8.1.11
ANDREA MURTA, DE WASHINGTON – Folha de São Paulo
O jornalista americano Monte Reel encontrou no Brasil o homem mais sozinho do mundo: um índio sem tribo, que vive isolado de qualquer contato humano no coração da floresta Amazônica.
Pouco se sabe sobre ele: vive nu, tem cerca de 40 anos, usa arco e flecha e estranhamente cultiva um pequeno bigode. Sim, aparentemente há índios com pelo no rosto.
Mais de três anos de pesquisa sobre o caso sem precedentes resultaram no livro "The Last of the Tribe" (o último da tribo", Scribner, 2010, sem tradução no Brasil).
E estão a caminho de virar filme --com direitos comprados por estúdio, um diretor envolvido (Doug Liman, de "A Identidade Bourne" e "Fair Game") e agora em processo de roteirização.
O índio solitário foi visto pela primeira vez em Rondônia em 1996. Agentes da Funai fizeram várias incursões na mata para tentar se comunicar com ele, com a intenção de definir sua origem e facilitar o processo de demarcar a terra a que tem direito pela Constituição.
Não tiveram sucesso. Arredio, o índio chegou a dar uma flechada quase fatal em um membro da equipe que tentou aproximação.
Os brancos acabaram decidindo respeitar sua solidão --não sem antes lutar contra ameaças de todos os lados para garantir a ele um pedaço da floresta.
"Mas o que torna o homem no Brasil único não é meramente a extensão de sua solidão ou o fato de que o governo sabe que ele existe. É a forma como responderam a isso" afirma Reel, para quem a política de não fazer contato é uma aposta que merece ser feita.
O escritor, que vive em Buenos Aires, falou à Folha sobre os riscos reais e teóricos de um estrangeiro investigando segredos da floresta.
Folha - Há uma grande discussão no livro sobre o dilema entre a integração das tribos e a alternativa de deixar o índio isolado em paz. Com que visão o sr. saiu dessa experiência?
Monte Reel - Não há solução perfeita. A Funai acabou parando de tentar contatar o índio. A decisão de abandonar os esforços foi tomada por gente que trabalha com isso há muito tempo e viu o que as tentativas de forçar a aproximação podem causar.
Pessoalmente, acho que foi a coisa certa a fazer agora. Mas as coisas podem mudar a qualquer momento.
O sr. aborda a impunidade de madeireiros ilegais em relação a matanças de índios na Amazônia. Como avalia o desempenho de autoridades brasileiras na questão?
O livro não é inteiramente crítico ao governo. Eu defendo a posição das autoridades no caso específico desse índio. Realmente admiro as pessoas que trabalharam no caso.
Mas houve muitas decisões que considero erradas. E houve muitos erros no passado também.
O que eu queria era apresentar tanto quanto possível a história e o contexto e ser justo em abordar as razões por que esse assunto é tão controverso. Há muitos motivos pelos quais as pessoas querem e precisam desenvolver a terra [que foi reservada para o índio].
Essa tensão entre tentar estabelecer o que é uma quantidade aceitável de desenvolvimento de agricultura e corte de madeira e o que é demais é muito difícil. É por isso que o tema é tão complicado.
O sr. fala sobre como os funcionários da Funai são teimosos e pouco flexíveis, mas eles acabam aparecendo como heróis. Em uma obra quase jornalística, não incomodou adotar um lado tão abertamente?
Eu tentei ser justo e mostrar o lado dos que defendiam o desenvolvimento, mostrar o argumento deles em suas próprias palavras. Mas quanto mais me envolvi com a história, mais convencido fiquei de que os membros da Funai estavam certos. Eu admiro essas pessoas e não peço desculpas por isso. Esse livro é de certa forma uma tentativa de chamar atenção para o trabalho que fazem.
Reconheço que eles acabaram como os mocinhos, mas acho que pelo menos mostrei por que acredito que isso é correto.
Houve problemas com os fazendeiros?
Um pouco. Nem todos estavam abertos para falar. Há muita suspeita sobre alguém como eu, que chega fazendo perguntas sobre um tema difícil. Provavelmente, o maior desafio foi conseguir sentar e falar com as pessoas desse outro lado da questão.
Quando me apresento como jornalista americano, as pessoas são bem claras em demonstrar seu desagrado em ver um estrangeiro se metendo com a Amazônia.
