CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

15.5.11


Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania
Artigo da Profª. Marígia Tertuliano
Refletindo sobre vontade popular em conversa com amigos, lembrei que minha irmã perguntou-me sobre o que eu estava fazendo para mudar o mundo que tanto questiono.
A pergunta me fez refletir verdadeiramente sobre o fato. Pensei e retruquei: estou mostrando aos outros que precisamos pensar sobre a alteridade e a solidariedade, sobre ter e ser, sobre homens e diferenças, sobre o viver melhor, promovendo a todos os mesmos direitos e oportunidades.
Nesse ínterim, percebi que era sexta-feira 13, dia em que alguns exotéricos, astrólogos, entre outros, devem estar mapeando ações e reações dos humanos; dia que, lendo a uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), detectei os resultados alcançados: a pobreza tem cor.
A partir daí, voltei à reflexão inicial: o que estamos fazendo para que os resultados da referida pesquisa modifiquem a realidade posta, uma vez que, a todo momento, nos deparamos com  reações de intolerância, a exemplo do caso dos moradores “diferenciados de Higienópolis”, bairro nobre da São Paulo de muitos Brasis que tentaram inviabilizar a implantação de uma estação de metrô.
O caso gerou a mobilização popular e, hoje, 14 de maio, vemos os primeiros resultados positivos da força da população: o “churrascão de Higienópolis”, movimento propiciado por uma ação que envolveu as redes sociais e a ideia de coletividade. Movimento esse, contrário ao de um grupo de moradores de uma região nobre de São Paulo, que se utilizava de um abaixo-assinado para inviabilizar a construção de uma estação de metrô. Ora, a ação dos “diferenciados de Higienópolis” é legítima, entretanto, não atende a maioria dos usuários de transporte público que trabalha na região.
A mobilização popular repudiou a visão individualizada e demonstrou que a sociedade está cada vez mais organizada para garantir os seus direitos.
O cidadão mobilizado produziu um som que ecoou contra uma lógica vivenciada pela economia do consumo, a individualidade e, com isso, desmontou o discurso que enaltece o ter em detrimento do ser e a individualidade em detrimento da coletividade.
Enfim, a atitude coletiva fortalece a ideia de que podemos ter um mundo melhor. Entretanto  temos que responder, com firmeza, a algumas questões que são suscitadas após a leitura do relatório do IPEA. Sabendo que a maioria dos 190.000.000 (cento e noventa milhões) de brasileiros é negra, pergunto: a consciência negra avançou em relação à consciência social, como um todo? Quando acabaremos com a pobreza extrema? Os valores do pluralismo ajudam a consolidar o processo democrático? Essas são questões que acredito devem ser respondidas quando o controle e a participação social, saírem das diretrizes das políticas e tornarem-se realidade nas sociedades.
Afinal, quando a sociedade diz SIM quem poderá ser contra?

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