CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

27.2.11


Os trabalhadores terceirizados que operam as sondas da Petrobrás nos estados da Bahia e do Rio Grande do Norte iniciam nesta segunda-feira, 28, greve de cinco dias, com parada de produção. O indicativo da FUP foi aprovado nas assembléias, que apontaram também a avaliação de continuidade do movimento, caso a Petrobrás insista na atual política de terceirização que tem precarizado cada vez mais as condições de trabalho e segurança, em função de um modelo de contratação predatório, baseado no menor preço. 
Além de perda de massa salarial, redução de postos de trabalho e ataques a direitos e conquistas consolidados após anos de luta, os contratados sofrem constantes cortes nas condições de trabalho e segurança, aumentando, ainda mais, o risco de acidentes, cujas principais vítimas são os trabalhadores terceirizados. A cada ano, as licitações da Petrobrás provocam uma concorrência predatória levando as empresas a apresentarem contratos com valores que não são sustentados na prática. Quem paga a conta é o trabalhador, que sofre com aumento de jornada, banco de horas extras, demissões, redução de salários, cortes de treinamento e ataques a direitos conquistados a duras penas, como assistência médica de qualidade, pagamento da PLR e quinta turma.
Há muito tempo, a FUP e seus sindicatos vêm denunciando esta situação a Petrobrás, exigindo mudanças no modelo de contratação. No início deste ano, antes da empresa iniciar suas novas licitações nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe, a Federação apresentou à Gerência de Sondagem Terrestre um conjunto de condições básicas que deveriam ser contempladas nos novos contratos para garantir os direitos já consolidados pelos trabalhadores e evitar mais ataques. No entanto, a Gerência desrespeitou as demandas dos trabalhadores e sequer respondeu à solicitação da FUP de reunião para discutir estas questões. Nesta quinta-feira, 24, a Federação voltou a cobrar a urgência de um novo modelo de contratação, durante a reunião da Comissão de Terceirização.
A greve nas sondas da Bahia e do Rio Grande do Norte é a resposta da categoria à falta de vontade política da gestão da Petrobrás em tratar com respeito e de forma propositiva as reivindicações da FUP e de seus sindicatos em relação às demandas dos trabalhadores terceirizados, principalmente, no que diz respeito à mudança do modelo de contratação

Do UOL Notícias/Cotidiano
No Brasil, 38% dos adolescentes brasileiros em situação de pobreza, superando o percentual de 29% da média da população, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância ).
De acordo com a pesquisa, 56% das crianças e dos adolescentes afrodescendentes são afetados pela pobreza.
A pesquisa também mostrou como a pobreza afeta os adolescentes por região do país. A região que concentra mais jovens em situação de pobreza é o semiárido nordestino, onde 67,4% dos jovens são pobres. Na região Amazônica, 56,9% das crianças e adolescentes estão na mesma condição. Mesmo nas regiões Sul e Sudeste, onde a pobreza é considerada menor do que nas demais regiões, crianças e adolescentes negros têm 70% a mais de chances de ser pobres do que os brancos. 
A pobreza também é maior entre crianças e adolescentes com deficiência: segundo o Unicef, nesse caso, os jovens têm 12 vezes mais chances de ser pobres do que os demais.
Atualmente, 13 milhões de crianças e adolescentes vivem no Semiárido brasileiro, onde a população de 12 a 17 anos soma cerca de 5 milhões de pessoas. Outros 9 milhões de crianças e adolescentes moram na Amazônia Legal brasileira.
"Em consonância com o relatório mundial, a situação dos adolescentes no Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário mais vulnerável em relação a determinados riscos, como o desemprego e subemprego, a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de qualidade de vida. As oportunidades são ainda mais
escassas quando são levadas em consideração outras dimensões da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local de moradia, gênero, raça ou etnia", conclui o estudo.
Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Marígia tertuliano - Profª da UNP
Para a Organização das Nações Unidas – ONU, os fundamentos do voluntariado são os valores da vontade livre, do compromisso, do engajamento e da solidariedade. De acordo com a Lei do Voluntariado Nº 9.608 de 18/02/98, Art.1º considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos e de assistência social, inclusive mutualidade.
O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
Pontuar os sentimentos e razões que movem o ser humano à ação voluntária não é das tarefas mais fáceis, sendo para alguns autores, o amor a mola propulsora do trabalho social, assim como as religiões.
 Segundo Ana Maria Domeneghetti, os voluntários diferem conforme sua etnia, além de outros fatores, como a cultura. Para ela, o voluntário brasileiro, se movimenta muito mais pelo paternalismo e está, na maior parte das vezes, ligado a caridade. Em contrapartida, os norte-americanos praticam trabalhos voluntários muito mais pelo amor a pátria e ao nacionalismo.
A partir dessa afirmação pergunto: como os nordestinos serão levados a trabalhar como voluntário na Copa 2014, uma vez que, os custos com viagem, hospedagem e alimentação são de responsabilidade do voluntário? Como incentivar o cidadão às ações voluntárias em um mundo, onde o individualismo e a individualidade persistem.
Na iniciativa privada, a valorização à experiência em trabalho voluntário conta muito, pois mostra o perfil integrador do candidato. Os relatórios e estudos sobre Responsabilidade Social Empresarial - RSE confirmam: as empresas estão agregando valor as suas marcas, uma vez que sua imagem fica evidenciada perante o público interno e externo, quando a responsabilidade social faz parte de seus valores.
No terceiro setor, as práticas voluntárias são sua essência, o que o credencia a ajudar na formação dos voluntários que precisam ser inscritos para atenderem as demandas de 2014.
E o setor público? Como trabalhará para ajudar aos norte-rio-grandenses a participarem dessa empreitada?
Pensando a questão fui buscar informações e encontrei no site da ONU, mais possibilidades de incentivo ao voluntariado - http://www.onlinevolunteering.org/es/vol/
Oportunidade? Claro! 2014 está chegando e 2011 deverá ser o ponto de partida à prática que deverá ser ampliada em 2014. 

