CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

4.1.11

Em março de 1987, Geraldo Melo assumiu o governo do estado e prometeu fazer as mudanças que o Rio Grande do Norte tanto pediu. No seu discurso de posse falou das dificuldades financeiras que o Estado tinha e garantiu que um “Novo Tempo” estaria chegando para os potiguares. Logo nos primeiros dias viajou para Brasília atrás dos recursos salvadores para o RN.

Em janeiro de 1991, José Agripino retornou ao governo do Rio Grande do Norte e prometeu recuperar o Estado que tinha perdido o Bandern. Prometeu modernizar o Estado assim como o então presidente Collor prometeu modernizar o Brasil. Logos nos primeiros dias de governo viajou para Brasília em busca dos recursos salvadores para o RN.

Em janeiro de 1994, Garibaldi Filho assumiu o governo do Rio Grande do Norte e prometeu um ampla reforma administrativa cortando cargos comissionados, secretarias e órgãos estaduais. Reclamou como os ex-governadores Geraldo Melo e José Agripino das dificuldades financeiras do Estado e foi a Brasília atrás dos recursos financeiros salvadores.

Em janeiro de 1999, Garibaldi, reeleito, assumiu o governo e prometeu melhorar em relação ao seu primeiro governo.

Em janeiro de 2002, Wilma de Faria assumiu o governo embalada no clima de mudança que o presidente Lula puxou Brasil afora. Falou das dificuldades financeiras do Estado, prometeu mudar a prática política no Rio Grande do Norte e viajou para Brasília atrás dos recursos financeiros salvadores.

Em janeiro de 2006, Wilma de Faria, reeleita, assumiu o governo e prometeu avançar em relação ao seu primeiro governo.

Em janeiro de 2011, Rosalba Ciarlini assumiu o governo do Rio Grande do Norte e repetiu a cantilena dos governadores que a antecederam sobre as condições financeiras do Estado. Já prometeu viajar para Brasília em busca de recursos para salvar o RN.

Como farsa, a história se repete no Rio Grande do Norte. Os personagens principais estão sempre se revezando nas principais cadeiras do poder, ora como adversários, ora como aliados, mas sempre como as mesmas práticas e argumentos. Basta checar os registros históricos.

Entrevista 10 x 140 - Fernando Lessa em 1.400 caracteres


Perfil de Fernando Lessa – De Ipatinga/MG, cidadão natalense, pai, adm. de empresa, publicitário, cinéfilo, desportista, piloto em formação, viciado em tec, espírita.

P- O que é ser mineiro e natalense ao mesmo tempo?

Fernando Lessa – É saber valorizar família, amigos e os prazeres da mesa, e saber cultivar história, tradição e cultura, ter o coração nas montanhas e no mar

P- Qual atividade profissional você desenvolve atualmente?

Fernando Lessa - Sou sócio e co-administrador de duas empresas e Secretário de Saúde do Município de Ceará-Mirim

P- Como você vê a gestão pública?

Fernando Lessa - Carente de comprometimento, de profissionalismo, de ética, de dedicação, de determinação, de espírito público, de vontade e de lideranças

P- O que é interessante no mundo da publicidade e no mundo da administração de empresas?

Fernando Lessa – A junção da criatividade a objetividade da busca por resultados

P- Você é adepto de esportes radicais?

Fernando Lessa – Pratico automobilismo, motociclismo, paraquedismo, voo de helicopteros e já fui casado duas vezes

P- Você quer ser piloto? Qual o doido que vai voar com você? Gargalhadas...

Fernando Lessa – Voar é fácil o difícil é decolar e pousar...sou mais responsável voando que guiando

P- O que é um viciado em tecnologia?

Fernando Lessa – É o cara que fica conectado 24 hs, atualiza seus equipamentos no mínimo a cada 6 meses e tem vida virtual ativa

P- O que é o Twitter para você?

Fernando Lessa – É a revolução da comunicação global, e a ferramenta que conseguiu quebrar barreiras e preconceitos nas áreas social, profissional e política

P- Quais seus projetos como empresário?

Fernando Lessa – Diversificação...estou retornando a área editorial e ampliando os negócios na área imobiliária

P- Qual o maior desafio que já enfrentou?

