CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

31.3.12


Nos últimos dez anos, a taxa de atendimento das crianças de 4 e 5 anos na escola cresceu 55,8%. Em 2000, pouco mais da metade (51,4%) da população nessa faixa etária tinha acesso à educação, patamar que chegou a 80,1% em 2010. Entretanto, mais de 1,1 milhão de crianças entre 4 e 5 anos não frequentam a escola, de acordo com levantamento do Movimento Todos pela Educação.

Agência Brasil

O desafio do país é incluir esse contingente de alunos nas redes de ensino até 2016. Uma emenda constitucional aprovada em 2009 estabelece que a pré-escola é etapa obrigatória no país, assim como o ensino médio. Até então, a matrícula era compulsória apenas no ensino fundamental (dos 6 aos 14 anos). Isso significa que no prazo de quatro anos as redes municipais terão que oferecer vagas nas escolas a todas as crianças entre 4 e 5 anos – e os pais terão de matriculá-las.

Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, o crescimento da pré-escola na última década é uma conquista importante e indica que o país tem dado mais atenção à educação infantil. “Na última década, houve um aprofundamento e uma proliferação de estudos que comprovaram o impacto da educação infantil no futuro da criança. É um investimento muito rentável do ponto de vista cognitivo, do desenvolvimento social e econômico. Quanto mais cedo a criança entra na escola, maior é o retorno daquele investimento. Esses estudos tiveram espaço nas políticas públicas”, acredita Priscila.

O baixo atendimento no início da década estava ligado, inclusive, a fatores culturais: muitas famílias não consideravam importante mandar os filhos para a escola antes do ensino fundamental, já que a pré-escola era vista apenas como um espaço para a criança brincar. Apesar dos avanços, Priscila avalia que o esforço das redes municipais para incluir 1,1 milhão de crianças terá que ser maior.

O representante do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), no Brasil, Jorge Chediek, disse ontem (29) que o país deve continuar promovendo a agricultura, porém sem se afastar da proteção às florestas. A declaração do coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil foi dada a menos de dois meses para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e em meio aos debates sobre o novo Código Florestal.

Agência Brasil

“O importante é compatibilizar os dois interesses. O melhor é que a legislação brasileira mantenha o espírito dos últimos anos, ou seja, promova o desenvolvimento agrícola e ao mesmo tempo proteja esse extraordinário patrimônio natural”, Chediek participou hoje do 1º Encontro de Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Federação Nacional de Prefeitos (FNP).

Chediek elogiu o modelo de desenvolvimento do país. Ele disse que o Brasil chegará à Rio+20 como exemplo para outros países, por ter compatibilizado, em pouco tempo, crescimento econômico, melhoria das condições de vida da população, redução das desigualdades e matriz energética eficiente. “O Brasil pode mostrar para o mundo que é possível fazer desenvolvimento humano sustentável e que não é só um conceito teórico, mas que pode ser implementado”.

Apesar das avaliações positivas, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campello, lembrou que o país ainda tem que enfrentar desafios mais complexos, como erradicar o “núcleo duro da pobreza”. A ministra lembrou, durante o encontro dos prefeitos, que existem 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na miséria.

A comissão de juristas que prepara mudanças no Código Penal aprovou nesta sexta-feira a tipificação do crime de terrorismo, ausente na legislação atual. O novo delito foi definido como o "ato de causar terror na população" por meio de sequestro, cárcere privado, uso de explosivos, material tóxico químico ou biológico, depredação, implosão, sabotagem, invasão e saques.

Gabriel Castro, Veja

Também entram na classificação de terrorismo sabotagem de veículos de transporte, aparatos de telecomunicação e instalações públicas de todo o tipo. A diferença é que, nesses casos, para a caracterização do novo crime, será preciso que esses atos sejam praticados para fins específicos, como o financiamento de grupos armados insurgentes.

A pena prevista, claro, é branda: de oito a 15 anos de prisão. O texto elaborado por juristas também poupa grupos que, como o Movimento dos Sem Terra (MST), recorrem a práticas semelhantes à do terrorismo: prevê que entidades do movimento social estão livres de serem enquadradas neste crime “desde que objetivos e meios sejam compatíveis e adequados a sua finalidade”.

Se avançar, a proposta da nova lei deve implicar na revogação da Lei de Segurança Nacional, que trata de temas semelhantes mas é considerada obsoleta pelos juristas.



A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual nem sempre o ato sexual com menores de 14 anos pode ser considerado estupro, pode banalizar a violência sexual contra crianças e adolescentes, de acordo com a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves.

Agência Brasil

“Acho que além de banalizar, vai autorizar [a prática do crime]. O Judiciário brasileiro está autorizando estupradores a fazerem isso. Este é um elemento grave”, disse a secretária à Agência Brasil.

No início desta semana, um homem acusado de ter estuprado três menores, todas de 12 anos, foi inocentado pelo tribunal. O STJ entendeu que não se pode considerar crime o ato que não viola o bem jurídico tutelado, no caso, a liberdade sexual. Tanto o juiz que analisou o processo como o tribunal local inocentaram o réu com o argumento de que as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”.

Para Aparecida, a decisão do STJ “complica a vida das mulheres”, além de ferir a Constituição brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Segundo a decisão, o fato das meninas se prostituírem, de já terem tido relações sexuais antes, é o que inocenta o estuprador. Qualquer ato sexual que não seja consentido, mesmo com uma profissional do sexo, é crime”.

Está disponível para consulta na internet, desde de ontem (30), o livro Arquivo, Memória e Resistência dos Trabalhadores no Campo e na Cidade, lançado nesta sexta-feira, no salão nobre do Arquivo Nacional, no centro do Rio de Janeiro. Com versão apenas eletrônica, a obra pode ser acessada nos portais do Centro de Documentação e Memória Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Arquivo Nacional e do Centro de Referência Memórias Reveladas.