26.2.11


Uma luta de todos
Agência Brasil
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, convocou nesta sexta-feira (25) a sociedade brasileira para fazer uma mobilização permanente, a partir do carnaval, com a finalidade de preservar e fazer respeitar os direitos da criança e do adolescente em todo o país.
Ela lançou no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a campanha de carnaval para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. “Essa campanha é uma das primeiras ações que nós estamos fazendo este ano, para enfrentarmos juntos - governo federal, municípios, estados e a sociedade brasileira - a exploração sexual”. O lançamento da campanha ocorreu simultaneamente em 17 aeroportos brasileiros.
A ideia da ministra é estender a ação, também, às estradas e rodoviárias do país. O carnaval foi escolhido para iniciar a campanha porque, segundo Maria do Rosário, as crianças e adolescentes ficam mais vulneráveis à exploração sexual em épocas festivas.
A bola é o símbolo da campanha, porque além do seu significado lúdico, ela traduz o compartilhamento de uma responsabilidade, que é combate à violência sexual contra os menores de idade, disse a ministra. “Começa no carnaval, segue o ano inteiro. E o símbolo é a nossa bola, porque nós já estamos também no ritmo da Copa [do Mundo de Futebol], para dizer que a Copa será para o Brasil um momento de proteção das crianças”.
A ministra atribuiu o aumento de denúncias no carnaval à situação de vulnerabilidade da infância nessa época do ano. Deixou claro, entretanto, que isso não tem ligação com as escolas de samba. “Escola de samba, em geral, é um lugar em que as pessoas cuidam muito das crianças. Mas, a questão do álcool, das drogas, corre solta e traz maior vulnerabilidade. Muitas crianças também ficam sozinhas. E isso é muito preocupante. Nós temos, todos, que assumir a responsabilidade com as crianças brasileiras”.
A ministra ressaltou que a presidente Dilma Rousseff não quer que o governo se limite a fixar políticas de apoio às crianças, mas que empreenda ações práticas. “Tem que agir”, sublinhou. Ela externou preocupação com os cerca de 2,5 milhões de atendimentos feitos pelo serviço gratuito Disque Direitos Humanos, o Disque 100, registrados entre maio de 2003 e dezembro do ano passado.
A campanha, disse Maria do Rosário, é para que o Brasil não “acostume seu olhar” e considere a exploração de menores uma coisa natural. “A sociedade tem que estar vigilante e não pode aceitar essa situação”, afirmou. “Criança não é objeto de consumo. Criança é vida. Criança não é para sofrer nenhuma forma de violência”, completou.
Até maio, a secretaria vai trabalhar as ações que serão lançadas pela presidente Dilma Rousseff no Dia Nacional de Combate à Violência e Exploração Sexual. Essas ações serão desenvolvidas por todos os ministérios.
“O objetivo é fortalecer os conselhos tutelares, garantir esse trabalho. Punir os responsáveis. Mas, por outro lado, trazê-los [os menores] para uma condição de vida diferente, melhor, respeitar a dignidade humana e, ao mesmo tempo, impedir que novas crianças entrem numa vida tão terrível e destruidora como essa”, disse.

Do site do Ibope - Matéria divulgada no Portal Universidade, no dia 24 de fevereiro de 2011, sobre um estudo para a ONG Ação Educativa
Em cada dez universitários de até 24 anos, quase dois podem ter problemas em acompanhar o curso devido a dificuldades de compreender textos e resolver cálculos complexos. 

Eles são 18% dos estudantes de ensino superior, que possuem nível de alfabetização considerado básico por especialistas.
 
Os dados são da organização não governamental Ação Educativa e do Instituto Paulo Montenegro, do Ibope. 

As instituições analisaram o impacto do analfabetismo funcional no ensino superior, a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf).

O estudo analisou jovens de 15 a 24 anos das regiões metropolitanas de Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF). 

“18% de jovens com nível básico de alfabetismo no ensino superior é um dado bastante preocupante. 

Isso porque eles vão encontrar limitação no seu desenvolvimento pessoal, cultural e profissional”, analisa coordenadora geral da Ação Educativa, Vera Masagão. 

As pessoas com nível básico de alfabetismo leem e compreendem textos de média extensão e resolvem problemas com uma sequência simples de operações. 

No entanto, têm dificuldade quando as operações envolvem mais elementos e etapas, segundo o estudo.

Eles, “embora tenham condições de prosseguir nos estudos, poderão ter limitações significativas para absorver o conteúdo que lhes seja oferecido ou contam com suprir, na faculdade, as deficiências acumuladas em sua trajetória escolar”, aponta a publicação.

Travados

Pouco mais de um em cada quatro jovens analisados pela pesquisa estão excluídos do ensino superior por não terem concluído etapas da educação básica. 

Ao todo, 22% podem ser considerados analfabetos funcionais, 36% ainda estavam no ensino fundamental e apenas 56% terminaram ou estão cursando o ensino médio.
 
“Eles são vítimas de um currículo escolar pobre, da falta de professores e da desmotivação dos profissionais da educação”, analisa Vera. “Em geral, eles não tiveram informações sobre oportunidades como EJA [Educação de Jovens e Adultos] e ProJovem”.
 
O reconhecimento da dificuldade de leitura é uma das barreiras para avançar os estudos, segundo o levantamento. 

Metade dos entrevistados pretende estudar em cursos pré-vestibulares gratuitos, sendo que apenas 8% deles têm nível de alfabetização rudimentar, no qual é possível ler anúncios ou cartas pequenas e manusear dinheiro.

Despesa com juros em janeiro é maior que um ano de Bolsa Família
A esta altura a oligarquia financeira deve estar soltando gargalhadas. Motivos não faltam. O setor público brasileiro consolidado (governos federal, estaduais e municipais) registrou superávit primário de R$ 17,748 bilhões em janeiro, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central (BC). O valor é bem maior do que o orçamento de um ano do Bolsa Família (cerca de R$ 12 bilhões). No primeiro mês de 2010, o superávit foi de R$ 16,084 bilhões.
Por Umberto Martins –Portal Vermelho
O superávit em tela é uma economia que os governos fazem para bancar o pagamento dos juros da dívida pública. Para obtê-la, as autoridades são induzidas a cortar gastos com saúde, educação e aposentadorias (salário mínimo), entre outros. Tudo é feito sob o manto da austeridade e responsabilidade fiscal.
Redistribuição da renda
Opera-se por este meio uma chocante transferência de renda do conjunto do povo brasileiro para os bolsos dos credores da dívida interna, especialmente banqueiros e investidores estrangeiros. O Brasil paga as maiores taxas reais de juros do mundo e é um verdadeiro paraíso para os especuladores que dominam o mercado financeiro.
Fixada em 11,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a taxa básica de juros (Selic), base da remuneração dos títulos públicos, atrai capital especulativo de curto prazo de todo o mundo. Pega-se dinheiro emprestado nos EUA a juros que variam entre 0 a 0,25%, bem como em outros países do dito 1º Mundo, para comprar títulos públicos que rendem 11,25%.
É um ganho fácil, preguiçoso e seguro, já que os especuladores adquirem títulos da chamada dívida soberana, bancada pelo Estado nacional. O ingresso de recursos desta natureza no balanço de pagamentos brasileiro contribui decisivamente para a valorização do real, que provoca notórios estragos na indústria nacional.