Fernando Lessa – A luta contra o câncer

Se você quer conhecer um pouco mais o Fernando Lessa converse com ele no twitter @FernandoLessaRN

3.1.11

Eduardo Cucolo, da Folha.com

As reservas internacionais do Brasil terminaram o ano de 2010 em US$ 288,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Isso representa um aumento de 20,7% em relação aos US$ 239 bilhões verificados um ano antes. Em relação ao começo do governo Lula, quando as reservas eram de US$ 37,7 bilhões, o aumento foi de 665%.

No Brasil, a política de compra de reservas começou em 2004, mas ganhou força nos últimos três anos, devido ao aumento no fluxo de dólares para o país.

As reservas funcionam como um seguro contra crises externas. Hoje, elas superam o valor da dívida externa do Brasil dos setores público e privado juntos.

A maior parte do dinheiro está aplicada em títulos do governo dos EUA, considerado o investimento mais seguro do mundo, mas que também oferece um baixa taxa de rentabilidade.

O último dado do BC sobre rentabilidade, de 2009, mostra que, naquele ano, as reservas tiveram o pior rendimento desde 2005, de 0,83%. O percentual é calculado em dólar, que serve de referência para as reservas. Não entra nessa conta a desvalorização em relação ao real.

O Brasil está hoje entre as economias com o maior nível de reservas em moeda estrangeira, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional)

Tânia Monteiro, da Agência Estado

BRASÍLIA - Com um discurso duro, mas tentando mostrar que o atual momento é de diálogo e sem espaço para revanches, a petista gaúcha Maria do Rosário assumiu hoje a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). A cerimônia contou com a presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Nos últimos anos, as duas pastas, com Paulo Vanucchi e Jobim no comando, mantiveram duros embates, criando problemas políticos para o governo Lula.

O discurso da nova ministra procurou demonstrar a diferença entre as duas gestões. Quando se referiu ao período que os militares tomaram o poder, por exemplo, Maria do Rosário preferiu usar o termo "período de exceção", ao contrário de Vanucchi, que sempre usou "ditadura". No fim de sua fala, a ministra defendeu o "reconhecimento da responsabilidade do Estado pelas graves violações de direitos humanos com vista a não repetição do ocorrido" e pregou que "devemos enfrentar as questões para caracterizar a consciente virada de página do momento da história".

Em seguida, a ministra fez um apelo ao Congresso para que aprove a formação da Comissão da Verdade. "A constituição da Comissão da Verdade não se trata, jamais, de qualquer atitude de revanche, como disse, em seu discurso, a presidente Dilma", reforçou a nova ministra. Tentando mostrar que não quer ter problemas no relacionamento com os militares, ela prosseguiu dizendo que "estamos movidos pelo entendimento e até pelo reconhecimento que no Brasil de hoje, no Estado brasileiro, não há qualquer instituição contra a democracia". Segundo Maria do Rosário, "as Forças Armadas são parte da consolidação democrática deste Brasil e nas Forças Armadas há o desejo de trabalharmos de forma conjunta neste processo de consolidação da democracia".

Sobre a abertura de arquivos das Forças Armadas, Maria do Rosário disse que isso faz parte de um amplo debate, sem contradições. "Hoje, no governo, não temos qualquer contradição entre setores dos Direitos Humanos e das Forças Armadas. Somos parte de um mesmo projeto nacional de democracia e as Forças Armadas contribuem para a consolidação do processo democrático", afirmou.

Questionado se a fase de embate entre Defesa e Direitos Humanos estava encerrada, o ministro Jobim, em entrevista ao fim da cerimônia, disse que está trabalhando para "virar a página". Perguntado sobre algumas partes mais duras do discurso da ministra, que pediu o reconhecimento do Estado quanto aos mortos e desaparecidos políticos, Jobim disse: "É isso que está sendo feito. Tudo que ela diz está sendo feito. Estamos trabalhando por isso". Ele afirmou também que não se opõe à criação da Comissão da Verdade, justificando que participou da elaboração desse texto.