Agência Brasil

A obra contém 18 artigos sobre experiências de organização de trabalhadores a partir de arquivos sindicais, arquivos rurais, da Justiça trabalhista, e sobre a memória da resistência ao regime de exceção que o Brasil vivenciou de 1964 a 1985. Os artigos resultam de comunicações apresentadas no 2º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e Seus Arquivos, promovido pelo Arquivo Nacional e pela CUT, realizado no ano passado, no Rio de Janeiro.

“Essa coletânea é um verdadeiro testemunho da importância dos arquivos para a compreensão da história da luta da classe trabalhadora”, avalia, na apresentação da obra, um dos organizadores, Antonio José Marques. Ele dividiu o trabalho com a pesquisadora Inez Terezinha Stampa. Segundo Marques, o livro certamente será de interesse para arquivistas, historiadores, documentaristas, bibliotecários, cientistas sociais e demais pesquisadores e estudantes com atuação na área dos arquivos operários, rurais e sindicais.


Osama bin Laden passou nove anos fugindo no Paquistão após os atentados de 11 de setembro de 2001 e durante esse período viveu em cinco casas protegidas, tornou-se pai de quatro filhos e pelo menos dois deles nasceram em hospitais públicos. Foi o que disse sua mulher mais jovem, Amal Ahmad Abdul Fateh, de 30 anos, à Justiça paquistanesa.

Estadão.com.br

Em seu depoimento, ela disse ter concordado em se unir a Bin Laden, em 2000, pois "desejava se casar com um mujahedin". Ela foi de avião do Iêmen para Karachi em julho daquele ano e meses depois cruzou a fronteira do Afeganistão para se juntar a Bin Laden e a duas outras mulheres, em sua base em Kandahar.

Os atentados de 11 de Setembro destroçaram a família. Ela retornou a Karachi, onde permaneceu durante nove meses, com a filha recém-nascida. Depois, eles mudaram de casa sete vezes e os contratos de aluguel eram firmados por intermediários, "algumas famílias paquistanesas e o filho mais velho do líder da Al-Qaeda, Saad".

Amal Fateh disse que deixou Karachi no segundo semestre de 2002 e foi para Peshawar, capital da Província de Khyber Paktunkhwa, onde se juntou ao marido. Com a perseguição a Bin Laden por parte dos americanos mais intensa, o terrorista levou a família para uma região montanhosa na zona rural a noroeste do Paquistão e não para as áreas tribais, onde a atenção ocidental estava concentrada. Ali, residiram em duas casas diferentes durante cerca de nove meses.



Agripino em saia justa - Foto: Arquivo / O Globo

O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) encaminhou à Procuradoria Geral da República um depoimento do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, no qual ele afirma que o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro “vivo” para a campanha de 2010 no Estado. O senador, que desde terça-feira é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia.

Carlos Madeiro, Uol

O depoimento do empresário --que é dono da construtora Montana, uma das maiores do Rio Grande do Norte-- foi dado em novembro de 2011, durante as investigações de um suposto esquema montado para manter o monopólio indevido nas inspeções ambientais veiculares no Estado, que poderia render R$ 1 bilhão aos acusados.

Ao todo, 36 pessoas foram denunciadas e 27 tiveram a denúncia aceita --entre elas o suplente de Agripino Maia-- e se tornaram réus no processo da operação Sinal Fechado. As fraudes teriam sido realizadas com a participação de políticos, ex-governadores e servidores do Detran-RN (Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte).

O depoimento vazou do processo, que corre em segredo de Justiça, e foi publicado por blogs e sites do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (29).

À reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do MP-RN confirmou a veracidade do depoimento e que o documento foi remetido para a Procuradoria Geral da República, já que o senador tem foro privilegiado, para que decida se uma investigação será aberta ou não. Por sua vez, o MP-RN não soube informar como o documento foi parar na mão de jornalistas potiguares.

No depoimento, Gilmar afirmou que o repasse do R$ 1 milhão --que seria fruto do desvio de recursos públicos do Detran-RN-- teria sido feito pelo advogado George Olímpio, que foi preso e denunciado na operação Sinal Fechado. Além do declarante, uma advogada e dois promotores assinam o documento.



O escândalo que envolve o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) atinge em cheio o Democratas, que enfrentará um duro teste nas eleições municipais deste ano. Na avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo GLOBO, o DEM não está morto mas terá que provar sua força para sobrevivência no cenário político.

Adriana Mendes e Flávia Perry, O Globo

Uma coisa é dada como certa, o DEM está “numa saia justa”. A celeridade na definição do destino de Demóstenes é apontada como fundamental para que a legenda não se desfaleça.

Para o cientista político David Fleischer (UnB), a atual crise do DEM é muito pior que a perda de parlamentares para o PSD porque mancha a imagem do partido. O Democratas foi o partido que mais perdeu parlamentares para o PSD, criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

- Agora, estão tentando convencer Demóstenes a se desligar. Mas o campeão da ética escorregou na sarjeta. O Demóstenes, nem para vereador acho que daria mais. O problema maior é que ele era tido um dos senadores mais contundentes em relação ao moralismo. Ele criticava todos malfeitos, era tido como reserva moral do Senado, isso não se sustenta mais.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda deverá decidir antes das eleições de outubro sobre a divisão do fundo partidário e do tempo eleitoral gratuito. Dependendo do resultado, o DEM pode perder dinheiro e tempo de TV, o que seria crucial para a disputa eleitoral.

As eleições municipais serão o grande teste para o DEM. Ainda na avaliação do professor Fleischer, legenda não está morta e tem força em alguns estados. Mas ele ressalta que haverá no conjunto o reflexo da perda de parlamentares para o PSD e o forte efeito da crise do caso Demóstenes.