Entrevista 10 x 140 
Perfil de Rodolfo Alves – Natal/RN, 26 anos, é do Conselho Comunitário Ponta Negra, Esp. em Gestão Pública, Publicitário, Produtor Cultural, colunista em sites/blogs.
P- Com funciona o Conselho Comunitário de Ponta Negra?
Rodolfo – Com participação popular, comissões discutem sobre áreas de interesse do bairro. O trabalho está no responsabilidadeativa.blogspot.com
P- Ponta Negra é uma das áreas mais bonitas de Natal. Como anda a luta pela preservação do bairro?
Rodolfo – Nossa maior luta é a preservação através do plano diretor de Ponta Negra e o combate conta a especulação imobiliária.
P- Quais são os grandes problemas de Ponta Negra nos dias de hoje?
Rodolfo – Os principais problemas hoje são: Segurança Pública, Prostituição, Transporte Urbano, Degradação Ambiental (praia) e o Tráfico de Drogas.
P- Como especialista em Gestão Pública como você analisa a atual gestão na prefeitura de Natal?
Rodolfo – A atual gestão enfrenta o isolamento político e o abandono irresponsável dos partidos: DEM, PMN, PR igualmente culpados pela atual gestão.
P- E a nova gestão no governo do Rio Grande do Norte, já dá para fazer alguma avaliação?
Rodolfo – Ainda acho muito cedo para avaliar a nova gestão do governo do RN, porém o reajuste salarial dos Deputados é Imoral.   
P- Como Produtor Cultural, qual sua opinião sobre o apoio de instituições públicas aos artistas locais?
Rodolfo – Em 140 caracteres não dá, mas politicagem e a falta de gestores “profissionais da área” resumem muita coisa.
P- A iniciativa privada em Natal tem apoiado a produção cultural na cidade?
Rodolfo – Muito pouco. O apoio hoje depende basicamente dos editais. Eles são as principais ferramentas de apoio às produções locais.
P- O que faz um produtor Cultural?
Rodolfo – É o responsável pela criação e organização de projetos de culturais, mas em Natal tem que se fazer muito mais se não o projeto não anda.
P- O que é o Twitter para você?
Rodolfo – O Twitter é mais que um site de relacionamento. É um veículo de mobilização social que envolve a sociedade em geral em prol de um objetivo.
P- Quando não está trabalhando o que você mais gosta de fazer?
Rodolfo – O que mais gosto de fazer é ir para eventos culturais.
*Se você quer conhecer um pouco mais o Rodolfo Alves converse com ele no Twitter @RodolfoAlves_

25.2.11


A Organização Não-governamental (ONG) "Repórteres Sem Fronteira (RSF), que defende a liberdade de imprensa em todo o mundo, passou a monitorar o caso de repercussão nacional, que envolve o editor deste Blog. 

A avalanche de processos (11, protocolados  em apenas um dia e mais de 30 no total) despertou a instituição.

"Carlos Santos, jornalista independente da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi condenado neste mês de fevereiro de 2011 a doar a quantia de 6 000 reais (2 600 euros) a associações filantrópicas devido a três comentários contra a prefeita da localidade, Fátima Rosado, publicados no seu blog )", assevera a RSF.

"A multa substitui a sentença inicialmente proferida de um mês e quatro dias de prisão por cada um dos comentários, mais de três meses no total",  continua a Repórteres Sem Fronteira, em seu portal.

“Estou sitiado, mas bem”, declarou o jornalista a Repórteres sem Fronteiras a 24 de fevereiro.

A prefeita Micarla entrou no seu terceiro ano de mandato sem convencer a maioria dos natalenses de que ela foi uma boa escolha que a sociedade fez para governar Natal.
Sem apoio político significativo e sem rumo gerencial, Micarla de Sousa joga todas as suas cartas no apoio da presidente Dilma Rousseff ao seu governo, enquanto enfrenta protestos nas ruas de Natal, como foi o caso de quinta-feira (24/02).
A prefeita e sua assessoria fizeram essa semana uma ofensiva com fotos e notas nos Blogs e jornais sobre o encontro com a presidente Dilma. É possível que Dilma tenha alguma simpatia por Micarla. E não há o que se discutir sobre simpatias. Essa história do poderoso – no caso agora a poderosa – de plantão no Palácio do Planalto receber prefeitos de Natal e distribuir sorrisos e gentilezas para o alcaide – no caso agora a alcaidesa – do momento é lugar comum na história recente da prefeitura de Natal.
A questão de fundo, é o que os natalenses ganham com isso? Por enquanto, os projetos para Natal são das administrações anteriores – Lula na presidência e Carlos Eduardo na prefeitura de Natal -.
O fato real é que Micarla até agora não apresentou projetos para Natal capazes de convencer aos natalenses que a cidade é bem administrada e o futuro é alvissareiro. O horizonte que se apresenta para Natal é a Copa do Mundo de 2014 que provocará uma série de obras na cidade de intervenção urbanística. As obras são frutos das exigências do Comitê Organizador da Copa e serão realizadas independente de quem esteja na prefeitura.
No campo político a prefeita não consegue atrair ninguém. Os partidos fogem dela como o diabo foge da cruz. Até o DEM pulou fora do barco e o PSDB não aceitou participar do governo, ambos aliados desde a eleição de 2008.
Enquanto isso, cidadãos e cidadãs natalenses começam a se mobilizar nas ruas gritando “Fora Micarla” e “Xô inseto”.
As fotos da Tribuna do Norte mostram uma significativa presença popular nas ruas da cidade.
Os natalenses vão prosseguir com as manifestações?
O apoio de Dilma salvará Micarla?

Bob Fernandes e Marcela Rocha
Terra Magazine publicou, na quarta-feira (23) e quinta (24), a essência de contundente relatório do Congresso norte-americano. Seis deputados do Partido Democrata e quatro do Partido Republicano integraram a Comissão que vasculhou as vísceras da crise econômica e financeira nascida nos Estados Unidos e espalhada pelo mundo.
Na conversa que se segue, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos primeiros a alertar, desde 2007, sobre a bolha hipotecária nos EUA, fala sobre as conclusões do Congresso dos EUA e sobre os efeitos da crise que se prolonga neste 2011.


