CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

29.2.12


“COISAS DA VIDA”

Por Leide Franco* (@LeideFranco)

Segundo alguns psicanalistas quando se apaixona você não se relaciona com alguém de carne e osso, mas com uma projeção criada por você mesmo; e a projeção que fazemos é a de um ser absolutamente perfeito, mas depois de um período a projeção acaba e você passa a enxergar de verdade a pessoa com quem está se relacionando. Invariavelmente, algumas virtudes do parceiro ou da parceira vão embora junto com a projeção, outras ficam. E se o que ficou de cada um for suficiente para os dois, a relação perdura, caso contrário, ninguém sabe o que faz o botãozinho ligar e iniciar uma nova projeção.

O se apaixonar é visto por uns, como uma forma de criar ilusões, expectativas, embora outros seres mais suscetíveis à paixão se sintam extasiados em sentir esse fogo ardendo, como disse de outro modo, Camões.

Esse sentimento é considerado fugaz, volátil, chama em palha como dizem. Porém, é possível amar sem uma paixão prévia? Amor é mais romântico e paixão está ligada ao carnal?

“No amor há fascinação pelo objeto; na paixão há servidão.”

A psicologia comportamentalista nos ensina que somos seres singulares, cada um é o que é e que mudamos com o passar do tempo e nem sempre percebemos, talvez haja em cada indivíduo a época de se apaixonar, apenas, e a época de viver um grande amor. Esses sentimentos, são de certo, “inimigos” da razão ou não. Há quem fique cego, surdo, há quem não queira mais nada da vida a não ser viver esse sonho explosivo da paixão ou do amor ao lado da outra pessoa. Importar-se com as conseqüências? Nem pensar...


“O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar.”


Segundo Aristóteles, as paixões são estados de alma acompanhados pelas sensações de prazer e de desprazer. Nessa visão psicanalista, nos parece um caminho sem volta! Será uma regra comum a todos que se submetem viver uma paixão? Ela está numa sequência de decadência, numa escala progressiva do sofrimento? Olhando sob esses pontos de vista, a paixão pode ser doença e o amor, o que é?

“O amor é inexplicável, mas tem umas coisas que você pode entender!”

E a paixão? A paixão é explicável, mas tem umas coisas que você não pode entender.

*Leide Franco - Comunicadora com pretensões literárias; 
Um pouco de filosofia e reflexões cotidianas; 
Um muito de MPB
E quase nada do que ainda quero ser.

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