10.11.11
Postado por
Sávio Hackradt
Agência
Brasil
Os
professores estão fora do debate público sobre a educação e suas vozes não
estão presentes nas coberturas jornalística da América Latina, segundo pesquisa
do Observatório da Educação feita em 18 jornais do continente. Foram analisadas
mais de 1.200 reportagens de maio a julho deste ano. As matérias indicam que as
políticas públicas implantadas, os novos temas, disciplinas e materiais para as
aulas são modificados sem que os professores sejam consultados sobre a política
educacional.
“O
professor é sempre um personagem e nunca uma fonte para balizar a política
pública. E a má qualidade do ensino é sempre atribuída a eles. Estão sendo
responsabilizados, mas não têm seu direito de resposta”, disse Fernanda
Campagnucci, editora do Observatório da Educação, que participou do lançamento
de Rede pela Valorização dos Docentes Latino-Americanos, hoje (9), na capital
paulista.
Segundo
Fernanda, a análise indicou que entre os temas mais comentados nos jornais
estão a qualidade, seguida dos sistemas de avaliação, problemas de
infraestrutura e violência nas escolas. Depois aparece a questão das
tecnologias de informação na educação. “Nesse caso, dependendo do enfoque,
entra em conflito com o docente, porque tem problemas de informação e uma ideia
de que o aluno não precisa do professor para aprender porque consegue aprender
sozinho com o computador”. Outro problema destacado nas reportagens analisadas
são as greves e paralisações.
A
vice-presidente da Internacional de Educação da América Latina, Fátima
Aparecida Silva, disse que no geral a categoria dos professores é composta
principalmente por mulheres, que chegam a ser 80% no ensino infantil e médio,
enquanto no superior há mais homens. Além disso, apontou que os professores
estão envelhecendo ao redor do mundo, já que a média de idade é de 45 anos. “A
profissão não atrai mais gente jovem. Nos últimos dez anos, os mais novos ficam
cerca de quatro anos dando aula até encontrar outra ocupação melhor.”
A
ausência de formação é presente em todos os países, assim como a fata de um
processo de negociação que traga valorização para a profissão, com diferenças
entre a zona rural e urbana, tanto na formação quanto na remuneração. “Quando
conversamos com os professores que vivem o dia a dia da aula, percebemos que
eles reclamam ainda do número excessivo de alunos em sala de aula e da falta de
participação nas políticas públicas, além da ausência de plano de carreira e do
ressentimento por serem culpados pela má qualidade educacional.”
A
coordenadora do Comitê Diretivo da Campanha Latino-Americana pelo Direito à
Educação (Clade), Camila Croso, disse que tem notado a tendência de
desvalorização dos trabalhadores da educação, além do desprestígio e do
processo de culpabilização e criminalização. “São tendências muito
preocupantes, mas há também processos de resistência a tais tendências. Mas se
sobressai o conjunto desvalorização, desprestígio e criminalização.”
Ela
destacou ainda a tendência à privatização traduzida no nome de parcerias
público-privadas, que aponta para outro lado, procurando ser atrativa. Disse
também que há um marcante discurso sobre resultados na aprendizagem que não
avalia os rumos da educação, mas dentro do foco de escola como fábrica de seres
homogêneos montados para o mercado de trabalho.
“Esse
sistema de ranqueamento é preocupante porque o resultado é medido sobre o quê?
Aí voltamos ao ponto de partida que é perguntar para que serve a educação. Toda
análise parte do aluno homogêneo que tem que responder ao mercado de trabalho”,
assinalou Camila.
Ele
também reforçou que há uma criminalização de professores e até dos alunos. “Há
uma perda de noção do coletivo, porque há ataque aos sindicatos. Assim
individualiza os professores e coloca o sistema de avaliação com prêmio e
castigo. Desvaloriza o professor, porque leva a política de ensinar para o
teste, para ir bem na prova. Adapta o currículo, se articula como o não
protagonista do fazer pedagógico.”.
Guillermo
Williamson, da Universidad de La Frontera, do Chile, disse que em seu país a
educação apresenta cifras de desigualdade e que não há gratuidade para o
ensino. Lá, as universidades são pagas ou se têm bolsas de estudo para os
pobres. “No Chile, 40% dos jovens podem ir à Universidade, mas se a família tem
dois filhos precisa escolher qual deles pode ir ter o ensino superior”.
Segundo
ele, assim como no Brasil. os jovens estão desistindo de ser professores por
conta da precarização do ensino. “Temos que trabalhar fortemente na educação
pública estatal e podemos buscar a gestão social com cooperativas mistas com o
Estado”. Para ele é preciso retomar a função do professor, que em sua avaliação
é ensinar os alunos e ser um mestre. Além disso ele destacou que é preciso que
o professor recupere sua autoridade em sala de aula.
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