- Vão usar isso na campanha municipal. O DEM está de saia justa - avalia 



Um dos acusados de envolvimento no furto ao Banco Central (BC) em Fortaleza, Ceará, de onde foram levados R$ 164 milhões - o maior já registrado no País -, foi preso pela Polícia Civil mineira. Rubens Ramalho de Araújo, o Rubão, de 44 anos, estaria planejando novo assalto em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e foi localizado em Palmas, Tocantins, após buscas em Minas Gerais e Goiás.

Marcelo Portela, Estadão.com.br

O furto ao Banco Central ocorreu em 2005, quando a quadrilha alugou uma casa vizinha e escavou um túnel até o cofre e fugiu com o dinheiro. Mais de 100 pessoas foram presas acusadas de envolvimento com o crime. Um deles foi Rubão, que chegou a ficar preso no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Fortaleza, mas escapou em 2008 ao render cinco policiais enquanto era conduzido para prestar um depoimento. Em 2011, ele foi preso no Piauí, mas escapou novamente.

Segundo a polícia, ele ficou com uma parte "pequena" do furto ao BC, porque teria se recusado a passar pelo túnel por causa de uma fobia. No entanto, a "pequena" parte, de R$ 5 milhões, foram suficientes para que ele adquirisse veículos, prédios e fazendas em Tocantins e Piauí. Mesmo assim, ele não abandonou o crime e, em Minas, é acusado de envolvimento em assaltos a bancos e carros-fortes.



A Câmara dos Deputados instalou no dia 28 uma comissão especial para analisar o Projeto de Lei 2.126/2011, do Poder Executivo, que estabelece os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, conhecido como marco civil da internet. O relator da comissão, deputado Alessando Molon (PT-RJ), sugeriu que a proposta seja debatida em audiências públicas em seis estados e disponibilizada no e-Democracia, um portal da Câmara pelo qual a população pode se manifestar sobre temas importantes.

Agência Brasil

Antes de virar projeto de lei, a proposta já passou por consulta pública feita pelo Ministério da Justiça. “O projeto já chega muito amadurecido à Casa, mas podemos dar uma contribuição para melhorá-lo”, destacou o relator.

O presidente da comissão é João Arruda (PMDB-PR) e os vice-presidentes são Manuel Junior (PMDB-PB), Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) e Luiza Erundina (PSB-SP). A comissão tem 28 membros titulares e 28 suplentes.
 
Molon também defendeu a necessidade de o novo marco garantir a qualidade da conexão da internet, o sigilo das comunicações e o direito à neutralidade da rede, que proíbe o tratamento diferenciado dos dados que trafegam na internet, de acordo com os interesses dos provedores. Segundo Molon, a intenção é levar a proposta para votação em plenário ainda no primeiro semestre. “Sabemos que isso é um pouco mais difícil, vai depender do calendário da Casa, mas vamos fazer o possível neste sentido.”

O projeto de lei determina ainda que os provedores de acesso guardem os registros de conexão sob sigilo por um ano – essas informações só poderão ser fornecidas aos usuários mediante ordem judicial e poderão ser usadas em investigações. O marco civil também estabelece o respeito a princípios como liberdade de expressão, pluralidade, diversidade, abertura, colaboração, exercício da cidadania, proteção à privacidade e dados pessoais, livre iniciativa, livre concorrência e defesa do consumidor.

30.3.12


Falta de pessoal teria provocado contratações irregulares, diz promotor.
Funcionários atuam como agentes, escrivães e até delegados, diz sindicato.

Carlos Oliveira - Do G1, em São Paulo

O Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu inquérito para investigar o emprego de pessoas sem vínculo com a Polícia Civil em delegacias do estado.

Segundo o promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra, responsável pelo inquérito, os funcionários são conhecidos como “araques de polícia” ou “calças-pretas” porque não têm ligação com a polícia e não passaram em concurso. Eles atuam como agentes e escrivães, informou o promotor de Justiça de Natal.

O Ministério Público deu um prazo de dez dias para esclarecimento a respeito da “atuação de pessoas estranhas ao quadro funcional da Polícia Civil” ao Centro de Apoio Operacional (CAOP), à Degepol (Delegacia Geral de Polícia), à Corregedoria-Geral da Sesed (Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social).

O promotor afirmou ao G1 que, no estado, alguns delegados respondiam por 20 municípios. “Para a delegacia não ser fechada por falta de pessoal, alguns funcionários sem formação policial eram convidados a ajudar de modo informal”, disse.

A CPI da Violência contra a Mulher, integrada por deputados e senadores, aprovou nesta quinta-feira nota de repúdio contra a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de inocentar um homem acusado de estuprar três meninas de 12 anos que se prostituíam. Os membros da CPI vão encaminhar a nota aos ministros do STJ para pedir que o tribunal reveja sua decisão.

Gabriela Guerreiro, Folha.com

Na nota, os membros da CPI afirmam que a decisão "afronta os direitos fundamentais das crianças, rompe com sua condição de sujeito de direitos e as estigmatiza para o resto de suas vidas".

Em um recado direto à ministra relatora do caso, Maria Thereza de Assis Moura, os parlamentares afirmam que ela não "relativizaria o princípio da presunção da inocência" se tivesse levado em conta a idade precoce com que as meninas se prostituíram.

"É impensável que uma criança de 12 anos ou menos (já que viviam há muito tempo na prostituição) possa nela ter ingressado voluntariamente. Esquece-se a ministra Maria Thereza que a prostituição de jovens no Brasil é fruto da violência, da exploração sexual e de sua condição de vulnerabilidade", diz a nota.



O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, disse ontem (29) que o tribunal poderá revisar a decisão tomada pela Terceira Seção da Corte, segundo a qual nem sempre, o ato sexual com menores de 14 anos pode ser considerado estupro. "É um tema complexo que foi decidido por uma turma do tribunal. É a palavra do tribunal, mas, evidentemente, cada caso é um caso, e o tribunal sempre está aberto para a revisão de seus julgamentos. Talvez isso possa ocorrer."



Agência Brasil


O pedido de revisão deverá partir do governo, informou a secretária de Direitos Humanos, ministra Maria do Rosário. Ela informou que vai entrar em contato com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para tratar do caso.