Um pouco antes, em seu discurso, o ex-ministro Paulo Vanucchi foi conciliador dizendo que existem diferentes visões sobre os temas e que o governo Lula avançou muito na questão dos direitos humanos. "A verdade não é uma só", disse o ex-ministro, acrescentando que a verdade "pode ter muitas faces, uma vez que há diferentes formas de se olhar para ela".

O novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que também acompanhou a cerimônia de posse de Maria do Rosário, defendeu o entendimento entre todos os setores. "Vamos ter uma relação harmoniosa entre Defesa, Justiça e Direitos Humanos, todos integrados e juntos sob a orientação da presidente Dilma", declarou.

De Mário Sérgio Lima - Folha.com

Em evento prestigiado por altos integrantes do PMDB e senadores do partido, Garibaldi Alves tomou posse oficialmente como novo ministro da Previdência, e apontou em discurso a necessidade de ajustes pontuais para equilibrar as contas da pasta, em decorrência das dificuldades para a aprovação de uma reforma mais ampla da Previdência Social.

Em discurso, afirmou que, pela primeira vez em sua carreira pública, sentiu-se intimidado.

"Desde a confirmação do meu nome, ao invés de me dar feliz ano novo, as pessoas me falavam que eu ia assumir um abacaxi, que a Previdência é um abacaxi", afirmou Garibaldi, em tom de brincadeira. "É uma injustiça com o [ex-ministro] Carlos Gabas, pois o Ministério mudou", disse.

Ele admitiu ser uma tarefa árdua, em decorrência das mudanças demográficas pelas quais o Brasil passa, com o aumento da população idosa em decorrência da maior expectativa de vida, causando dificuldades para equilibrar o pagamento dos benefícios e as formas de financiar o sistema previdenciário.

Garibaldi apontou como dificuldades a necessidade de inclusão de todos os idosos na cobertura previdenciária, a inclusão da parcela da PEA (população economicamente ativa) no regime geral da Previdência (especialmente das pessoas na informalidade), além de um controle mais forte e medidas para evitar sonegação e fraudes.

"Noutra frente, precisamos reforçar e consolidar programas de resgate de créditos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) junto às empresas devedoras", disse.

O novo ministro também disse que a reforma previdenciária precisa passar por uma grande negociação no Congresso.

"Não é possível realizar de forma abrupta", ressaltou. Por isso, ele defendeu a necessidade de realizar reformas pontuais, que demandariam menos articulação e poderiam sanar dificuldades. "Ainda estou na fase de estudos, tomando pé da função, então ainda não tenho nenhuma reforma pontual a ser adotada", afirmou.

Garibaldi ainda agradeceu ao vice-presidente Michel Temer, presente à cerimônia, a quem ele atribuiu o mérito de unir o PMDB. O ministro também atribuiu aos senadores José Sarney e Renan Calheiros, que não compareceram, a sugestão de seu nome para o cargo, agradecendo a confiança da presidente Dilma Rousseff.

"Sei que talvez meu currículo não fosse o que ela desejasse, mas vi hoje na posse do ministro (de Minas e Energia, Edison) Lobão ele afirmando que também não tinha um currículo tão importante naquela área. Espero ser tão bem sucedido quanto ele foi", afirmou.

Ainda na cerimônia, o ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou que estava pronto para deixar a pasta e assumir a presidência dos Correios, mas foi convencido por Garibaldi a permanecer no ministério, no cargo de secretário-executivo. "Até me disseram que, juntos, podemos formar a dupla 'gagá'. Mas não será isso, nós vamos trabalhar juntos", afirmou Gabas, provocando risos na plateia.

O Calangotango abre hoje uma série de entrevistas com tuiteiros com perguntas e respostas de até 140 caracteres. Esse mundo virtual tuiteiro nos faz se relacionar com muitas pessoas e na maioria das vezes conhecemos pouco esses personagens com quem nos comunicamos diariamente. A entrevista "10 x 140" será apenas para aproximar mais as pessoas que convivem diariamente no twitter. Pretendo entrevistar quem me acompanha ou não no twitter. "Você em 1.400 caracteres" é que é a estrela para o Calangotango.