Antes de mais nada, Belluzzo diz o que pensa sobre as conclusões do Relatório do Congresso norte-americano, um catatau de mais de 600 páginas:
- O relatório, que é muito bem feito, montado numa trilogia de depoimentos, descrição de fatos e análises, é uma autópsia do cadáver do sistema financeiro nos últimos trinta anos. É a autópsia de um morto-vivo, um zumbi que ainda pode voltar a nos assombrar.

Por que estou aqui escrevendo sobre uma apostila eleitoral de quase quatro décadas atrás? Porque talvez nunca desde então uma oposição tenha aberto a legislatura tão enfraquecida
Resgatei uma preciosidade da estante, a apostila “MDB em ação nos comícios de rádio e televisão”. Foi a cartilha distribuída aos candidatos do então Movimento Democrático Brasileiro na preparação da campanha eleitoral de 1974.
Já faz algum tempo, então é bom explicar. O Brasil vivia uma ditadura meio jabuticaba, com Parlamento aberto e eleições periódicas, mas com a esquerda proscrita. As regras eleitorais e partidárias eram rígidas e na prática só permitiam dois partidos.
O do governo era a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que havia vencido com folga a eleição de 1970. Fora beneficiada pelo milagre econômico, pela repressão e também por um detalhe: parte da esquerda votava nulo, ou branco, no auge das ilusões armadas.
A apostila tem a lista dos então dirigentes do MDB. Se cada um tem o direito de escolher seus herois, eu escolho aqueles homens e mulheres que, no meio da loucura geral, resolveram que o melhor mesmo para a volta da democracia era mobilizar pacificamente, aproximar-se da sociedade, construir diretórios partidários e disputar eleições.
Minha modesta homenagem a eles.
Olhei a lista e vi ali pelo menos dois que ainda estão na ativa.
Os deputados Henrique Alves (RN) e Waldomiro Teixeira (RJ), que depois virou “Miro” e hoje é do PDT. O atual líder do PMDB continua na Câmara dos Deputados ininterruptamente desde lá. O pedetista ficou quatro anos fora, foi candidato a governador do Rio pelo PMDB em 1982, perdeu para Leonel Brizola (PDT) e depois voltou ao Congresso para ficar.

O Ministério do Trabalho apresentou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, (CGED), relativo ao mês de janeiro, bem desfavoráveis ao Rio Grande do Norte.
O Estado ficou como vice-campeão nacional de Desemprego. O RN só perdeu para Pernambuco no número de demissões de trabalhadores com carteira assinada.
Em Pernambuco foram demitidos cinco mil e novecentos trabalhadores, e no Rio Grande do Norte duas mil e duzentas pessoas. Depois vem a Paraíba desempregando mil e cem pessoas e o Maranhão com mil e seis.
Já o estado campeão em criação de novos empregos é São Paulo, com cinqüenta e quatro mil e trezentos, novos postos de trabalho. Em seguida vem o Rio Grande do Sul com dezessete mil e duzentos, Santa Catarina com dezesseis mil e oitocentos, Paraná com quatorze mil e novecentos, Minas Gerais com treze mil e oitocentos, e Goiás treze mil novos postos de trabalho.
Por regiões, o Sudeste mantém a costumeira liderança, com a criação de setenta e um mil e noventa e cinco postos de trabalho, seguido pelo Sul com quarenta e nove mil e setenta e cinco, o  Centro-Oeste com vinte e oito mil e quinhentos e cinqüenta e dois, e o Norte com três mil novecentos e oitenta.
O Nordeste só criou seiscentos e onze postos de trabalho com carteira assinada em janeiro.
Esses dados são um primeiro alerta das dificuldades que podem vir pela frente. Num estado pouco desenvolvido como o RN, as duas grandes máquinas impulsionadoras para a geração de emprego e renda são o governo do estado e a prefeitura de Natal que estão com problemas financeiros.
Ao que parece, este ano de 2011 não se projeta como um ano alvissareiro para os potiguares.

24.2.11


Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo
Pela primeira vez, 20 anos depois da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil conseguiu traçar o perfil de crianças e adolescentes que trabalham ou dormem nas ruas do País. São 23.973 espalhados pelas 75 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. E 63% foram parar lá por causa de brigas domésticas.
Os resultados, ainda inéditos e obtidos com exclusividade pelo Estado, vêm do censo nacional encomendado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável (Idesp). "O resultado ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Servirá para a criação de uma política nacional para essa população, a partir de cinco grandes encontros nas diferentes regiões do Brasil", diz Marco Antonio da Silva, conselheiro do Conanda e diretor nacional do Movimento de Meninos e Meninas de Rua.

Mapa da Violência mostra que, em 2008, morreram 103% mais negros assassinados no Brasil; crimes contra eles não param de crescer
Lisandra Paraguassu - O Estado de S.Paulo
No Brasil, em cada três assassinatos, dois são de negros. Em 2008, morreram 103% mais negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%. Esses números estão no Mapa da Violência 2011, um estudo nacional que será apresentado hoje pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz.
Os números mostram que, enquanto os assassinatos de brancos vêm caindo, os de negros continuam a subir. De 2005 para 2008, houve uma queda de 22,7% nos homicídios de pessoas brancas; entre os negros, as taxas subiram 12,1%.
O cenário é ainda pior entre os jovens (15 a 24 anos). Entre os brancos, o número de homicídios caiu de 6.592 para 4.582 entre 2002 e 2008, uma diferença de 30%. Enquanto isso, os assassinatos entre os jovens negros passaram de 11.308 para 12.749 - aumento de 13%. Em 2008, morriam proporcionalmente mais 127,6% jovens negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença era de 39%.
Paraíba. Os dados são mais impressionantes quando se analisam números de alguns Estados. Na Paraíba, em 2008, morreram 1.083% mais negros do que brancos. Em Alagoas, no mesmo ano, foram 974,8% mais mortes de negros. Em 11 Estados, esse índice ultrapassa 200%. As diferenças são pequenas apenas nos Estados onde a população negra também é menor, como no Rio Grande do Sul, onde a diferença é de 12,5%; Santa Catarina, com 14,7%; e Acre, com 4%.
O Mapa da Violência 2011 mostra que apenas no Paraná morrem mais brancos do que negros, com uma diferença de 34,7%. Na população jovem, o campeão é Alagoas. Em 2008, morreram 1.304 % mais negros que brancos. Na Bahia, onde se concentra a maior população preta e parda do País, a diferença foi de 798,5%.
Pobres. "Alguns Estados têm taxas insuportáveis. Não é uma situação premeditada, mas tem as características de um extermínio", disse Waiselfisz, em entrevista ontem ao Estado. "A distância entre brancos e negros cresce muito rápido", ressalta.
O pesquisador credita essa diferença à falta de segurança que envolve a população mais pobre, em que os negros são maioria. "O que acontece com a segurança pública é o que já aconteceu com outros setores, como educação, saúde, previdência social: a privatização. Quem pode paga a segurança privada. Os negros estão entre os mais pobres, moram em zonas de risco e não podem pagar."
PARA ENTENDER
O Mapa da Violência utiliza o sistema de classificação de cor adotado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para simplificação, negro passou a ser adotado tanto para os que se declaram pretos quanto para os pardos. O sistema só incluiu a informação em 2002, quando 92% dos óbitos já relacionavam a cor da vítima