Sendo de outro país, o sr. se preocupou em evitar romantizar demais a questão?
Sim, com certeza. Eu realmente tentei trabalhar com uma visão que fosse sensata e não lidasse com questões indígenas de forma apenas romântica. Na medida do possível, tentei me manter objetivo e não cair na ideia filosófica do "bom selvagem".
Estava bem consciente dos riscos de idealizar as culturas indígenas e sua forma de vida. Muita gente cai nessa armadilha.
Foi para evitar isso que o sr. retratou um assassinato violento entre tribos e os problemas que os índios da Amazônia tinham uns com outros?
Também. Quis contar essas histórias porque essa é a realidade da vida dessas pessoas. Não é uma vida perfeita, há muitos desafios.
O que o surpreendeu mais?
Eu não tinha nenhuma ideia sobre como as pessoas estão tentando viver [na floresta]. Não sabia nada sobre a rotina de uma tribo isolada. E achei esse tipo de coisa muito fascinante.
Passar tempo com essas pessoas que até relativamente pouco tempo atrás não tinham nenhum contato com o resto da sociedade brasileira --ir lá e ver como vivem-- foi o mais interessante.
Entrevista 10 x 140
Perfil de Carlos Santos – Mossoroense/RN, 47 anos, solteiro, 3 filhos, 26 anos em rádio, jornal, TV e mídias alternativas, há 4 anos com www.blogcarlossantos.com.br
P- Você é autor do livro “Só Rindo – A política do bom humor do palanque aos bastidores”. Fale sobre o folclore político potiguar.
Carlos Santos –Temos fauna diversificada e material em permanente produção. É um lado enriquecedor (sem tirar nada do erário) que transformo em livros, sim
P- O que é sério na política do Rio Grande do Norte?
Carlos Santos –Somos microcosmos do Brasil com apenas 121 anos de república, simulacro de democracia. Sério é a esperança, que sempre vira utopia por aqui.
P- Por que há 4 anos você enveredou pelo webjornalismo com o blog www.blogdocarlossantos.com.br ?
Carlos Santos – Por necessidade, por exclusão do mercado. Hoje agradeço às portas fechadas, à perseguição doentia e o desdém com meu "ocaso". Caí pra cima.
P- O slogan do seu blog é “Jornalismo com opinião”. A sua opinião já lhe “premiou” com processos pelo que você escreveu?
Carlos Santos – Em quase 26 anos de jornalismo raramente fora processado. Há uma enxurrada recente, de um mesmo grupo, com quase 40 ações para intimidação.
P - Quantos processos responde? Ganhou todos ou perdeu algum?
Carlos Santos –Processos não param de chegar. Ha um escritório contratado só para me processar em nome desse grupo. Ações em andamento. Não perdi nenhum.
P- Por que resolveu estudar Direito depois de tantos anos como jornalista?
Carlos Santos - Por influência de advogados amigos, para suplementar o jornalismo e previdência, afinal de contas estou me especializando na condição de réu
P- Além do jornalismo político você também tem larga experiência como comentarista esportivo. Qual dos dois mundos – político e esportivo – é mais “mafioso”?
Carlos Santos –Futebol é a metáfora da vida aqui fora; a política é a vida real, mas em ambos os mundos sempre procuro ver tudo sem maniqueísmo. Com frieza
P- O que é o Twitter para você?
Carlos Santos – Minha "terapia desocupacional", um rádio-escuta moderno e ágil; ambiente para amizades, nunca à provocação. Ajuda à divulgação do meu Blog.
P- Qual sua leitura preferida?
Carlos Santos – Leio de tudo um pouco, mas foco muito em tudo que reforce meu ofício. Vivo o jornalismo político em tempo integral. Faço leitura variada.
P- Quando não está trabalhando ou lendo o que mais gosta de fazer?
Carlos Santos - A boa prosa. Jogar conversa fora, curtir futebol ao vivo/ou TV, juntar-me aos meus amigos e sempre que possível amar e ser bem-amado. Amém
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
GENEBRA - A economia brasileira vai superar pela primeira vez a da França neste ano e já em 2013 vai ultrapassar a do Reino Unido, atingindo a sétima posição no planeta e se preparando para, em 2050, tornar-se a quarta maior economia do mundo. Mas um brasileiro terá de esperar pelo menos mais 40 anos para ter a renda média de hoje de um alemão.