O tribunal entendeu que não se pode considerar crime o ato que não viola o bem jurídico tutelado, no caso, a liberdade sexual. No processo analisado pela seção do STJ, o réu é acusado de ter estuprado três menores, todos de 12 anos. Tanto o juiz que analisou o processo quanto o tribunal local o inocentaram com o argumento de que as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”.

Pargendler disse ainda que a decisão deve ser entendida como uma questão técnica, que precisa acompanhar as leis vigentes no Brasil. "As decisões judiciais são pautadas pela técnica e, às vezes, esses aspectos não são bem compreendidos pela população. No direito penal, vige o princípio da tipicidade, que é o princípio da legalidade estrita. Então, é bom que a sociedade reflita sobre as decisões dos juízes, mas a sociedade precisa entender que os juízes não criam o direito, eles aplicam a lei. Então, com esse temperamento, eu espero que a posição dessa turma, nesse caso concreto, seja compreendida", explicou o ministro.

Ele evitou julgar a decisão tomada ontem. "Eu, como presidente do STJ, não posso julgar uma turma do tribunal. Não posso dizer se ela foi conservadora ou inovadora. Talvez tenha sido até inovadora, porque realmente a prática anterior parece que não foi observada no caso”, ressaltou.

O entendimento do STJ é o mesmo do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão. Em 1996, o ministro Marco Aurélio Mello, relator do habeas corpus de um acusado de estupro de vulnerável, disse, no processo, que a presunção de violência em estupro de menores de 14 anos é relativa. A decisão diz respeito ao Artigo 224 do Código Penal, revogado em 2009, segundo o qual a violência no crime de estupro de vulnerável é presumida.

Líderes das cinco potências emergentes do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, disseram estar preocupados com o ritmo lento de reforma das cotas e da governança do Fundo Monetário Internacional (FMI) — instituição que cresceu em importância e é hoje o principal órgão por trás do esforço para debelar a crise mundial, em particular na Europa.

Deborah Berlinck, O Globo

Numa declaração conjunta ao fim do quarto encontro de cúpula do bloco, na capital indiana, os presidentes Dilma Rousseff, Hu Jintao (China), Dmitri Medvedev (Rússia), Jacob Zuma (África do Sul) e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, cobraram ação urgente para reformar a instituição.

E formalizaram a ameaça que já vinham fazendo individualmente: só vão colocar mais dinheiro no FMI se houver mudança em sua estrutura.

“Frisamos que o atual esforço para aumentar a capacidade de empréstimo do FMI só será bem-sucedido se houver confiança de que todos os membros da instituição estão realmente comprometidos a implementar fielmente a reforma de 2010”, diz o comunicado.

Naquele ano, o FMI aprovou um novo sistema de cotas e votos que, na prática, vai colocar Brasil, China, Índia e Rússia entre os dez maiores membros cotistas, com peso nas decisões. Pelo acordo, europeus perdem dois dos nove assentos que têm na diretoria.
Mas os Estados Unidos ainda não ratificaram o acordo, e os europeus não estão com pressa — razão da crescente frustração dos emergentes.

Os cinco líderes também se queixaram da nova onda de instabilidade nos mercados, provocada, sobretudo, pela crise na zona do euro. Em tom quase professoral, eles exortaram o mundo rico a adotar políticas macroeconômicas e financeiras responsáveis, a fim de evitar o contágio. 



Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), notificou nesta semana o Estado brasileiro sobre denúncias referentes às circunstâncias da morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

Agência Brasil

A notificação indica a abertura oficial, pela corte internacional, da investigação sobre a morte do jornalista, ocorrida dentro do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo, órgão subordinado ao Exército, que funcionou durante o regime militar.

O pedido de investigação foi feito por quatro entidades que atuam na defesa de direitos humanos no Brasil: o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), a Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FIDDH), o Grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo, e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, da Arquidiocese de São Paulo.

Em nota divulgada ontem (29), as quatro entidades acusam o Estado brasileiro de omissão. "Este caso é mais um exemplo da omissão do Estado brasileiro na realização de justiça dos crimes da ditadura militar cometidos por agentes públicos e privados", destaca a nota.

A denúncia foi enviada à OEA em 2011, porque as entidades consideraram que não houve por parte do Estado brasileiro o devido processamento legal do caso. "Esse caso já deveria ter sido  investigado, processado e julgado e, se for o caso, com a punição dos responsáveis. Isso não ocorreu", disse a advogada Natália Frickmann, da Cejil, uma das organizações que assinam a denúncia.
Segundo Natália, houve tentativas internas para que ocorresse o processamento legal, mas não houve resposta do Estado brasileiro. "Por isso, essa denúncia foi levada à comissão internacional, já que a Convenção Americana de Direitos Humanos determina essa obrigação", explicou a advogada.

De acordo com a denúncia, a única investigação realizada até hoje sobre a morte do jornalista foi feita por meio de inquérito militar, que concluiu pela ocorrência de suicídio, versão apresentada à sociedade e à família de Herzog.

Em 1976, parentes do jornalista apresentaram uma ação civil declaratória na Justiça Federal desconstituindo a versão do suicídio. Em 1992, o Ministério Público do Estado de São Paulo requisitou a abertura de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de Vladimir Herzog, mas o Tribunal de Justiça considerou que a Lei de Anistia é um obstáculo para a realização das investigações.

Em 2008, outra tentativa para iniciar o processo penal contra os responsáveis pelas violações cometidas foi feita, mas procedimento foi novamente arquivado sob o entendimento de que os crimes haviam prescrito.

A cidade litorânea de Farallón é famosa no Panamá por suas praias, por sua atividade pesqueira e porque nela o general Omar Torrijos tinha uma casa de veraneio - agora também é conhecida porque um de seus moradores, Adrián Vázquez, sobreviveu 27 dias à deriva em alto-mar.

