CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

16.1.12


SOCIEDADE, MEIO AMBIENTE E CIDADANIA

Por Marígia Tertuliano* (@marigiamadje)

 O Livro do futuro parece implicar uma grande esperança para um novo salto no acesso ao conhecimento para amplas parcelas da população. Com a popularização dos celulares e dos tabletes, começamos a observar o aumento exponencial na oferta de obras digitalizadas. Grandes bibliotecas começam a oferecer seu acervo on-line, e as possibilidades que se apresentam com essa feliz conjunção (que, seguramente, não é uma coincidência) – popularização de ferramentas de acesso e disponibilização de livros eletrônicos on-line – indicam que vivemos uma democratização potencialmente muito mais profunda. As melhores e mais atualizadas coleções de livros impressos começam a ser oferecidas como bibliotecas digitais, disponíveis para cada cidadão conectado na Internet.

Na verdade, a rede mundial de computadores, entre muitas missões que fogem agora ao tema deste ensaio, torna-se também uma enorme biblioteca digital, alimentada diariamente com um volume inacreditável de novas obras. Os poderosos instrumentos de busca já disponíveis na rede voltam-se agora a percorrer estantes virtuais.

Como afirma Chartier, o uso de veículos variados para transferência de informação, dentre eles o eletrônico, tem como pressuposto o texto. O suporte material de leitura do texto deve configurá-lo, de maneira que as peculiaridades de cada mídia empregada sejam exploradas, caracterizando as diferentes 'versões' de um 'mesmo' texto e a interação texto/leitor.

Google Imagem
As mudanças na forma de apresentação do livro, ocorridas nas diferentes fases de sua história, ocasionaram três grandes revoluções: do texto manuscrito em rolo de pergaminho para o códice, formato semelhante ao livro moderno impresso; do códice ao livro impresso, e do livro impresso ao eletrônico. Esse é um aspecto interessante e otimista do livro do futuro: por ser digital, poderá estar na mão de quase todo cidadão, com o rápido movimento dos dedos, que lhe permitirá o encontro da obra desejada, rara ou não.

Há ainda uma questão que gera dúvidas para aqueles que estão a refletir sobre o surgimento do livro eletrônico. Com as possibilidades do hiperlink (agregar vídeos, mapas, comentários, músicas, outras obras, fóruns, etc.) o Livro do Futuro poderá ser bastante diferente do livro impresso. A verdade é que ainda não sabemos bem como será esse novo Livro Digital. Mas sabemos sim que a digitalização do Livro Impresso permitirá um acesso até hoje desconhecido.

As transformações levam a vários questionamentos, a exemplo de saber se o livro impresso desaparecerá.

Obviamente, haverá muita transformação, especialmente pelo fato de que muitas obras já aparecerão diretamente em forma digital, aspecto já percebido pelas publicações na rede, via auto edição, blogs, jornais auto editados, etc. Mas há outra grande possibilidade em que muitos apostam: a forma de se ler o livro impresso, o qual possui peculiaridades inexistentes no livro eletrônico, devido à característica da não conectividade e da maravilhosa leitura solitária, requer um olhar apurado.

Se essas transformações são realidade, como deverão ser tratadas as políticas públicas de educação. Como Estado e Municípios se prepararão para atender a nova realidade que está passando a sociedade, no âmbito da educomunicação? Há chances de acertos?

O desafio está lançado e é palco para execução de todos aqueles que sempre enfocam a importância da educação como caminho para se alcançar o desenvolvimento e reduzir as desigualdades regionais. Assim à leitura dessa nova realidade, onde todos exaltam a importância da educação, mas poucos atuam para que as políticas públicas sejam uma realidade, depende de menos discurso e mais ação.

*Marígia Tertuliano é economista e professora universitária

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