Entrevista 10 x 140
Perfil de Emanoel Barreto – Natal/RN, jornalista, professor da UFRN, doutor em Ciências Sociais, autor dos livros “Crônicas para Natal” e “História do Comércio no RN”.
P- Como você iniciou sua carreira de jornalista?
Emanoel Barreto – Comecei em 1974 como repórter policial no Diário de Natal, ao lado de Alexis Gurgel e do grande repórter Pepe dos Santos.
P- Como jornalista que funções você ocupou na carreira?
Emanoel Barreto – Depois, fui repórter de cidade e de política. Fui editor setorial e editor chefe na Tribuna, Dois Pontos, Jornal de Hoje e TV Ponta Negra.
P- De todas as funções que você ocupou, qual a que mais você gosta e porque?
Emanoel Barreto – Gosto da reportagem aprofundada e de editar páginas com diagramadores talentosos. O texto em arte visual.
P- Que diferenças existem no jornalismo praticado hoje para o jornalismo que era praticado quando você começou?
Emanoel Barreto – A grande diferença é a facilidade na edição com o uso do computador. Facilita e agiliza o trabalho.
P- Você hoje tem forte atuação na academia como professor da UFRN. Fale um pouco do que você leciona na UFRN.
Emanoel Barreto – Leciono matérias técnicas como jornalismo impresso. É gratificante perceber o surgimento de talentos.
P- O que mais lhe atrai na universidade?
Emanoel Barreto – A possibilidade de ampliar o universo jornalístico com o aporte da teoria e das humanidades ao ensino técnico.
P- Fale dos dois livros que você publicou.
Emanoel Barreto – “Crônicas para Natal e “História do Comércio no RN”. O primeiro pela crônica como registro histórico, o segundo pela pesquisa apurada.
P- E o seu blog “Coisas de Jornal” HTTP://coisasdejornal.blogspot.com?
Emanoel Barreto – Uma agradável oportunidade de continuar a fazer jornalismo mesmo afastado das redações.
P- O que é o Twitter para você?
Emanoel Barreto – Uma extraordinária ferramenta de interação e de informação em tempo real.
P- Quando não está trabalhando o que você mais gosta de fazer?
Emanoel Barreto – Gosto de ler, escrever e conviver com a minha mulher, filhas, filhos e netos.
*Se você quer conhecer um pouco mais o Emanoel Barreto converse com ele no Twitter @VelhoBarreto

23.2.11

No momento em que se debate uma política que valoriza o salário mínimo no Brasil, penso ser oportuno resgatarmos alguns aspectos dos rumos que sustentam alguns projetos político-econômicos no Brasil e no mundo.
Por Divanilton Pereira*
Nessa direção, ganham relevo os debates em torno da crise capitalista manifestada em setembro de 2008. Nela os defensores do deus-mercado sofreram importante derrota ideológica enquanto projeto político. Marx e Keynes retomaram fôlego como elaboradores científicos do papel do estado na indução econômica.
Naquela ocasião, contraditoriamente, os críticos do fortalecimento dos Estados nacionais sobreviveram com vultosos recursos financeiros desses mesmos Estados. No modo de produção capitalista, mesmo que em última instância eles estejam aí para isso, desmascarou-se o discurso da autorregulação pelo mercado, até então apresentado como caminho único, como uma verdade absoluta.
Atualmente, a Europa e os Estados Unidos, apenas citando esses dois grandes centros, ainda sofrem fortemente seus efeitos – sobretudo a classe trabalhadora que luta para manter os antigos anéis do “bem-estar social” e impedir que sejam arrancados através de pacotes governamentais antitrabalho.


Área aumentou 4 milhões de hectares, colocando o País na liderança dos que mais expandiram a superfície plantada com organismos geneticamente modificados; pelo segundo ano, Brasil tem o maior crescimento entre os 29 países que adotam a tecnologia
Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo
O Brasil é o país onde o cultivo de lavouras transgênicas mais avança no mundo. Em 2010 foram plantados 25,4 milhões de hectares de lavouras geneticamente modificadas (soja, milho e algodão) - aumento de 19%, ou 4 milhões de hectares, em relação a 2009. A área total equivale ao Estado do Piauí.
O resultado levou o Brasil a manter a posição conquistada em 2009, quando ultrapassou a Argentina e passou a ocupar o segundo posto no ranking mundial dos 29 países que adotam as culturas transgênicas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 66,8 milhões de hectares. Os dados fazem parte do relatório anual do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês), divulgado ontem.
"O Brasil caminha de forma rápida para ser o maior produtor de transgênicos no mundo", afirmou Clive James, presidente do Isaaa. Segundo ele, os países em desenvolvimento despontam como os maiores produtores de transgênicos: 19 países adotam esse tipo de lavoura e concentram quase a metade (48%) das plantações geneticamente modificadas.
Risco. Segundo o Isaaa, a expansão da área cultivada de transgênicos é fruto de um maior interesse dos agricultores em adotar a tecnologia que, segundo as empresas, permite aumentar a produtividade e reduzir os custos com inseticidas e herbicidas.
Mas o avanço também é visto com desconfiança por ambientalistas e entidades contrários à adoção da tecnologia. "O avanço do cultivo de transgênicos é preocupante porque o Brasil não possui meios eficazes para controlar os riscos que esse tipo de lavoura traz", diz Sérgio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace.