Folha.com

O jovem Adrián, de 18 anos, conhecido na cidade como Santi, foi resgatado por um barco pesqueiro próximo das ilhas Galápagos, território do Equador a mais de mil quilômetros da praia de onde partiu.

Seus dois acompanhantes, Elvis Oropeza Betancourt, de 31 anos, e Fernando Osorio, de apenas 14, não tiveram a mesma sorte.

Segundo o relato que o próprio Santi fez ao capitão do pesqueiro equatoriano "Duarte 5", seus companheiros morreram por inanição.

Santi ainda não consegue falar do que aconteceu e repousa quase que em total silêncio, mas zelado por sua família, deitado em um banco colocado no quintal de sua casa, em um humilde bairro de pescadores a 130 quilômetros da capital, Cidade do Panamá.


29.3.12


Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

O assunto mais comentado nos últimos dias versa sobre burlas à licitação, procedimentos deletérios que envolvem episódios em todos os recantos do País.

Qual a razão de tudo isso. a lei é branda? ou falta a consciência cívica dos agentes públicos e dos fornecedores!

Creio que as duas coisas se aliam - se por um lado temos uma gama de maus servidores, viciados na ilegalidade, mercê de um recrutamento pouco eficiente, quando não colocados pela "janela", por outro temos a ganância em exercitar um capitalismo selvagem, onde o lucro está sobre todas as coisas desse mundo.

Mas não é só isso. As deficiências dos órgãos de fiscalização e na composição das comissões de licitação são responsáveis pelo crescimento da ilicitude, mercê da impunidade.

Nesse círculo de deficiências e omissões, surge uma luz no final do túnel, é o movimento nacional denominado CONSOCIAL - Conferência Nacional Sobre Transparência e Controle Social, que realizou em todo o Brasil reuniões preparatórias para o grande evento a acontecer em maio deste ano em Brasília.

O Rio Grande do Norte concluiu a sua missão, realizando encontros regionais e a Conferência Estadual, ocorrida nos dias 15 e 16 deste mês e cujos resultados, em resumo, já publicamos neste blog.

Ser revistado pela polícia durante um passeio ou na volta para casa é situação rotineira para os estudantes da Faculdade Zumbi dos Palmares. A instituição paulistana é especializada na inclusão de afrodescendentes no ensino superior: 90% dos alunos matriculados são negros e (não) acham graça quando questionados sobre as batidas policiais.

Fonte: Carta Capital

“Você está se referindo ao número de vezes só hoje, não é?”, brincam. Eles têm de conviver com o preconceito que ainda persiste na sociedade brasileira, apesar de o País ter abolido a escravidão há mais de 120 anos.

Mas o racismo não se limita às investidas dos oficiais. Ele está comprovado nos índices de pobreza, nas taxas de escolaridade, de analfabetismo e de longevidade. Na última década, muitos avanços no combate à desigualdade racial ocorreram no Brasil. Entretanto, eles ainda não são suficientes para superar os boicotes enfrentados pelos negros na História do Brasil. É o que afirma Ricardo Paes de Barros, subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Segundo ele, a população negra foi a grande protagonista da ascensão da nova classe média brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Data Popular em dezembro do ano passado apontou um aumento de negros na classe C – de 34%, em 2004, para 45% em 2009. Eles movimentam 673 bilhões de reais por ano, mas ainda não têm pleno acesso a oportunidades do topo da distribuição de renda. “Um exemplo disso é a venda de celulares. Hoje em dia o número de aparelhos vendidos para os negros é equivalente à média brasileira, mas o acesso à internet ainda é um privilégio dos brancos”, declara.

A primeira edição da pesquisa trimestral Termômetros da Sociedade Brasileira, em 2012, divulgada ontem (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela alto índice de satisfação dos brasileiros com a vida atual, apesar de ter havido queda de 0,5% em março, frente a dezembro – 104,8 neste mês contra 105,3 no último mês de 2011, considerando-se 100 como base para a pesquisa.

Agência Brasil

A pesquisa também inclui o Índice de Medo do Desemprego, que em março ficou em 73,5, 3,9% abaixo do de dezembro. Isso significa que os brasileiros estão mais otimistas com a manutenção do mercado de trabalho. O indicador ficou apenas 2,6% acima do menor valor da série, registrado em setembro de 2011. Quanto mais baixo o índice, também de base 100, menor o receio dos brasileiros em relação ao desemprego.

Os números da pesquisa, segundo a CNI, indicam que a crise econômica mundial não chegou à população, embora atinja a indústria do país. Isso ocorre porque, apesar da redução do ritmo de crescimento da atividade econômica, a geração de emprego continua aumentando, assim como a renda e o crédito, o que intensifica o consumo. Outro fator é o crescimento da classe média, que também impulsiona a demanda no mercado interno, segundo os pesquisadores.

A população mais satisfeita com a vida é a da Região Sudeste, diz a pesquisa. O índice de 106,6 ficou praticamente estável em relação ao de dezembro do ano passado (106,1). O otimismo também é maior entre os moradores das cidades com mais de 100 mil habitantes, que ficaram com indicador 106,1.

Quanto ao medo do desemprego, o menor índice é o da Região Nordeste, com 71,8. Isso mostra que o nordestino é o menos preocupado com a possibilidade de aumento do desemprego. Foi justamente o indicador da região que puxou para baixo o índice nacional. O Índice de Medo do Desemprego no Nordeste caiu 11,4% em relação ao de dezembro.

O Índice de Satisfação com a Vida, divulgado a partir deste mês, tem série histórica que remonta a 1999, assim como a do Índice de Medo do Desemprego. A primeira edição dos Termômetros da Sociedade Brasileira ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 16 e 19 de março.


A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o bafômetro e o exame de sangue são os únicos meios que podem provar embriaguez ao volante. A decisão foi tomada por um placar apertado de 5 votos a 4, e o entendimento deve ser aplicado a todos os outros casos que tratarem do mesmo assunto.