Entrevista 10 x 140 - Túlio Ratto em 1.400 caracteres

Perfil de Túlio Ratto – Mossoroense, 38 anos, ex-pintor de paredes e letreiros, editor da revista Papangu e revista do RN, leitor contumaz, chargista.

P- Você se define como cartunista ou caricaturista?

Túlio Ratto- Incluo aí na pergunta, também, o chargista. Considero-me os três.

P- Qual a diferença entre caricatura, a charge e o cartum?

Túlio Ratto- A caricatura trata-se apenas do retrato distorcido; a charge, geralmente, traz um fato político; o cartum, uma piada sem celebridades.

P- Quando e onde começou a trabalhar?

Túlio Ratto- Já me conheci desenhando. Só no ano de 2003 é que comecei profissionalmente com uma exposição de caricaturas. Em 2004, comecei na Papangu.

P- O Rio Grande do Norte é um bom mercado de trabalho?

Túlio Ratto- Já foi pior. Quem trabalha nessa área é, digamos, discriminado. Como também temos muitos valores no Estado "desvalorizados".

P- O que mais lhe inspira para fazer uma caricatura, uma charge ou um cartum?

Túlio Ratto- O processo criativo é fascinante. Nem sempre somos compreendidos. E, claro, depende do estado de espírito de cada artista.

P- Quando não está trabalhando o que mais gosta de fazer?

Túlio Ratto- Jogar vídeogame. De preferência rally. Adoro velocidade.

P- Você é um critico ferrenho da prefeita de Mossoró. Por que?

Túlio Ratto- Acho que qualquer artista da área tenta desmistificar administrações que só são bonitas na propaganda. O caos é mais embaixo.

P- Você responde algum processo por causa do seu trabalho?

Túlio Ratto- Respondo, sim. E adivinha quem está nos processando? E não é a primeira vez.

P- O que é o twitter para você?

Túlio Ratto- Uma importante ferramenta de trabalho e de amigos.

P- O que você mais gosta de fazer quando está em família?

Túlio Ratto- Se existe algo que eu gosto mesmo é de brincar. Seja com as crianças (5 filhos) ou no Photoshop. Também não dispenso um filme e uma cerveja.

Se você quer conhecer um pouco mais o Túlio Ratto converse com ele no twitter @tulioratto

As festas terminaram. O Brasil e o Rio Grande do Norte começam a primeira segunda-feira de 2011 (03/01/2011) com expectativas as mais variadas.

A presidenta Dilma jamais dirá que herdou uma “herança maldita”. Por isso, o seu governo terá que no mínimo manter o sucesso que foi o governo Lula. E para fazer história terá que ser um governo melhor. A sociedade vai cobrar diariamente respostas do governo federal para os problemas que o país tem que resolver nas áreas da saúde, segurança, infrraestrutura e educação, por exemplo.

Dilma mostrou sabedoria política ao aceitar a fortíssima influência de Lula na formação do seu governo. Ela sabe que só é presidenta da república porque teve Lula por trás de todo o processo de construção de sua vitória.

A sombra de Lula sobre o governo Dilma pode ser para bem ou para o mal. O criador (Lula) e a criatura (Dilma) para manterem um nível de vôo estável, sem turbulências, terão que usar de todas as suas habilidades na convivência política daqui pra frente. O tempo dirá o resultado da relação do criador com a criatura.

O fato é que as expectativas da maioria dos brasileiros é de que Dilma fará um bom governo. Capacidade gerencial ela já mostrou que tem quando coordenou todas as ações do governo Lula na Casa Civil. A partir de hoje a presidenta Dilma vai ter que responder com resultados concretos as exigências da sociedade brasileira. O povo gostou do governo Lula e não vai querer retroceder. No dia-a-dia, na vida real, o povo vai exigir cada vez mais do governo federal.

Aqui, no Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini, vai reclamar – durante um certo tempo - da “herança maldita”. Aliás, é o que tem feito desde que ganhou a eleição. Alguma hora Rosalba vai ter que parar de reclamar do governo passado e encontrar soluções para os problemas nas áreas da saúde, segurança, educação e infraestrutura.