Os dados fazem parte de um estudo da PricewaterhouseCoopers. Segundo o estudo, antes de 2020 as sete grandes economias emergentes já terão superado os tradicionais países do G-7 em tamanho do PIB. A constatação do levantamento é que, em meados do século, o cenário econômico mundial será bem diferente do atual, com China e Índia nos dois primeiros lugares e o atual líder – os Estados Unidos – apenas na terceira posição.
No caso do Brasil, o País subirá várias posições no ranking das maiores economias, incentivado por seu mercado doméstico e pela exportação de recursos naturais num primeiro momento. Se a comparação do PIB do Brasil for calculada em paridade de poder de compra (PPP), o País passaria da atual nona posição entre as maiores economias para a quarta, elevando PIB de US$ 2 trilhões em 2009 para US$ 9,7 trilhões em 2050.
A projeção é de que já este ano o Brasil supere a França em PIB. Em 2010, já havia superado a Espanha. Em 2013, superaria o Reino Unido. Finalmente, em 2025, passaria a Alemanha – o motor da economia europeia. Em 2037, seria a vez de superar a Rússia e, em 2039, o Japão.
Em uma comparação que leve em conta a taxa de câmbio do mercado, conhecido como PIB nominal, o Brasil também chegaria em 2050 na quarta posição entre as maiores economias, com US$ 9,2 trilhões de PIB. Hoje o País ocupa a 8.ª posição. Por esses cálculos, o Brasil superaria a Itália em 2017, passaria o Reino Unido em 2023 e ultrapassaria a França em 2027. Em 2032, seria a vez de superar a Alemanha e, em 2044, passaria o Japão.
Renda
O avanço do Brasil pode impressionar. Mas, para o autor do levantamento, ser a quarta maior economia do mundo não significa que a pobreza será automaticamente erradicada. "Isso dependerá de uma política de Estado para garantir a distribuição da riqueza", afirmou ao Estado o economista John Hawksworth, chefe do grupo que realizou a projeção.
Ele lembra que, hoje, um brasileiro tem em média uma renda equivalente a 22% da renda de um americano. Em 40 anos, ganhará ainda menos da metade do que será a renda de um trabalhador nos Estados Unidos.
No Brasil, a renda passaria dos atuais US$ 10 mil por ano para quase US$ 40 mil em 2050. Na prática, a renda média de um brasileiro levará mais 40 anos para alcançar a de um alemão hoje.
Em termos de expansão do PIB, a consultoria destaca que o Brasil não estará entre os líderes e, mesmo na quarta posição mundial, o País terá em 40 anos um PIB que não difere do tamanho atual da economia chinesa.
A projeção é de um crescimento de 4,4% ao ano. Mas abaixo do crescimento de México, Argentina, Indonésia, China e Índia. Ainda assim, duas vezes mais rápido que o dos Estados Unidos e quatro vezes superior ao do Japão. Em renda per capita, a expansão será de 3,3%, abaixo de 4,6% da China, 5,3% da Índia e metade da do Vietnã. "O grande desafio do Brasil será o de manter a estabilidade e investir em infraestrutura para permitir que essa expansão possa de fato ocorrer", avalia Hawksworth .
Emergentes
Outra constatação do relatório é a nova posição dos emergentes no cenário internacional. Em 2050, os sete maiores emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia) terão um PIB duas vezes superior ao tradicional G-7, formado por países industrializados. Isso, se ocorrer, será uma transformação importante em comparação com 2007, quando os ricos ainda tinham uma economia três vezes maior que a dos emergentes.
Mas as projeções indicam que, antes de 2020, a China já superará os EUA em paridade de poder de compra. A crise atual já havia possibilitado à China superar o Japão e se tornar a segunda maior economia do planeta. Em PIB nominal, porém, terá de esperar até 2032.
A grande novidade dos próximos 40 anos será a Índia, o país que mais crescerá. Em termos nominais, seu PIB será o terceiro maior do mundo, encostado ao dos Estados Unidos. Em paridade de compra, o PIB será 14% superior ao americano. Os indianos deverão superar o Japão em 2011 e o Brasil em 2014. Juntos, americanos, chineses e indianos terão 50% do PIB mundial.