Agência Brasil

O julgamento começou em fevereiro, e desde então foi suspenso por três pedidos de vista. Os ministros analisaram o caso de um condutor que se envolveu em um acidente de trânsito em 2008, antes da edição da Lei Seca. Em sua defesa, o motorista alegava que não ficou comprovada a concentração de álcool exigida pela legislação em vigor e que, por isso, não podia ser punido.

O relator do processo, ministro Marco Aurélio Belizze, abriu o placar defendendo a admissão de outros meios de prova além do bafômetro para atestar embriaguez ao volante, como exame clínico e depoimento de testemunhas. Ele foi acompanhado por Vasco Della Giustina, Gilson Dipp e Jorge Mussi.

A divergência foi aberta pelo desembargador convocado Adilson Macabu, que alegou que apenas o bafômetro pode ser usado como prova, e que os ministros estariam legislando se ampliassem esse leque probatório. Ele lembrou, ainda que o cidadão tem o direito de não produzir prova contra si e foi acompanhado pelos ministros Laurita Vaz, Og Fernandes e Sebastião Reis Junior.

A presidente da seção, Maria Thereza Assis Moura, precisou votar porque houve empate. Ela também entendeu que não é possível usar outros meios de prova além de bafômetro e exame de sangue para provar a embriaguez ao volante.


De acordo com o Pyxis Consumo, ferramenta de potencial de mercado do IBOPE Inteligência, gasto per capita com material de construção no Brasil será de R$ 538

Fonte: Ibope

No dia em que começa o principal evento do setor de construção da América Latina, a Feicon Batimat, realizada em São Paulo, estimativas do Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do IBOPE Inteligência, apontam que os brasileiros deverão gastar R$ 87,79 bilhões com material de construção neste ano. Esse total representa um aumento de 14,8% em relação ao gasto em 2011, que somou R$ 76,43 bilhões.



O índice de brasileiros que prefere ler no seu tempo livre caiu de 36% entre 2007 para 28% em 2011. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada hoje (28) pelo Instituto Pró-Livro. O estudo tem como objetivo identificar os hábitos e as preferências dos leitores brasileiros. Assistir televisão continua sendo a atividade preferida e foi escolhida por 85% dos entrevistados. Em seguida aparecem escutar música ou rádio (52%), descansar (51%) e reunir-se com amigos e a família (44%). Cada entrevistado escolheu até cinco opções.

Agência Brasil

A leitura – incluindo jornais, livros, revistas e textos na internet – aparece em sétimo lugar na lista das atividades que o brasileiro mais gosta de fazer no seu tempo livre. Enquanto o percentual de entrevistados que declara gostar de ler cai, o grupo dos que aproveitam o tempo ocioso para acessar a internet subiu de 18% para 24% entre 2007 e 2011. A pesquisa também identificou um novo comportamento que não estava no estudo anterior: acessar as redes sociais, indicado como atividade frequente por 18% dos entrevistados.

Setenta e cinco por centro dos entrevistados dizem que leem por prazer e 25% por obrigação. Entre os entrevistados, 49% disseram ler mais hoje do que no passado, 28% acreditaram ler menos e 20% avaliaram que leem na mesma quantidade. A principal razão apontada por aqueles que diminuíram o volume da leitura foi o desinteresse (78%), o que inclui a falta de tempo, a preferência por outras atividades e a “falta de paciência para ler”. Apenas 4% apontaram a dificuldade de acesso aos livros como motivo para ler menos, o que inclui o preço do livro, a falta de bibliotecas perto de casa ou de livrarias.

Entre os participantes, 64% concordaram totalmente com a afirmação “ler bastante pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua situação econômica”. Ao mesmo tempo, a maior parte diz que não conhece ninguém que tenha progredido na vida por ler muito.

Depois de quase 51 anos de atuar como repórter e protagonista na Campanha da Legalidade de Leonel Brizola, Flávio Tavares resolveu dar seu relato daquele acontecimento que revirou a história do Brasil, em “1961, o golpe derrotado ― Luzes e sombras do Movimento da Legalidade”, pela Editora L&PM (232 páginas, R$ 37,00). A demora valeu a pena, porque Flávio, já escritor consagrado de outras obras e veterano de mais embates, aqui e no exterior, está no auge de seu estilo e apuro de observador. Com a presença de amigos, jornalistas, intelectuais e parlamentares  Flávio Tavares lançou sua nova obra, com participação de Zuenir Ventura, na semana passada, na livraria Argumento do Leblon no Rio.

Fonte: www.pdtrs.com.br

Flávio Tavares foi testemunha e ativo participante do Movimento da Legalidade, deflagrado em agosto de 1961 pelo então Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, quando os ministros militares responderam à inesperada renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República, com um golpe de Estado “para impedir” que o Governo caísse “nas mãos ameaçadoras do comunismo”. Graças à audácia de Leonel Brizola, o plano dos militares foi paralisado e o movimento acabou por derrotá-lo.

O livro de Flávio Tavares resgata episódios famosos e revela fatos inéditos da rebelião. Detalhes de como Brizola e o então Presidente da Varig, Rubem Berta, enganaram a FAB (Força Aérea Brasileira) e a Aviação da Marinha sobre a viagem de João Goulart de Montevidéu.

O autor diz que o livro é uma espécie de crônica testemunhal dos 13 dias que mudaram a política e a vida do Rio Grande do Sul e do Brasil, influindo inclusive na conjuntura mundial:

O brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada ontem (28) pelo Instituto Pró-Livro. O estudo realizado entre junho e julho de 2011 entrevistou mais de 5 mil pessoas em 315 municípios.

Agência Brasil

Em 2008, o instituto divulgou pesquisa semelhante que apontava a leitura média de 4,7 livros por ano. Entretanto, a entidade não considera que houve uma queda no índice de leitura dos brasileiros, já que a metodologia da pesquisa sofreu pequenas alterações para torná-la mais precisa.

