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Sávio Ximenes Hackradt

22.1.11

Matéria publicada pela jornalista Cibelle Bouças, no dia 17 de janeiro de 2011, no jornal Valor Econômico de São Paulo sobre audiência de internet

Segundo a cultura chinesa, a vida humana, assim como a natureza, é feita de ciclos. A internet, 'construída' por pessoas, também está sujeita às sazonalidades na audiência. A procura sazonal por conteúdos está diretamente ligada a eventos que mudam o cotidiano por determinado período. E, embora as redes sociais tenham se tornado o principal interesse dos brasileiros, os assuntos e o comportamento seguem rotina semelhante à das emissoras de TV. 

Em janeiro, por exemplo, ganham mais audiência as notícias de clima, os sites de automóveis e de finanças pessoais, segundo dados do IBOPE Nielsen Online. Em maio, o espaço é para as mensagens e cartões de Dia das Mães. "Julho, por conta das férias escolares, é de longe o mês com a maior média de audiência", afirma o analista de mídia do IBOPE Nielsen Online, José Calazans. Nesse caso, as páginas mais acessadas são as de jogos, vídeos e, claro, as redes sociais. No fim do ano, ganham destaque as compras online, informações sobre vestibulares, as mensagens de boas festas e, nos últimos dois anos, Mega Sena da Virada. 

Semelhante à Copa do Mundo e às eleições, o "reality show" "Big Brother Brasil" está entre os eventos de maior procura sazonal na web, entre janeiro e março. Segundo dados da Globo, o site do BBB11 registrou no primeiro dia do programa 1,3 milhão de acessos, 48% mais que no primeiro dia da edição passada. O número de páginas vistas foi de 8,4 milhões, ante 3,1 milhões do BBB10. 

O programa também ficou entre quatro dos dez termos mais buscados pelo Google na semana passada. Nas redes sociais, o programa rendeu mais de 510 mil mensagens até o dia 11. "Eventos que geram uma comoção social, como novelas e "reality shows", catalisam a audiência", afirma o diretor de desenvolvimento editorial do iG, Caíque Severo. O portal é o quarto em audiência, com 23,2 milhões de visitantes ao mês, depois de Google (33,6 milhões), MSN (32 milhões) e UOL (26,8 milhões). 

Segundo Severo, a internet funciona como um canal de conversa paralela à mídia convencional. Com a chegada de novos usuários da classe C, que assistem mais TV que as classes A e B, a tendência é que a programação das grandes emissoras motive mais audiência nos portais e redes sociais.

No portal Terra, que conta com uma audiência de 22,1 milhões de visitantes por mês, a situação é semelhante, afirma o diretor de inteligência de mercado do portal Terra e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Coutinho. "A sazonalidade de conteúdo na internet tende a se tornar cada vez mais semelhante à de outras mídias, por conta da popularização do acesso à web", diz. 

No portal Terra, como no iG, os temas que despertam mais interesse dos usuários são os sites de celebridades, informações sobre esportes e noticiário mundial e nacional.

O diretor de audiência do Yahoo Brasil, Fabio Boucinhas, observa que além do "reality show", também têm uma procura maior neste mês as notícias sobre clima, condições de trânsito e até sites sobre dieta. "Muita gente resolve trocar de carro ou emagrecer para cumprir a promessa de Ano Novo e isso também influencia a audiência", afirma. 

Para janeiro, a expectativa é de que haja um aumento na audiência de 10% a 15%, em função das férias esco lares e do BBB, diz Boucinhas. O portal não divulga projeção para o ano, mas para o executivo, em um ano sem Copa do Mundo e nem eleições, a preparação para a Olimpíada no Brasil e o primeiro ano de governo Dilma Rousseff devem garantir boa parte da audiência na internet. O portal tem uma média de 21,5 milhões de visitantes únicos por mês. 

O diretor-executivo da consultoria ComScore, Alexander Banks, confirma que há mudanças na procura por conteúdo ao longo do ano. E, de modo geral, há incremento no acesso nas principais categorias. Até novembro de 2010, o acesso à internet nos domicílios e empresas no Brasil, considerando o público com mais de 15 anos de idade, havia crescido 19,7%, alcançando 39,3 milhões de usuários. 

O tempo médio de acesso por mês não mudou muito. Em média, cada internauta ficou 26 horas e 54 minutos por mês na web, 12 minutos a mais do que no ano anterior.

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