7.1.11
Luís Carlos Guimarães (1934-2001) – Nasceu em Currais Novos/RN. Poeta, Jornalista, Juiz de Direito e professor universitário. Publicou O Aprendiz e a Canção (1961); As Cores do Dia (1965); Ponto de Fuga (1979); O Sal da Palavra (1983); Pauta de Passarinho ( 1992); A Lua no Espelho (1993); O Fruto Maduro (1996) e 113 traições Bem-intencionadas (1997).
POEMA LÍRICO
(fragmento)
No meu poema lírico
a noite vestia-me de solidão
e a morte falava na voz do vento
com inumeráveis bocas de sombra.
Envolvia numa linguagem de silêncio
o amado corpo de anêmona da amada.
O mar era uma canção molhada em seus ouvidos,
verde sonolência em seus olhos.
Uma rosa demente de sol
gorjeava nas trevas repousadas
dos cabelos da amada no meu poema lírico.
Vi o pássaro mensageiro de tempestades,
anunciador de eclipses da lua,
incendiário de primaveras
e cantei sua morte prematura
num epitáfio de vôos e distâncias.
Janeiro chegava bêbado de azul
nas crinas de um soneto
que rimava tarde com arde
no meu poema lírico.
A rosa estava morta na mesa,
fria, intacta, alheia
ao olhar que a consumia,
à mão que lhe feria a carne,
à boca que a chamava rosa.
Rosa: ilha, incêndio, canção
no meu poema lírico.
P- Explica pra gente como você divide o seu coração entre Recife e Natal.
Ana Karla – 2 lugares bem diferentes. Em Recife tem família de sangue, em Natal tem família e tem o que é muito precioso: AMIGOS
P- como está o mercado imobiliário de Natal?
Ana Karla – Aquecido e cheio de oportunidades para quem souber definir o FOCO.
P- Os principais investidores estrangeiros em Natal são de quais países?
Ana Karla – Os espanhóis ainda estão fortes, os que verdadeiramente tem grana, entenderam q aqui é a bola da vez dentro do pais da bola da vez.
P- Onde está localizado e qual o preço do metro quadrado mais caro em Natal? Há justificativa para tal preço?
Ana Karla - O m² + caro de Natal ainda se concentra no trecho tirol/petrópolis/areia preta. É simples de explicar : tem demanda - lei de mercado
P- Quem barganha mais na hora da compra ou venda de um imóvel é o natalense ou o estrangeiro?
Ana karla – Amigo, o natalense barganha até pra pagar nossa comissão, acha que é muito $. Ai sempre respondo: se fosse fácil o Sr mesmo teria vendido, não? corretor é a arte de encontrar o certo.
P- O que é um cliente chato na hora da compra e venda de um imóvel?
Ana Karla – Aquele que mente para você. O que não valoriza seu trabalho e o que acha que corretor não tem o menor valor.
P- No Twitter você sempre fala em Deus e orações. Você participa de algum grupo da igreja católica?
Ana Karla – Sou da Pastoral do canto da paróquia de Santa Teresinha no Tirol e faço parte do Grupo Terra Sagrada.
P- A igreja católica que você freqüenta é progressista ou conservadora?
Ana karla – Nosso pároco é novo, então não entendo ainda o estilo dele. (risos) Na era Monsenhor Lucas, Pe Robério sem dúvida diria: progressista.
P- O que é o Twitter para você?
Ana Karla – Uma mídia social fantástica, que alcança uma distancia inimaginavel,poderosa,me aproxima de pessoas que jamais imaginei e reencontro outras que adoro, como voce!
P- Quando não está trabalhando na venda ou no aluguel de imóveis o que você mais gosta de fazer?
Ana Karla – Como conheço muita gente, separo umas 5 pessoas que nunca + os vi, ou só falo por ferramenta eletrônica, e vou almoçar, visitar, tomar café, tocar e sentir a pessoa. A.d.o.r.o
*Se você quer conhecer um pouco mais a Ana Karla converse com ela no Twitter @anakarla_ak
Alessandra Saraiva, da Agência Estado
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2010 com uma taxa acumulada de 5,91%, acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central (BC) para o ano, de 4,5%. Em 2009, o IPCA subiu 4,31%. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado anual veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,84% a 5,93%, e acima da mediana, de 5,88%. O IPCA é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
No resultado mensal, o indicador subiu 0,63% em dezembro de 2010, após avançar 0,83% em novembro. A taxa do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (0,56% a 0,65%), e acima da mediana, de 0,59%.
