9.10.11
Postado por
Sávio Hackradt
"Não
dá mais para salvar a memória dela, comprometida pelo Alzheimer", diz Inês
Cardoso ao falar sobre a situação de sua mãe, Ruth Escobar, de 75 anos.
"Mas ainda é possível salvar a memória do que ela deixou."
Tonia Carrero, Eva Vilma, Odete Lara, Normal Bengell, Ruth Escobar, na Passeata dos 100 mil no Rio |
Fonte:
O Estado de São Paulo
Um
dos nomes mais notáveis do teatro paulista do século 20, Ruth Escobar construiu
um enorme acervo. Seja como atriz. Seja como produtora cultural. São imagens,
documentos, vestígios de grandes espetáculos. Um patrimônio inteiro que hoje
está ameaçado, alerta a filha.
Por
determinação da justiça a gestão desse legado, assim como de todos os bens de
Ruth, está a encargo de um escritório de direito. Há cerca de cinco anos é a
advogada Marília Bueno Pinheiro Franco quem responde como curadora. "Ela é
completamente indulgente. Nem quero entrar na questão dos imóveis, que estão
destruídos. Quero chamar a atenção para a gestão do acervo artístico da minha
mãe", diz Inês, que aponta negligência na administração do patrimônio.
Armazenada
em uma casa na Rua 13 de maio, na Bela Vista, a coleção da artista estaria
ameaçada pela chuva, umidade, além da presença de ratos e insetos. "Parece
que passou um tsunami. É deprimente", considera Inês. Procurada pela
reportagem, a advogada não foi encontrada para comentar a situação.
Sabe-se,
porém, que Inês não é a única representante da família a denunciar a atual
situação de abandono de Ruth. Outra filha da atriz, Patricia Escobar, também
tem se manifestado. "Uma senhora, que fez tanto pela cultura e pela
política cultural e direitos das minorias. Hoje ela nem sequer tem plano de
saúde ou um médico que a acompanhe. É apenas atendida pelo SUS", escreveu
ela em sua página no Facebook.
É
complicado entender por qual motivo a gestão do patrimônio de Ruth Escobar foi
transferida para uma curadora designada pela justiça. Sabe-se que, por um
desentendimento familiar, um dos filhos foi à justiça pedir a interdição da
artista, que já apresentava sinais de Alzheimer.
Mesmo
após receber o diagnóstico da doença, em 2000, Ruth seguiu trabalhando. Dois
anos depois, ainda produziu o espetáculo Os Lusíadas. Montagem, aliás, que
ainda lhe gera problemas. À época, ela criticou duramente o diretor Iacov
Hillel. Ele, por sua vez, a processou, pedindo o pagamento de direitos
autorais. Teve ganho de causa. A família acaba de pagar uma multa de R$ 80 mil
para Hillel. "Ela já estava meio atrapalhada. Não estou questionando, eu
entendo essa questão de direito autoral. Além disso, não estou disposta a criar
briga com ninguém. A minha briga agora é com essa curadora", comenta Inês.
De
acordo com ela, todos os imóveis de sua mãe estariam abandonados. Inclusive a
casa onde a atriz e produtora cultural ainda reside. "Ela fez uma pequena
reforma agora porque eu fiquei um ano em cima. Havia um deque de madeira que
estava destruído, um terraço em que podia até morrer um funcionário."
Fotografias
do local em que está abrigado o acervo de Ruth dão uma amostra do quadro de
abandono. Há papéis espalhados e móveis destruídos por todos os cantos. "O
que está se perdendo é a oportunidade de as novas gerações entenderem o que foi
esse teatro da década de 1970. Tão transformador, tão libertário",
considera Inês.
Não
existe um inventário que dê conta do tamanho ou do valor dessa coleção. Pela
trajetória dessa atriz-empresária, porém, pode-se ter uma ideia da importância
do que está sob ameaça.
Do
Porto para São Paulo. A artista, que nasceu no Porto e veio para o Brasil em
1951, esteve desde sempre comprometida com as vanguardas artísticas.
Fundou
em 1964, o seu próprio teatro e produziu uma série de espetáculos marcantes. Em
1968, notabilizou-se como intérprete e produtora de Cemitério de Automóveis.
Dirigida pelo argentino Vitor Garcia, a partir de texto de Fernando Arrabal, a
montagem foi um enorme sucesso na época. Seus registros - fotográficos e
documentais - são apenas uma parcela do acervo que está na casa da Rua 13 de
maio.
Lá,
também é possível encontrar relatos das diversas produções internacionais que
Ruth protagonizou: seria a primeira, por exemplo, a trazer para cá o trabalho
de encenadores como Bob Wilson.
Não
é apenas para o teatro, porém, que ela foi importante. Em 1980, esteve
fortemente ligada ao movimento de democratização do País e foi eleita deputada
estadual por dois mandatos.
Estação Música Total
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