Sob impacto dos preços de educação e transporte, IPCA-15 deste mês ficou em 0,97%, mantendo a trajetória de alta que em janeiro apontou 0,76%
Alexandre Rodrigues - O Estado de S.Paulo
A prévia da inflação de fevereiro medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) atingiu 0,97%, mantendo trajetória de alta em relação a janeiro, quando ficou em 0,76%. Sob o impacto do aumento das mensalidades escolares, o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem é o maior da série histórica para este mês desde 2003. No entanto, houve desaceleração no setor de alimentos.
O resultado do IPCA-15 teve forte componente característico da época do ano, representado pela alta nos grupos educação (5,88%) e transporte (1,04%). O efeito é comum em fevereiro, mas a variação dos preços dos serviços educacionais ficou bem acima da média de 4,14% dos últimos quatro anos.
As mensalidades dos cursos de ensino formal subiram 6,41%, o item de maior contribuição individual ao índice: 0,31 ponto porcentual. "A combinação aumento de renda e custo de trocar um filho de escola faz com que as pessoas se disponham a pagar aumento de mensalidade acima da inflação oficial", diz a economista Maria Andréia Parente, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Ela tem apontado a crescente pressão dos serviços sobre a inflação desde o início do ano. Cursos como o de idiomas subiram 8,22%.


Entrevista 10 x 140
Perfil de Cláudio Porpino – Dentista, promotor de eventos, ex-Dep. Estadual (PSB), ex-Pres. Emproturn, ex-Sec. Articulação com os municípios, Vice-pres. PSB/RN.
P- Sem o mandato de deputado estadual, a partir desse ano, o que você vai fazer?
Cláudio Porpino – Estou levando minha vida normal, projetos empresariais na área de eventos.
P- Cite três projetos de sua autoria na Assembleia Legislativa que você considera relevantes para o Rio Grande do Norte.
Cláudio Porpino – O que institui a Assembléia Cultural, obrigatoriedade de instalação por parte das operadores de telefonia fixa a implementarem contadores de pulsos.
P- O PSB ficou no poder no RN por 8 anos e perdeu a eleição em 2010. Como vai ficar o partido daqui pra frente?
Cláudio Porpino – o PSB tem que repensar seu projeto, abrir espaço pra novas lideranças e ser visto como um partido mais orgânico, com vida.
P- O que deu errado na eleição de 2010 para o PSB?
Cláudio Porpino – Faltou votos, a população do RN preferiu a mudança.
P- O que você espera do governo Rosalba?
Cláudio Porpino – Que ela cumpra tudo que prometeu em praça publica,quero vê-la implementar políticas publicas para avançar na divulgação do turismo e no estimulo ao esporte e a cultura.
P- E do governo Dilma?
Cláudio Porpino – Avançar ainda mais nas conquistas do governo Lula.
P- Você sempre foi envolvido com o turismo e eventos em Natal. Como essas áreas ajudam no desenvolvimento da cidade?
Cláudio Porpino – O turismo é a atividade econômica mais importante do RN, uma grande divulgação gera reflexos nessa atividade.
P- A Copa 2014 será o “boom” de Natal em termos de turismo?
Cláudio Porpino – A Copa q tantos insistem em trabalhar contra será uma forma d divulgação eficiente pro turismo e deixara 1 legado enorme pra Natal e o RN.
P- O que é o Twitter para você?
Cláudio Porpino – Uma fórmula de relacionamento quase que perfeita.
P- Quando não está trabalhando ou tuitando o que você mais gosta de fazer?
Cláudio Porpino – Meu lazer predileto é ir ao Frasqueirão ou nas micaretas Brasil a fora.
*Se você quer conhecer um pouco mais o Claudio Porpino converse com ele no Twitter @claudioporpino

22.2.11


Do site do Ibope - Matéria divulgada no Jornal do Brasil, no dia 21 de fevereiro de 2011, sobre um estudo para a OMS 
Propaganda farta na TV e incentivo dos próprios familiares faz com que o Brasil consuma 50% mais bebidas alcoólicas que a média mundial e que jovens comecem cada vez mais cedo a beber. Em meio aos alarmantes dados divulgados no último dia 11, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que o consumo de álcool no Brasil é quase 50% superior à média mundial, uma pesquisa feita pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), em São Paulo, chama a atenção para o abuso das bebidas alcoólicas entre jovens.
Segundo a pesquisa, 40% dos jovens alcoolistas deram seu primeiro gole antes dos 11 anos de idade. Para especialistas, mesmo que os números indiquem o abuso do álcool como um problema de saúde pública, a legislação brasileira ainda esbarra em um impasse no controle de propagandas de bebida alcoólica.
Segundo a OMS, 320 mil jovens entre 15 e 29 anos morrem ao redor do mundo, todos os anos, de causas relacionadas ao uso do álcool. O levantamento feito pela entidade indica que homens brasileiros bebem até 24,4 litros de álcool por ano, enquanto que a média no mundo é de 6,1 litros. Já as mulheres, bebem dez litros, em média. Segundo Marta Jezierski, diretora do Cratod e responsável pela pesquisa, as propagandas de bebida alcoólica são grandes colaboradoras dessa realidade. "Tem muita campanha a favor do consumo, mas quase nenhuma contra", observa. Vários estudos já comprovaram que a cada comercial de bebida alcoólica veiculado, aumenta em 1% o número de drinks tomados por jovens no mundo.

Entrevista 10 x 140
Perfil de Eduardo Dias de Oliveira – Natal/RN, casado,2 filhos, tecnólogo em administração, morou em São Paulo 27 anos, ex-secretário municipal da SMDC, atualmente corretor de imóveis. 
P- Você formou-se na UNP. O que faz um Tecnólogo em Administração?
Eduardo Dias – Na realidade o curso é semelhante ao de Administração só que com carga horária menor vc não é considerado Bacharel, mas reconhecido pelo MEC
P- Como foi esse período de 27 anos em São Paulo?
Eduardo Dias – De grande experiência pessoal e profissional, trabalhei com tecidos, confecção, etc..
P- A onde você trabalhou em São Paulo e fazia o quê?
Eduardo Dias – Trabalhei em Tecidos Lira de Oliveira, (aonde era Sócio), empresa familiar em que negociávamos tecidos e confecções por atacado e varejo.
P- Como foi o retorno para Natal?
Eduardo Dias – Resolvi mudar a minha vida, no inicio foi difícil desligar da agitação de São Paulo e me adaptar novamente a Natal
P- Você foi secretario da SMDC na administração Carlos Eduardo. Fale desse período.
Eduardo Dias – Como experiência profissional e pessoal foi muito boa, conheci Natal minuciosamente, suas necessidades e a população mais carente.
P- Para trabalhar e viver bem você prefere Natal ou São Paulo?
Eduardo Dias – Com certeza Natal. Aqui tenho meus familiares mais próximos e desfruto das belezas naturais da terrinha.
P- Fale das diferenças entre trabalhar na iniciativa privada e em governo.
Eduardo Dias – É muito grande, na privada vc tem liberdade para criar e executar, na pública a burocracia muitas vezes mata a idéia antes de vc iniciá-la.
P- Atualmente você trabalha como corretor de imóveis. Como é esse mercado em Natal?
Eduardo Dias – Muito concorrido, mas com um mercado em crescimento
P- O que é o Twitter para você?
Eduardo Dias – Uma grande ferramenta, que sabendo usar vc pode tirar grande proveito tanto pessoal como comercial, e que veio para “ficar”
P- Quando não está trabalho o que você mais gosta de fazer?
Eduardo Dias – Além de curtir minha família, sou apaixonado por televisão principalmente por canais de filmes e documentários, sim tbm gosto muito de ler.
*Se você  quer conhecer um pouco mais o Eduardo Dias converse com ele no Twitter @EDUARDODIAS_NAT

