CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

8.6.11


O Rio Grande do Norte está vivendo um apagão na educação, segurança e saúde públicas e sendo motivo de preocupação, além de chacota e vergonha, nos noticiários das principais redes de televisão e rádio, assim como dos jornais e revistas de circulação nacional. Em menos de cinco meses de administração, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não conseguiu equacionar os problemas de caixa referentes à folha de pessoal inflada por aumentos concedidos no governo passado e enfrenta greves dos servidores estaduais lotados nessas três áreas essenciais do serviço público.
Com problemas de má gestão e greves episódicas em outras áreas, próprias de gestões municipais, as duas maiores cidades do estado, Natal e Mossoró, ajudam nesse momento de vexame por que passa o Rio Grande do Norte com suas desastrosas administrações, fontes aparentemente inesgotáveis de más notícias e de irretocáveis exemplos de como não se pode ou deve gerir uma cidade.
Na saúde pública, os casos de dengue aumentaram exponencialmente, em todo o estado – e, também aqui, Natal e Mossoró são bons exemplos do que é um péssimo serviço prestado. Quem precisa dos serviços de saúde pública – os mais pobres especialmente –, sejam eles de responsabilidade das redes estadual ou municipais, morre à mingua por falta de medicamentos, de pessoal especializado para atendimento, equipamentos e de tratamento adequado.
A Policia Civil, em greve, aumenta o sentimento de insegurança em todo o Estado. E a Policia Militar sozinha não tem condições de garantir a segurança pública. Em Mossoró, este ano, apenas de janeiro a maio, já foram mortas mais de 80 pessoas, sendo muitas execuções.
A educação no Rio Grande do Norte conseguiu destaque em toda a mídia nacional com um depoimento da professora Amanda Gurgel, numa sessão da Assembléia Legislativa, que debatia o tema em uma audiência pública. O depoimento da professora correu o mundo pelas redes sociais, foi ampla e exaustivamente repetido nos veículos de comunicação e expôs, com enorme visibilidade – e sem chance de contestação –, a fragilidade da educação no Rio Grande do Norte.
O grave é que, apesar de estar apenas no quinto mês de governo, o que, teoricamente, ainda lhe dá um crédito pela falta de tempo hábil para resolver os problemas, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) se mostra muito melhor no marketing do que na administração pública propriamente dita. Enquanto os problemas se agravam no estado e na administração só se fala da falta de dinheiro para absolutamente tudo, a governadora, apressadamente, lançou campanha milionária na televisão e no rádio e cujo conteúdo é mero proselitismo político. Enquanto isso, vale perguntar: aonde estão os projetos do Rosalba, anunciados na campanha eleitoral? O que fazer para combater os graves problemas do estado?
Um governo que se mostra incapaz de garantir segurança pública, incapaz de oferecer uma educação de qualidade para as crianças e os jovens e incapaz de garantir uma saúde de qualidade aos cidadãos pode falar que trabalha pelo povo? Onde está o trabalho? Onde ele se esconde?
As estatísticas sobre a educação no Rio Grande do Norte são para matar de vergonha qualquer um potiguar. A educação no estado vem piorando nos últimos 30 anos. Sem educação de qualidade e sem qualificar a mão-de-obra como seremos no futuro?
A governadora Rosalba Ciarlini tem mostrado na sua trajetória política que é boa de conversa. Mas, não basta ser boa de conversa! É preciso governar, mostrar resultados para a sociedade. E até agora os resultados não apareceram. E não adianta o governo repetir que herdou um caos financeiro do governo passado. Até porque o rombo nas contas do estado é muito menor do que Rosalba anunciava. Primeiro, antes de assumir o governo ela e seus futuros auxiliares diziam que o rombo beirava os 2 bilhões de reais. Depois, logo que assumiram, disseram que era um pouco mais de 1 bilhão de reais. E por fim, anunciou oficialmente que era de pouco mais de 800 milhões de reais. E no meio dessa rombo tem até dívida de 6 milhões do governo do seu correligionário, o ex-governador e senador, José Agripino (DEM).
Artigo publicado na edição Nº70/Junho da revista Papangu

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