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Sávio Ximenes Hackradt

10.10.11


Mariana Jungmann
- Agência Brasil
Visitar as cidades que vão receber jogos da Copa do Mundo tem causado preocupação à senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Presidente da Subcomissão Temporária Copa 2014, Olimpíada e Paraolimpíada 2016, Lídice acredita que a conclusão das arenas não será problema, mas outras questões como a mobilidade urbana e o controle financeiro das obras estão em risco. “Em todos os estados, as obras de mobilidade urbana estão andando com muita lentidão”, avalia a senadora, que visitou cinco das 12 cidades-sedes.
Ela sustenta que a Copa do Mundo é a “grande oportunidade” de o Brasil voltar a investir nos metrôs de suas cidades. Além disso, a senadora acredita ser preciso mudar o foco dos investimentos em transporte e optar por veículos leves e trens, mas acha que alguns projetos terão que ser priorizados. “Teremos que rever isso. Temo que a gente tenha um grande gargalo nessa área”, afirmou.
Segundo ela, há ainda o temor de que as obras saiam mais caras do que o previsto. “Não temo pelas arenas. Os jogos vão acontecer porque já passou a parte dos atrasos, das licenças. O que preocupa é o encarecimento das obras”, afirmou a senadora.
Ela também se preocupa com a pouca atenção que está sendo dispensada às redes de proteção social para a população mais vulnerável. “Quais as medidas que os governos vão tomar para inibir a prostituição infantil, o tráfico de drogas, o deslocamento das pessoas em busca de emprego para os centros onde os jogos vão acontecer? É preciso pensar nessas coisas”, explicou Lídice da Mata.
Apesar disso, a presidente da subcomissão disse estar satisfeita com os novos mecanismos de fiscalização desenvolvidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com ela, antes o TCU recebia projetos e dados sobre a realização das obras depois que elas já estavam concluídas. “Agora ele está fiscalizando os contratos de gestão, orientando os tribunais estaduais.”
Outro ponto positivo apontado por Lídice da Mata é o envolvimento dos estados nos projetos. Segundo ela, estão surgindo experiências interessantes como a Cidade da Copa em Recife (PE), a renovação do centro antigo de Salvador (BA) e o desenvolvimento de um transporte leve parecido com o veículo leve sobre trilhos, feito com tecnologia exclusivamente gaúcha. “Porto Alegre tem um bom projeto de mobilidade urbana aliado à tecnologia desenvolvida pelos gaúchos. Isso é um dado de inovação tecnológica que se acrescente ao legado da Copa”, apontou.

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