CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

16.2.12


Por ingenuidade, deslumbramento, ignorância ou ressentimento contra as “velhas mídias”, muitas pessoas ao longo dos quase 20 anos que já dura a disseminação de veículos jornalísticos ou parajornalísticos na internet insistem na mitologia de que estes, ao contrário dos antigos, impedem que mentiras ou distorções prosperem e iludam a sociedade.

Carlos Eduardo Lins da Silva, Observatório da Imprensa

Jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, de acordo com essa lenda urbana, passaram a vida manipulando o público ao lhe oferecer informações falsas ou enviesadas. Com o advento da internet, como praticamente todos os cidadãos têm a possibilidade de se tornar emissor de informações e opiniões, tais abusos seriam desmascarados e a sociedade teria garantido o seu direito de sempre saber “a verdade”.

Evidentemente, isso tudo não passa de ilusão porque nenhum meio de comunicação em nenhuma plataforma tecnológica nem sob nenhum tipo de modelo de propriedade traz inerente em si a condição de honestidade no relato de fatos e transcrições de declarações, as quais são feitas sempre por seres humanos, naturalmente imperfeitos e sujeitos a vários tipos de conduta moral.
Do mesmo modo como incontáveis vezes os veículos do passado de fato cometeram desvios éticos de maior ou menor gravidade, igualmente os cibernéticos o têm feito em grande quantidade e variedade.

Com uma agravante: quando um jornal, revista ou emissora comete tais deslizes, é relativamente fácil para quem se sente prejudicado identificar a responsabilidade (se não individual, pelo menos corporativa) e tentar exigir reparação, seja na Justiça ou junto à sociedade.

Já quando esse tipo de ocorrência se dá no infinito espaço cibernético, é praticamente impossível localizar quem originou a falsidade e todos os que a espalharam pela rede. Sem contar que muitos desses se protegem sob o manto covarde do anonimato.

Leia a íntegra em O primado da credibilidade

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