Inflação da baixa renda fecha 2010 com taxa de 6,47%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) desacelerou a alta para 0,60% em dezembro do ano passado, após avançar 1,03% em novembro, segundo também informou o IBGE. Ainda segundo o instituto, o INPC fechou o ano de 2010 com taxa de 6,47%, após subir 4,11% em 2009. O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979 e abrange famílias com renda entre um e seis salários mínimos.
6.1.11
Entrevista 10 x 140

Perfil de Aluísio Lacerda – Serra Negra do Norte, Seridó/RN, casado, 3 filhos, jornalista há 34 anos, começando na advocacia, vascaíno, revendo clássicos, desde Platão.
P- Com 34 anos de jornalismo por que a advocacia agora?
Aluisio Lacerda – Sonho antigo. Todo cidadão deveria fazer o Curso de Direito. Você enxerga a acuidade de todas as críticas.
P- Nesses 34 anos de jornalismo que marcas de uma redação são inesquecíveis?
Aluisio Lacerda – O combate permanente e a clara percepção, com a maior satisfação, de que o jornalista só tem um aliado — o tempo.
P- Quais os desafios daqui pra frente?
Aluisio Lacerda – Exercer com dignidade o novo ofício e aprimorar o conhecimento técnico, com o compromisso ético.
P- Além da tecnologia quais as diferenças do jornalismo há 34 anos para o jornalismo de hoje?
Aluisio Lacerda – O “exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”, ensinou Cláudio Abramo, não depende da tecnologia.
P- Qual área do Direito você se especializou?
Aluisio Lacerda – Informalmente, Direito Público. Ainda não tive tempo de buscar a especialização formal, na Academia.
P- O que o atraiu para voltar a estudar e se formar em Direito?
Aluisio Lacerda – Ainda sonho com uma ONG Jurídica, buliçosa e propositiva. Hoje busco a mediação, alternativa para resolução de conflitos.
P- O que é um bom repórter e um bom editor?
Aluisio Lacerda – O bom repórter sabe perguntar e contar uma história sem agredir a fonte. Bom editor é o que confia nos seus redatores.
P- Com as novas tecnologias qual o futuro da mídia impressa?
Aluisio Lacerda – Depois da internet nunca mais a mídia será a mesma. Sobrará para a mídia impressa a prestação de serviços.
P- O que é o Twitter para você?
Aluisio Lacerda – Por enquanto é entretenimento, mas trata-se de uma ferramenta de inimagináveis poderes. Afinal informação é poder.
P- Quando não está trabalhando o que gosta de fazer com a família, com os amigos?
Aluisio Lacerda – Sou bicho do mato. Pescar, nadar, cozinhar, ouvir a fala mansa do sertanejo. E atualizar o papo em algumas confrarias.
Se você quer conhecer um pouco mais de Aluisio Lacerda converse com ele no Twitter @aluisiolacerda
5.1.11
Lisandra Paraguassu - O Estado de S.Paulo
A educação brasileira vem avançando, mas num ritmo lento. A questão, ainda, é a qualidade. O governo criou avaliação, um índice e metas que estão sendo alcançadas antes mesmo das datas previstas. Não se pode ser mais exigente com essas metas?
Ministro Haddad- As metas já são exigentes. Se você comparar a renda per capita do Brasil com a dos países da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a discrepância é muito grande. Combinando isso com a má distribuição de renda, que ainda é muito grande no Brasil, é fácil concluir que não é tarefa simples chegar à qualidade de países que têm um desenvolvimento social muito superior ao nosso. O MEC propõe manter essa linha e, eventualmente, se mais um ciclo de avaliação, em 2011, demonstrar que é possível, antecipar em dois anos a meta final. Mas temos de esperar mais um ciclo para fazer uma reavaliação com os pés no chão para depois não se frustrar. Estamos com dois anos de vantagem.
Outra questão, quando se fala em qualidade da educação, é o professor. E o novo governo deverá enfrentar o reajuste do piso salarial previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). Salário é o que falta para o professor?
Ministro Haddad- Se queremos um corpo docente preparado para os desafios educacionais temos de fazer com que a carreira seja competitiva. O que estamos sugerindo é que o professor, em média, não ganhe menos do que a média dos demais profissionais não docentes com nível superior. Porque só aí o jovem vocacionado para o magistério não vai abdicar dessa vocação por razões sócio-econômicas. A carreira docente precisa ser atraente também pelas condições de trabalho que ela oferece.