Rosalba foi eleita com o discurso da mudança. Com o argumento de que foi uma boa prefeita de Mossoró, prometeu chegar ao governo e resolver os problemas mais graves que afligem os norte-rio-grandenses. Tem agora a responsabilidade de traduzir em resultado concreto para a sociedade aquilo que prometeu no discurso.

A governadora do RN montou sua equipe nos mesmos moldes tradicionais dos governos dos últimos 40 anos, acomodando politicamente interesses de lideranças políticas como os senadores José Agripino (DEM), Garibaldi Filho (PMDB), do vice-governador Robinson Faria (PMN), para ficar apenas nessas três mais expressivas que compõe a sua base de apoio político.

O tempo dirá se Rosalba vai “fazer acontecer” como prometeu.

De Luana Ferreira - Tribuna do Norte

Nem só de cabeças americanas saem ideias geniais que, de tempos em tempos, mudam – para melhor – a maneira como a tecnologia influencia a nossa vida. A sacada de Gleydson de Lima, um natalense “da gema”, foi desenvolver um único sistema que armazena todas as informações da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Gleydson de Lima desenvolveu um único sistema que armazena todas as informações da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Antes da implantação do Sistema de Integrado de Gestão (SIG), dados como as pesquisas publicadas pelos professores, as férias dos funcionários, a quantidade de café comprada e o banco patrimonial da UFRN eram armazenados em dados separados – muitas vezes em arquivos de papel – e custava tempo e dinheiro reunir tudo. Analisar aquilo, então...

Desde 2007, os alunos podem fazer matrículas online, o reitor pode saber que funcionário consumiu mais diárias ou qual o principal motivo de trancamento de determinado curso.

Em menos de quatro anos de uso, o SIG foi replicado em outras 15 instituições, entre elas o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e 11 universidades federais. O Ministério do Planejamento quer estender a ferramenta para todas as instituições do Brasil. Por isso, Gleydson de Lima tem viajado mensalmente a Brasília. Da sua sala na UFRN, ele também costuma fazer reuniões com pessoas de outros estados por meio de um sistema de videoconferência.

Gleydson de Lima tem 27 anos. Ele conduz uma equipe de 120 pessoas que dão suporte e aprimoram o SIG – a maior equipe de criação de software do estado - na Superintendência de Informática da UFRN desde os 23 anos. Ele também cuida para que essa multidão não interfira na arquitetura original no sistema, uma de suas preocupações. “Como uma cabeça pensa diferente da outra, a gente tem que criar mecanismos para automatizar essa manutenção da base”, explica. A outra preocupação é ter reconhecida legalmente a autoria do SIG. A UFRN já recebeu 16 milhões de reais com a transferência de tecnologia para outras instituições. Tudo foi investido em equipamentos, contratação de pessoal e aumento de salários da Superintendência. “Na prática, as instituições investem ainda mais naquilo que está sendo repassado”, explica o diretor.

A questão dos direitos autorais começou a ser discutida neste ano. “A legislação me garantiria participações se tivéssemos feito o SIG pensando em contratos de repasse de tecnologia, mas o que a gente pensou foi no fortalecimento da universidade. A meu ver, as outras coisas viriam como consequência. Vamos ver se isso acontece”, disse Gleydson de Lima na ampla sala onde trabalha em um dos dois prédios da Superintendência.

Nerd, boa pinta, apreciador de cerveja

Bonito, comunicativo e bem vestido, Gleydson de Lima não lembra em nada o protótipo do nerd tímido e atrapalhado que ficou cristalizado no nosso imaginário. Casou-se aos 25 anos com a Raphaela, colega de curso, depois de namorar nove meninas. Gosta de filmes de ação, lê pouco, vai ao estádio, pratica esportes – no último ano emagreceu treze quilos correndo -, e prefere o convívio familiar e os churrascos de fim de semana às redes sociais. “Cervejinha pra mim é fundamental”, diz, entre risos. Nem tem facebook. Um sonho de consumo? Uma casa à beira-mar para reunir os amigos.

Mas duas coisas o separam de nós, pobres mortais: a paixão pelo trabalho e a enorme capacidade de solucionar problemas na sua área. “Eu olho para aquilo e já consigo ver o que é. É vocação total”, analisa.