21.2.11


Apesar de chocante, nº vem caindo nos últimos anos - eram 8 há uma década; 8% dos homens admitem já ter agredido a companheira
Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo
Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc projeta uma chocante estatística: a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. E já foi pior: há 10 anos, eram oito as mulheres espancadas no mesmo intervalo.
Realizada em 25 Estados, a pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado ouviu em agosto do ano passado 2.365 mulheres e 1.181 homens com mais de 15 anos. Aborda diversos temas e complementa estudo similar de 2001. Mas a parte que salta aos olhos é, novamente, a da violência doméstica.
"Os dados mostram que a violência contra a mulher não é um problema privado, de casal. É social e exige políticas públicas", diz Gustavo Venturi, professor da USP e supervisor da pesquisa.
Para chegar à estimativa de mais de duas mulheres agredidas por minuto, os pesquisadores partiram da amostra para fazer uma projeção nacional. Concluíram que 7,2 milhões de mulheres com mais de 15 anos já sofreram agressões - 1,3 milhão nos 12 meses que antecederam a pesquisa (veja acima).
A pequena diminuição do número de mulheres agredidas entre 2001 e 2010 pode ser atribuída, em parte, à Lei Maria da Penha. "A lei é uma expressão da crescente consciência do problema da violência contra as mulheres", afirma Venturi.
Entre os pesquisados, 85% conhecem a lei e 80% aprovam a nova legislação. Mesmo entre os 11% que a criticam, a principal ressalva é ao fato de que a lei é insuficiente.
Visão masculina. O estudo traz também dados inéditos sobre o que os homens pensam sobre a violência contra as mulheres. Enquanto 8% admitem já ter batido em uma mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que fizeram o mesmo e 25% têm parentes que agridem as companheiras. "Dá para deduzir que o número de homens que admitem agredir está subestimado. Afinal, metade conhece alguém que bate", avalia Venturi.
Ainda assim, surpreende que 2% dos homens declarem que "tem mulher que só aprende apanhando bastante". Além disso, entre os 8% que assumem praticar a violência, 14% acreditam ter "agido bem" e 15% declaram que bateriam de novo, o que indica um padrão de comportamento, não uma exceção.
Na infância. Respostas sobre agressões sofridas ainda na infância reforçam a ideia de que a violência pode fazer parte de uma cultura familiar. "Pais que levaram surras quando crianças tendem a bater mais em seus filhos", explica Venturi. No total, 78% das mulheres e 57% dos homens que apanharam na infância acreditam que dar tapas nos filhos de vez em quando é necessário. Entre as mulheres que não apanharam, 53% acham razoável dar tapas de vez em quando.
Atualização: A pastilha Halls foi quem fez essa ação, criada pela agência Espalhe, em Borá/SP.


93% dos 805 habitantes de Borá (SP) já estão cadastrados na rede social - proporcionalmente, a maior porcentagem de um município

Edison Veiga - O Estado de S.Paulo
Se os entardeceres com as cadeiras nas calçadas, os bate-papos pela janela e os rolês pela pracinha nas noites de sábado vão continuar, só o tempo vai dizer. Mas uma pequena revolução vem acontecendo em Borá, município paulista que detém o título de menor do Brasil, com 805 habitantes. Desde dezembro, toda a sua população vem sendo cadastrada na rede social Facebook - com 93% já integrada ao site, é, proporcionalmente, a cidade com maior penetração do Facebook em todo o mundo.
"Fui recenseador do IBGE aqui, então usei a mesma rota para ir de casa em casa", conta Igor Henrique Favato Bregolato, de 21 anos, um dos 15 "cadastradores de Facebook" da cidade. Ele mesmo não participava da rede social antes do projeto - agora a utiliza para trocar fotos com os amigos, combinar festas e "rever" parentes que moram longe. Segundo ele, é muito difícil o boraense não aderir à novidade. "Somente alguns mais idosos, que têm resistência mesmo a usar o computador", diz.
Além de ser uma cidade muito pequena, a ideia de inseri-la totalmente no Facebook foi facilitada por um fator: há cinco anos, a prefeitura disponibiliza conexão gratuita à internet para toda a população. "É o nosso projeto de inclusão digital", comenta o responsável pela área de informática da prefeitura, Anadelson Pedro da Silva. Resultado: em 70% dos lares boraenses, há pelo menos um computador. E quem não tem? Há uma espécie de lan house comunitária, com seis computadores à disposição.
Mas quem bancou essa iniciativa tão, digamos, exótica? Bom, a ideia partiu de marqueteiros contratados por uma marca de dropes. "Para lançar um produto novo, um dropezinho pequenininho, resolvemos basear a campanha na menor cidade do Brasil", conta Gustavo Fortes, sócio-diretor de planejamento da agência contratada.

Artigo de Canindé de Françahttp://canindedefranca.blogspot.com/

" A vitória do governo Dilma só se dará pela implementação de transformações para o qual foi eleito. Para isso, precisa vencer a atual política macroeconômica, que já teve o seu ciclo esgotado no Brasil, e fazer as reformas democráticas que pautamos desde o início do primeiro governo Lula ".