De acordo com o levantamento, o Brasil tem hoje 50% de leitores ou 88,2 milhões de pessoas. Se encaixam nessa categoria aqueles que leram pelo menos um livro nos últimos três meses, inteiro ou em partes. Entre as mulheres, 53% são leitoras, índice maior do que o verificado entre os entrevistados do sexo masculino (43%).

Ao perguntar para os entrevistados quantos livros foram lidos nos últimos três meses, período considerado pelo estudo como de mais fácil para lembrança, a média de exemplares foi 1,85. Desse total, 1,05 exemplar foi escolhido por iniciativa própria e 0,81 indicados pela escola.

28.3.12


Comissão Especial sobre o Consumo Abusivo de Bebida Alcoólica da Câmara aprovou ontem (27) parecer do relator, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que visa a combater o consumo de álcool por menores de 18 anos, com o aperfeiçoamento de mecanismos de fiscalização e controle do consumo e da comercialização.

Agência Brasil

No relatório aprovado, Macris propõe a apresentação de um projeto de lei para a restrição de propaganda de bebidas alcoólicas antes das 23 horas e a proibição da venda em postos de gasolina e em locais até 100 metros de estabelecimentos de ensino e, também, a proibição expressa da venda de bebidas em eventos esportivos.


O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas."

Edison Veiga e Paulo Saldana, Estadão.com.br

E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.

Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.

Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O Estado teve acesso com exclusividade a parte do levantamento, cuja íntegra será divulgada nesta quarta-feira em Brasília.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, os dados colhidos pelo Ibope Inteligência mostram que o desafio, em geral, não é mais possibilitar o acesso ao equipamento, mas fazer com que as pessoas o utilizem. "O maior desafio é transformar as bibliotecas em locais agradáveis, onde as pessoas gostam de estar, com prazer. Não só para estudar."

A preocupação de Karine faz todo sentido quando se joga uma luz sobre os dados. Ao serem questionados sobre o que a biblioteca representa, 71% dos participantes responderam que o local é "para estudar". Em segundo lugar aparece "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Só 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.



O circo precisa de apoio oficial para se manter como atividade empresarial e artística, assegurando, assim, a continuidade da tradição da arte circense, defendeu ontem (27), no Dia Nacional do Circo, o empresário e ator carioca Limachem Cherem, colega de picadeiro por mais de 20 anos de Carequinha, o mais famoso palhaço brasileiro. Para ele, não há muito o que comemorar na data.

Agência Brasil

“O circo hoje não anda bem. Além da restrição ao uso de animais, a atividade sofre com a escassez de terrenos nas cidades para a montagem das lonas. Um exemplo disso é a Praça Onze, um ponto tradicional do circo, hoje totalmente ocupada pelo Terreirão do Samba”, diz o ator de 55 anos, que vive o palhaço Cherem. Empresário do setor, ele seguiu a tradição de ensinar a arte às filhas e as duas, Slanny e Sluchem, são hoje, respectivamente, as palhaças Carequita e Repita.

Para Limachem Cherem, a tradição de passar a arte circense para outras gerações está acabando. “As famílias circenses estão acabando”, reconhece. Ele, no entanto, lembrou de iniciativas que considera positivas, como o prêmio criado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte) após a morte de Carequinha, em 2006. Com o patrocínio da Petrobras, o Prêmio Carequinha contempla, com ajuda financeira, companhias, trupes ou grupos circenses que queiram adquirir equipamentos, produzir espetáculos ou organizar festivais de arte circense.

Outra preocupação do palhaço e empresário circense é quanto à empregabilidade dos profissionais do setor. “Muitos palhaços, equilibristas e malabaristas ganham a vida hoje nos sinais de trânsito e em praças públicas.”

Músicas com temas maliciosos podem ficar mais raras nas festas da Bahia. Um projeto, conhecido como "lei antibaixaria", foi aprovado na noite desta terça-feira (27) em votação na Assembleia Legislativa.

Natalia Canciam, Folha.com

O projeto, de autoria da deputada Luiza Maia (PT), proíbe o poder público de contratar artistas cujas músicas "desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento".

A votação, que já tinha sido adiada por várias vezes, começou às 14h e terminou por volta das 20h. Dos 52 deputados presentes, nove votaram contra o projeto.

Os parlamentares votaram também duas emendas.

Inicialmente, o projeto atingia artistas cujas letras e coreografias poderiam ofender as mulheres. Após discussão, os parlamentares optaram por retirar a parte que falava sobre as coreografias --a justificativa é que seria difícil fiscalizar esse tipo de ação.

Outra emenda, que estendia o veto aos grupos "que fazem apologia a drogas ilícitas e incentivam a homofobia", também foi aprovada.



O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que nem sempre o ato sexual com menores de 14 anos poderá ser considerado estupro. A decisão livrou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade e deve direcionar outras sentenças. Diante da informação de que as menores se prostituíam, antes de se relacionarem com o acusado, os ministros da 3.ª Seção do STJ concluíram que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias.

Mariângela Gallucci, Estadão.com.br

Na época do ocorrido, a legislação estabelecia que se presumia a violência sempre que a garota envolvida na relação sexual fosse menor de 14 anos. Desde 2009, prevê-se que a idade de "consentimento" para atos sexuais continua a ser 14 anos, mas o crime para quem se envolve com alguém abaixo dessa idade passou a ser o de "estupro de vulnerável".

De acordo com dados da Justiça paulista, as supostas vítimas do estupro "já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data". A mãe de uma delas chegou a dizer que a filha faltava às aulas para ficar em uma praça com outras meninas para fazer programas em troca de dinheiro.

"A prova trazida aos autos demonstra, fartamente, que as vítimas, à época dos fatos, lamentavelmente, já estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo. Embora imoral e reprovável a conduta praticada pelo réu, não restaram configurados os tipos penais pelos quais foi denunciado", decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo.