O hábito de planejar a vida - “me pergunte o que farei daqui a cinco anos e eu responderei” - a teimosia, que ele vê como defeito, e o gosto por desafios também devem tê-lo ajudado a alcançar o sucesso profissional tão cedo. “Não gosto de não saber de um assunto. Não gosto de depender. Se há uma tecnologia nova e ela começa a dar problema, eu me sinto incomodado, viro duas ou três noites para resolver aquilo”.

Aos 14 anos, já criava sistemas no antigo computador do seu pai, um microcomputador 486, para ajudá-lo no comércio. Aos 16, antes de prestar vestibular, virou noites estudando a grade curricular de engenharia da computação e foi à universidade conversar com os professores para saber se era aquilo mesmo que queria. No meio da graduação, foi convidado pela Caixa Econômica Federal para ajudar na criação do software do projeto das loterias, e morou um ano em Brasília. Apesar das várias propostas de emprego (ele tinha apenas 20 anos), preferiu voltar e concluir os estudos.

Para não ficar desnivelado, fez quatro semestres em dois. “Foi a época que tive as melhores notas. Meu Índice de Rendimento Acadêmico ficou próximo a 9,5”, lembra. Concebeu a arquitetura do SIG na época da conclusão do curso. Foi o aluno laureado de 2004. Em 2006, foi nomeado pelo reitor Ivonildo Rego, com quem sempre teve bom relacionamento, diretor de sistemas da universidade.

“Meu sonho era desenvolver Natal na parte de Tecnologia da Informação. Natal é uma cidade turística e a gente vê que em TI a coisa ainda é meio complicado”.

Entrou para o mestrado e passou a desenvolver os embriões do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa), o Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac) e o Sistema Integrado de Gestão e Recursos Humanos (Sigrh), que se integram e compõem o SIG, coordenando um grupo de seis pessoas. A UFRN o apoiou, o grupo cresceu. Nessa época, ele também dava aulas na FARN, onde se tornou coordenador de pós-graduação de Sistemas Corporativos. Está no meio de um doutorado na UFRN.

A comunidade acadêmica reúne 500 mil pessoas entre alunos, professores e funcionários. Ainda não se sabe quanto o SIG trouxe de economia para a UFRN. “A gente sabe que a economia só de papel é gigante”, avalia Gleydson de Lima. Não é difícil outros ganhos: os processos foram agilizados, a burocracia ficou menor, e as informações se tornaram mais claras.

“Aquele meu sonho inicial foi feito. O que se quer que a UFRN continue o apoio durante muito tempo”, disse. Isso tem a ver com o que ele planejou para os próximos anos: ter filhos, consolidar a parte de digitalização dos processos do SIG e gerenciar a área de concurso do sistema. Além de, é claro, continuar os cursos de capacitação dos professores. “Sempre tem aquele professor que não quer ver nem o computador na frente”.

2.1.11

Artigo - Política

Fábio Farias - Jornalista

O final de 2010 foi dramático para o Rio Grande do Norte. A falência do Estado é a herança deixada pelos oito anos de governo Wilma. Os mais pessimistas dizem que a dívida estatal bate na casa dos R$ 2 bilhões. A saúde e educação tiveram desempenhos vergonhosos nos últimos oito anos. Há um inchaço de cargos comissionados no Estado que atrapalha a capacidade de investimento. Um atraso que destoa do crescimento dos outros estados do Nordeste. É nesse contexto de bancarrota que a médica Rosalba Ciarlini (DEM) assume o governo. Esperança de mudar?

Existem duas bases de comparação para analisar o futuro governo de Rosalba Ciarlini. A gestão dela como chefe do executivo de Mossoró e os seus quatro anos como senadora da república. Noves fora, deve entrar na balança a influência de personagens como José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB) no seu futuro governo. Um grifo nada otimista: as indicações políticas de Agripino para secretariado municipal de Micarla de Sousa (PV) têm percentual significativo de responsabilidade pela quebra financeira que afeta Natal.