Lúcia Stumpf, é Secretária Nacional de Movimentos Sociais do Partido Comunista do Brasil. A declaração de Lúcia, ocorreu durante a 1ª reunião do Fórum de Movimentos Sociais do PCdoB, realizado em São Paulo/SP, no último dia 19/02/ 2011.
É verdade, mesmo sendo uma das construtoras e a principal herdeira dos resultados positivos do governo Lula, em que lhe favoreceu na condição de candidata de um partido e amplamente apoiada por um bloco de forças políticas e sociais, que motivou a vitória eleitoral no 1º e 2º turno do processo eleitoral de 2010. A presidente  tem enormes desafios, dentre os quais o de manter o Brasil posicionado de forma altaneira e soberana no cenário da diplomacia internacional e da manutenção de prioridade nas relações econômicas e comerciais com os chamados países emergentes, em detrimento do saudosismo do frenesi neoliberal de favorecimento aos Estados Unidos e Europa.
Dilma como chefe de Governo e de Estado não pode se amiudar mediante as pressões e disputas pelo rumo político do "seu" governo, afinal chegou a esta condição não somente por méritos próprios ou somente pelo massivo prestígio do ex-presidente Lula. Na base histórica de sua vitória eleitoral, se encontra um acúmulo da luta política e de resistência pela construção de uma Pátria Livre, Soberana e Próspera cultural e   materialmente, tendo inclusive, sua excelência como uma das inúmeras sobreviventes do ideário deste modelo que advogamos ser o mais justo e acertado na atual quadra em que nos situamos na América e no cenário mundial.

Agência Brasil, por Bruno Bocchini
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), inédito na literatura médica internacional, mostra que os usuários de crack ficam mais tempo presos do que em tratamento contra a droga. A pesquisa, que acompanhou, por 12 anos, 107 dependentes, indica que, nesse período, em média, os usuários ficaram presos por um ano e oito meses, e permaneceram em tratamento, em média, por três meses.
 “Os usuários passaram mais tempo presos do que em tratamento, o que nos faz questionar a política repressiva voltada para os usuários da droga, quando a questão deveria ser tratada como um problema de saúde pública”, afirma a pesquisadora da Unifesp, Andréa Costa Dias, coordenadora e responsável pelo estudo.
A pesquisa verificou que, após 12 anos, 29% dos usuários estudados estavam abstinentes, sem usar a droga há cinco anos ou mais; 20% relataram períodos de consumo alternados com períodos de abstinência; e 13% mantiveram o consumo de crack por mais de uma década, com uso mais controlado e em menores quantidades e frequência. 
Dos 107 pacientes acompanhados, após o período de análise, dois estavam desaparecidos, 13 estavam presos no período da entrevista e 27 tinham morrido, sendo que 59% das mortes foram homicídios. Apesar do alto índice de violência relacionado ao uso da droga, o estudo detectou que os dependentes têm conseguido, com o tempo, evitar situações de risco.
Violência
“É claro que existe todo um contexto de risco e violência em torno do crack, mas foi o usuário que foi aprendendo, aos poucos, a se adaptar a esse contexto, a não se colocar tanto em risco, seja em risco de overdose como em risco de se envolver em situações de violência, como brigas entre companheiros de consumo ou conflito com a polícia ou mesmo contraindo dívida de droga”, explica a pesquisadora.
Dos pacientes acompanhados, 88,5% eram homens e 11,5% mulheres. Dentre eles, 63,3% tinham idade entre 15 e 24 anos. Os solteiros integravam a maioria (67%) da amostra e 27% deles eram casados.
A pesquisa mostra ainda que há fatores comuns que fizeram com que dependentes conseguissem se afastar do consumo do crack. A procura por tratamento, a religião e a inserção no mercado de trabalho ajudaram, de modo geral, os usuários a se distanciarem da droga. 
“Foram importantes também 'pontos de virada', como entrar em uma faculdade, a gravidez, encontrar uma namorada ou se casar, enfim, situações que, para aquela pessoa, foram significativas o suficiente para que ela, então, conseguisse ir se desprendendo do consumo”, explica Andréa Costa.

Entrevista 10 x 140
Perfil de Elaine Vládia Silva de Olveira – Fortaleza/CE, 31 anos, solteira, jornalista, repórter, editora, comentarista e colunista em jornal, rádio e tv no RN, assessora d imprensa.
P- Qual a grande contribuição que você recebeu do curso de jornalismo da UFRN para entrar no mercado de trabalho?
Elaine Vládia – Infelizment o curso me empurrou p/ buscar experiência fora, visto o sucateamento das universidades c falta d investimento federal da epoca
P- Você começou a trabalhar na TV Potengi (Band) antes de se formar. Fale de sua trajetória nesse início.
Elaine Vládia – Contraditorio: estressante, mas compensador ao final. Digamos q ter sido "bombril" ajudou a adquirir várias habilidades...
P- Você foi durante sete anos repórter de cidades e economia no Jornal de Hoje. Fale desse período de sua vida profissional.
Elaine Vládia – Esse tempo na rua me fez melhor. Aprendi c erros e acertos a ver a vida amplamente. Cidades foi fundamental p demais editorias e p a Elaine.
P- Você foi comentarista de economia no jornal da 96fm de Natal. Fale desse período.
Elaine Vládia – Instigant. Me fez superar um pouco a timidez e valorizar ainda mais este important veiculo q tem fiéis seguidores e pauta vidas diariament.
P- Do ponto de vista da economia qual a saída para o RN se tornar um Estado desenvolvido?
Elaine Vládia - Fui observadora c direito a voz sobre o assunto. Tenho uma coisa em ment: faltam gestores comprometidos q apresentem e lutem p bons projetos
P- Explique as diferenças entre os veículos rádio, jornal e televisão.
Elaine Vládia – Rádio - instantaneidad e democratização da informação, TV - acesso amplo, porem resumido e jornal -  documento e aprofundamento d fatos. 
P- Trabalhar num portal como o nominuto.com é muito diferente do rádio, jornal e tv?
Elaine Vládia – Pouco. A redação é igual, assim como compromisso c fatos, c a diferença d correr p colocar td na hr q acontece, diferent d alguns veiculos.
P- Para quais políticos você já trabalhou em campanhas eleitorais?
Elaine Vládia – Fatima Bezerra (2008-PT-pref d Natal) e Prof Valda (2010-PCdoB-CMN). Faço ass d Júlia Arruda (ver-PSB), trabalhei eleicoes d Sinmed e Unimed
P- O que é o Twitter para você?
Elaine Vládia – diferent d muitos q usam p lazer, é trabalho. Ond me atualizo, pauto, entrevisto. Ainda me habituando à red e c preguiça d tweets s noção...
P- Quando não está trabalhando o que você mais gosta de fazer?
Elaine Vládia - gosto d sair, mas p encontrar amigos, ainda mais se for d improviso. Ver filmes, ler livros, descobrir lugares novos, e muito descanso...
*Se você quer conhecer um pouco mais a Elaine Vládia converse com ela no Twitter @elainevladia

20.2.11



Por Vinicius de Moraes

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:

– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.

E Jesus, respondendo, disse-lhe:

– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.


De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –

Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão


Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.


Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via

Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

Estação Música Total

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