27.3.12


Artigo publicado no jornal Minas Marca de fevereiro de 2012

A internet já se tornou um grande aliado do brasileiro em relação a atividades financeiras, já tendo sido incorporada para atividades como comércio eletrônico,  serviços bancários ou somente comparação de preços.

Fonte: Ibope

O internauta mineiro assemelha-se ao internauta brasileiro, apresentando uma leve tendência feminina (53%), entre 20 e 44 anos (63%), sendo a classe C mais presente (47% contra 40% na população). De acordo com pesquisa do TG.net, uma grande parte deles (81%) usou a internet para comparar preços. O mesmo número de internautas, 81%, visitou sites específicos de produto/marcas nos últimos 30 dias, sendo essas duas atividades as mais frequentes. Entre outros usos financeiros da internet, podemos citar: realizar compras pessoas (63%), usar serviços bancários (63%), realizar compras profissionais (32%) e fazer investimentos (27%).



O Ministério Público Federal (MPF) protocolou, no dia 20 de março, na Justiça Federal uma ação civil pública pedindo a anulação do ato secreto que transformou estagiários da gráfica do Senado em servidores públicos federais sem a realização de concurso público.

Mariângela Gallucci, Estadão.com.br

A decisão secreta da Casa foi publicada pelo Estado em reportagem de 2009. Segundo a Procuradoria de Justiça, o ato beneficiou 76 pessoas. Além da anulação, o MPF pede a demissão dos funcionários.

O grupo teria sido beneficiado por meio de uma manobra autorizada pelo então presidente do Senado, hoje deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), no dia 1º de novembro de 1991.

Os estagiários – hoje alvos do MPF - foram efetivados entre 1984 e 1985. Para autorizar a contratação sem concurso, os estagiários tiveram o vínculo empregatício reconhecido e então foram enquadrados como ocupantes de cargos efetivos. Além disso, uma comissão diretora alegou que a constratação aconteceu antes da Constituição de 1988, o que permitiria as efetivações.

O escândalo foi divulgado pelo Estado na sequência de irregularidades dos atos secretos, utilizados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e seus antecessores no cargo para nomear parentes, amigos e filiados. Um dos protagonistas dos atos secretos, o então diretor-geral Agaciel Maia, teve participação direta no que foi chamado de "trem da alegria secreto".

Na época, 1992, Agaciel era o diretor do Centro Gráfico. Muitos dos "estagiários" favorecidos cresceram profissionalmente, viraram chefes, se aposentaram ou morreram.



Quase 12 mil servidores do Poder Executivo, aposentados por invalidez depois de 2004, poderão receber o benefício integral. A proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite que servidores da União, estados e municípios recebam o benefício integral em caso de aposentadoria por invalidez foi aprovada no Senado na semana passada.

Agência Brasil

Segundo dados do Ministério do Planejamento, 11.850 servidores foram aposentados por invalidez entre 2004 e 2011 no Executivo e podem ter os benefícios revistos. A medida ainda terá de ser promulgada em sessão do Congresso Nacional para ter validade. Depois de promulgada, União, estados e municípios terão 180 dias para rever os benefícios.

Hoje, as aposentadorias são pagas com base no tempo de contribuição. Segundo o Ministério da Previdência, pela Emenda Constitucional 41, os servidores que se aposentaram por invalidez após 1º de janeiro de 2004 têm direito, apenas, a proventos proporcionais. Os que se aposentaram antes dessa data têm direito à aposentadoria integral.

As pessoas que se aposentaram por invalidez por causa de acidente em serviço, doença em decorrência do trabalho ou doença grave, contagiosa ou incurável, têm direito ao benefício integral.
O Ministério do Planejamento não informou o quanto é gasto atualmente com esse tipo de benefício, assim como não informou quanto às despesas podem aumentar com a revisão dos valores. Ainda não há data para a promulgação da emenda no Congresso Nacional.


A briga entre facções organizadas de corintianos e palmeirenses, que ocorreu na manhã de domingo na Zona Norte de São Paulo e provocou a morte de pelo menos um torcedor, deixando outros três feridos, pelo menos um em estado grave, poderia ter sido evitada.

Fonte: Terra

Como o LNET! verificou, o confronto estava marcado na internet. Através de comunidades virtuais, integrantes de diversas facções organizadas, a maioria da Gaviões da Fiel e da Mancha Alviverde, combinaram que se encontrariam horas antes do jogo. Sites como Orkut e fóruns de discussões foram as plataformas usadas para ter acesso ao conteúdo das conversas, o interessado precisa fazer uma solicitação ao moderador da comunidade, que libera ou não.

Durante a semana, torcedores se provocaram para brigar antes do clássico. Já na manhã de domingo, momentos antes do confronto, usando rádios, comunicaram-se para revelar onde estariam.

Ainda incomodados com a morte do associado Douglas Karim Silva, cujo corpo foi encontrado no Rio Tietê em agosto do ano passado depois de ter sido agredido na mesma região da capital, integrantes da Gaviões chegaram armados com barras de ferro e armas de fogo à Avenida Inajar de Souza, onde um grupo comandado pela Mancha estava caminhando até o Pacaembu, acompanhado de duas viaturas da Polícia Militar.

Outro episódio que motivou o confronto aconteceu durante a apuração do Carnaval paulistano, no mês passado, quando uma integrante da Gaviões levou um soco de outro da Mancha. A Polícia Civil, conforme o LNET! antecipou ontem, via ligação entre os episódios. No código de conduta seguido pelas facções, agredir uma mulher é uma atitude imperdoável. Outra combinação comum é brigar sem armas de fogo, o que fora descumprido em agosto de 2011 por palmeirenses e revidado no domingo por corintianos.

E a morte de André Alves Lezo promete ser vingada por facções palmeirenses. Cabe à polícia punir os responsáveis e evitar novas tragédias.


Estação Música Total

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