Mossoró, onde a atual governadora tem com altos índices de aprovação popular, é o refúgio político e terra de onde veio a esperança que levou os eleitores a optarem pela demista no último dia três de outubro. Os principais louros do governo dela residem, principalmente, no forte desenvolvimento econômico de Mossoró e na organização municipal como um todo, fora os investimentos em áreas como cultura, por exemplo. A cidade é a principal vitrine política da governadora eleita e seu maior reduto de eleitores e apaixonados.

Um olhar mais atento, no entanto, revela que Mossoró esteve longe de ser o país das maravilhas alardeado pela campanha de Rosalba. Uma breve pesquisa no site Transparência Brasil revela sete processos por improbidade administrativa (http://www.excelencias.org.br/@candidato.php?id=13611&cs=2) movidos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte contra a então prefeita. Um fato que passou despercebido em toda a campanha e não foi levado em consideração pelos analistas políticos da província.

Além desses processos, há outro detalhe intrigante em Mossoró. O sistema público de saúde. Apesar de ser a segunda maior cidade do Estado e contar com cerca de 300 mil habitantes, não há maternidade pública, nem hospital municipal. Rosalba administrou a cidade por três vezes e não foi capaz de resolver problemas de superlotação no Hospital Regional Tarcísio Maia e nem resolver problemas como os índices de mortalidade infantil e de mortalidade materna.

Indo da prefeitura de Mossoró para o senado – grande trampolim político da governadora – a situação torna-se ainda mais dramática. Foram quatro anos de absoluta nulidade como representante do Rio Grande do Norte. Aqui não dá para esquecer o voto de aplauso para a novela que a então senadora teve coragem de apresentar. Parte dessa nulidade pode ser explicada pela ânsia da classe política da qual a governadora faz parte em começar, desde já, uma campanha visando o executivo estadual. A insignificância frente ao senado foi tamanha que Rosalba, enquanto esteve em campanha, teve de “se virar nos 30” para mostrar algum trabalho. Isso sem falar que a atual governadora também esteve envolvida no escândalo das passagens aéreas pagas com dinheiro do senado.

Avançando um pouco na linha do tempo e analisando as indicações do secretariado é possível comemorar avanços – como foi o nome de Betânia Ramalho para educação – mas também perceber uma aura de que as coisas, talvez, não mudem muito. Afinal, temos Betinho Rosado como secretário de Agricultura e Isaura Rosado nomeada, numa ginástica política para se livrar da lei, como Secretária Extraordinária de Cultura. Nomes que refletem uma atitude nepostista por parte da governadora.

Iniciativa boa, mas tímida, foi o anúncio de que vai cortar 30% dos cargos comissionados. Bandeira essa que foi levantada durante toda a campanha pelo rival de Rosalba, Carlos Eduardo (PDT). Merece aplauso, apesar do corte ainda ser pequeno em relação ao alto número de comissionados, que dizem superar com folga a marca de duas mil pessoas. E se ela realmente pretende recuperar a capacidade de investimento do Estado, ela vai precisar cortar. E é bom que comece cortando primeiro da própria gordura do Governo, antes que necessite penalizar a população com aumento dos impostos.

O ditado diz que esperança sempre morre por último. Divergências de visões políticas à parte, todos querem ver o RN crescer e se desenvolver. Mas há ainda um fio de realidade que é mais um motivo que me faz acreditar que nada será muito diferente: Rosalba vem da mesma escola que moldou todos os ex-governadores do RN dos últimos 20 anos. Inclui aí Wilma de Faria (PSB), aluna graduada na escola Maia de fazer política. Rosalba vem de um berço que se caracteriza não por uma filosofia política ou econômica, mas por práticas ultrapassadas que deviam, a esta altura do campeonato democrático, estarem eliminadas.

Realismo – ou seria pessimismo? – à parte, não dá para prever com exatidão os próximos quatro anos. O que se sabe é que Rosalba governa com a Assembléia Legislativa e a imprensa local do lado dela. A faca e o queijo para promover as mudanças que o Rio Grande do Norte precisa. É claro que ela necessita de tempo, mas é preciso que o cidadão fique atento e fiscalize, cobre dela essas mudanças prometidas. Isso para que cheguemos em 2014 mais perto de um mar de rosas do que de um naufrágio melancólico com ares de filme repetido.


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