Mas o MEC investiu em formação, o piso nacional foi aprovado e o reajuste está no PNE. O que mais precisa ser feito?
Ministro Haddad- Agora precisamos corrigir a carreira. Aí entra a questão da prova nacional de concurso. Duas tarefas nós cumprimos: a formação gratuita de qualidade e o piso nacional. Precisamos concluir esse processo, o que significa melhorar a condição de carreira e ao mesmo tempo ter sistema de seleção de docentes que faça sentido. Todos os estudos que conheço mostram que hoje a seleção não é bem feita.
Outra área em que o País ainda está devendo é na educação infantil. O que se pode esperar nesses próximos anos?
Ministro Haddad- Em oito anos, aumentamos em 80% a matrícula na creche. Houve a inclusão no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a extensão de todos os programas educacionais. A creche não recebia nem merenda escolar. Mas ainda não houve uma mudança cultural. Ainda se vê a creche como um estabelecimento meramente de assistência. Precisamos, além de expandir, qualificar esse atendimento como educacional.
Na outra ponta da educação básica, o ensino médio é um eterno problema.
Ministro Haddad- Eu entendo que temos de inaugurar o governo Dilma Rousseff com uma resposta para a juventude, especialmente a que atualmente não está na escola. Nessa faixa de 15 a 17 anos temos a meta de universalizar o ensino até 2016, mas temo que aí a questão não seja de oferta, mas de demanda. O aluno tem de querer estudar e, para ele desejar estar na escola, sobretudo por uma situação social que pode ser muito difícil, nós temos de tornar esse ensino médio mais interessante. E isso se consegue com a diversificação. Precisamos oferecer possibilidades que não o ensino médio tradicional. Mas, para falar a verdade, eu só notei uma maior preocupação dos Estados com ensino médio apenas de dois anos para cá. O trabalho de indução é muito difícil.
Entrevista 10 x 140

Perfil de Cezar Alves de Lima – Casado, 37 anos, de Catolé do Rocha (PB), jornalista/fotojornalista do Jornal de Fato de Mossoró (RN), gosta de pintura e de fotografia.
P- Como jornalista/fotojornalista você gosta mais de escrever o texto da matéria ou fazer a foto?
Cezar Alves – Comecei a escrever por uma necessidade econômica em 1998. Fotojornalismo é uma paixão.
P- Qual o tipo de reportagem que você mais gosta de fazer?
Cezar Alves – O tipo que tem a versão das partes envolvidas, que nem sempre é possível, questionando e apresentando soluções para conflitos sociais.
P- Há quantos anos você trabalha como jornalista/fotojornalista?
Cezar Alves – Comecei a atuar profissionalmente como jornalista há 12 anos e a praticar fotojornalismo há 16.
P- Você já se emocionou com algum personagem de suas reportagens?
Cezar Alves – Sim. Várias vezes, especialmente quando é história de superação em família ou envolve maus tratos a crianças.
P- O que mais o chocou no exercício da profissão de jornalista/fotojornalista?
Cezar Alves – A brutalidade humana, a destruição da família e a falta de compromisso dos políticos com o essencial a vida: saúde, educação e segurança.
P- O que é um bom jornalismo?
Cezar Alves – É aquele capaz de proporcionar um debate social constante, explorando as causas e apontando as soluções possíveis.
P- Por que você trata tanto do tema segurança pública no Twitter?
Cezar Alves – Por que dos três elementos essenciais a vida em sociedade o quadro de segurança é o que mais assusta. Abordo também saúde e educação.
P- Como critico ferrenho da segurança pública no RN não tem medo de uma reação policial contra você?
Cezar Alves –Tenho. Porém nada é pior do que viver numa sociedade, vendo ela afundar e não fazer nada. Isto é covardia.
P- O que é o Twitter para você?
Cezar Alves – É o equivalente ao antigo rádio escuta das redações, que para funcionar precisa ser alimentado com notícia.
P- Na Editoria de Estado do Jornal de Fato como você desenvolve o seu trabalho?
Cezar Alves – Pesquisando temas e viajando para apurar e compor as notícias conforme a linha editorial do jornal. O Twitter me alimenta com temas.
Se você quer conhecer um pouco mais o Cezar Alves converse com ele no Twitter @cezaralves