado interno e para os assuntos de concorrência.
Nesses cargos, Monti defendeu ardorosamente a divisão de todos os serviços
públicos em empresas médias e sua privatização.
Em
sua tática de recrutamento, Goldman Sachs cooptou também Otmar Issing,
ex-diretor do Bundesbank – o Banco Central da Alemanha – e ex-economista chefe
do Banco Central Europeu, para o seu conselho diretor. Dirigentes do Goldman
ocuparam posições destacadas no governo norte-americano, e ainda ocupam. Robert
Rubin, de sua diretoria executiva, foi Secretário do Tesouro de Bill Clinton,
de 1995 a 1999; Henry Paulsen, ex-presidente do Goldman, foi nomeado Secretário
de Tesouro de George Bush, em 2006. Ainda nos Estados Unidos: o atual
Secretário do Tesouro, Tim Geithner, escolheu, como seu chefe de gabinete, Mark
Patterson que, durante dez anos, foi o chefe dos lobistas do Goldman Sachs
junto ao Congresso dos Estados Unidos.
Até
mesmo na África, o Goldman tem os seus tentáculos. Olusengun Aganga, que
dirigia o serviço dos hedge funds, foi nomeado ministro de Economia do atual
governo da Nigéria. Tito Mboweni, presidente do Banco Central da África do Sul,
de 1999 a 2009, foi contratado pelo Goldman como seu conselheiro internacional,
em maio do ano passado. Como registra o autor do livro, o Goldman conseguiu manipular
os governos, de Mandela a Bush. Um só ato mostra a capacidade de cooptação do
Goldman Sachs. Quando Secretário do Tesouro de Bush, seu ex-presidente, Henry
Paulsen, decidiu que o Tesouro socorresse com 60 bilhões de dólares a
seguradora AIG, falida pelas operações da bolha imobiliária. A primeira dívida
da AIG a ser saldada, de 29 bilhões de dólares, foi exatamente com o Goldman
Sachs.
Todas
essas revelações, não contestadas pelo Goldman Sachs, mostram como atuam as
grandes instituições financeiras. Elas só podem assim agir, porque os estados
nacionais - hoje chefiados, salvo poucas exceções, por servidores do
neoliberalismo - renunciaram à sua responsabilidade essencial, de promover a
justiça e impedir o saqueio dos bens comuns pelos criminosos, muitos deles de
enganosa respeitabilidade acadêmica, como são os principais dirigentes do
Goldman Sachs.
Como
estamos no assunto, Wall Street continua cercada pelos “indignados”
manifestantes de Nova Iorque, que contam com o apoio de personalidades
conhecidas, como Michael Moore, o incômodo cineasta de Farenheit 9/11 e o
lingüista Noam Chomsky. É um princípio ainda tênue, mas os movimentos sociais
são como os rios: nascem em pequenas fontes e vão crescendo rumo ao mar. No
Brasil, é ainda tímida a atuação dos intelectuais – e de todos os cidadãos -
junto ao Congresso para uma necessária e rigorosa legislação reguladora do
sistema financeiro, o principal beneficiário da política privatizadora do
governo Fernando Henrique Cardoso.
E
para continuar no assunto: a escultura, intitulada “O dedo de Deus”, de
Maurizio Cattelan, irreverente artista italiano - um punho fechado, mostrando o
dedo médio levantado, gesto obsceno em quase todos os países do mundo - havia
sido retirada da frente da Bolsa de Valores de Milão pela prefeita Letizia
Moratti. O novo prefeito da cidade, Giuliano Pisapia, de centro-esquerda, com o
apoio dos “indignati” italianos, recolocou-a em seu lugar.
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