CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

13.2.12


“COISAS DA VIDA”

Por Leide Franco* (@LeideFranco)

Mais uma vez venho aqui falar dela. Vira e mexe é tema das minhas reflexões e discussões. De cara, quero quebrar o pouco o encantamento contido no tópico que predomina as questões que envolvem o ser/estar feliz. Segundo Emanuel Kant, a felicidade é contrária a razão e vice versa. O conhecimento que temos dessa máxima se baseia sempre nas experiências alheias, pois talvez nunca saibamos qual a medida suficiente de felicidade que pode ser julgada e comparada como felicidade plena.

O homem em seu instinto guerreiro está sempre em busca de coisas que renovem a sua crença nas metas que vão lhe trazer a tal da felicidade... Incontrolavelmente vai cavando brechas para que nunca esteja totalmente preenchido. Essa inquietação é adquirida através da visão competitiva do mundo. Ensinam-nos que é preciso não parar, que a vida é um eterno ir em frente. A vida é semear para depois colher e você só terá aquilo que plantou. Para se chegar ao auge da felicidade é preciso ter tranquilidade plena, sorrisos ao vento, riqueza material, filhos exemplares, esposo ou esposa ideais.


A felicidade não é um ideal da razão, mas sim da imaginação.

Podem existir regras universais que pontuem os caminhos para que sejamos felizes. Empregam que não podemos e não devemos ser tristes. Fica expressamente proibido, como uma lei que vem comandar as nossas forças interiores. Devemos sim ser tristes de vez em quando. É salutar!

Na visão de Kant:

“O homem é um ser de carências na medida em que faz parte do mundo sensível e, a este respeito, a sua razão tem certamente uma missão indeclinável à luz da sensibilidade, que é a de se preocupar com o interesse da mesma e de fazer para si máximas práticas, em vista da felicidade desta vida e, se possível, também de uma vida futura”.

Do contrário, a felicidade só pode ser entendida como algo igual a alguma coisa palpável, existente de forma bruta, e que quando conquistada se chega ao fim. Felicidade é igual ao prazer. Felicidade é igual ao poder. Penso que as pessoas são infelizes por não terem o que nem sempre é possível ou preciso. São escravas dos seus desejos.

Para o filósofo Epicuro, que viveu de 371 a.C a 270 a.C, a felicidade era a ausência de dor física e tranquilidade da alma.

Se for possível resumir a felicidade, na minha singela opinião, ela começa a se construir dentro de nós quando nos ocupamos com os nossos deveres, quando cumprimos com as nossas responsabilidades, quando somos honestos com o próximo, no trabalho, com o amigo, com a mãe, com o pai, com o esposo, esposa, com os filhos. A felicidade se dá, quando, acima de tudo somos honestos conosco mesmos. E ainda assim, a felicidade é um conceito que se explica por si mesmo, isentando-se de se conceituar.

"Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas, nem as coisas".
(Albert Einstein)

*Leide Franco - Comunicadora com pretensões literárias; 
Um pouco de filosofia e reflexões cotidianas; 
Um muito de MPB
E quase nada do que ainda quero ser. 
Escreve às segundas-feiras.

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