24.12.11
Postado por
Sávio Hackradt
Juízes
federais incomodados com a atuação da associação que os representa, a
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), estão usando o grupo de
discussão online da própria entidade, para criticá-la. A Ajufe é uma das
signatárias da ação que suspendeu, na última segunda-feira (19), a investigação
sobre a evolução patrimonial de magistrados e servidores do Judiciário.
Agência
Brasil
Um
dos juízes que enviaram mensagem aos colegas é o titular da 3ª Vara Federal de
Campo Grande, Odilon de Oliveira, que apura crimes financeiros e de lavagem de
dinheiro. Ele reclama do fato de a Ajufe não ter consultado seus filiados antes
de adotar a posição contra a corregedoria.
“O
presidente da Ajufe tem a prerrogativa de publicar notas, mas como esse tema
envolve interesse de todos os juízes, teria a necessidade de ter consultado os
associados. Acho que a posição da Ajufe conjunta com a AMB [Associação dos
Magistrados Brasileiros], foi agressiva, desproporcional, e não baseada em
prova de que houve quebra de sigilo”, disse à Agência Brasil.
Ele
também acredita que Eliana Calmon passou a ser atacada porque começou a
investigar a “elite” da Justiça. “Investigar a elite dói. Há reação da própria
elite, que começa a acusar o investigador e procurar formas de derrubá-lo”,
argumenta. Para Oliveira, o acesso a dados sigilosos de juízes deve ser
irrestrito ao órgão de controle porque os magistrados recebem do Estado e têm
"a enorme responsabilidade de lidar com o patrimônio alheio".
O
juiz titular da 1ª Vara Federal de Bauru (SP), Roberto Lemos, também disse à
Agência Brasil que usou o grupo de discussão da Ajufe para mostrar que não
concorda com a entidade. “Indaguei porque o presidente da associação está
questionando um ato legítimo da corregedoria nacional de investigar e apurar
problemas, em uma briga que não é dos juízes federais”. Ele também diz que não
foi consultado pela entidade sobre o caso.
Lemos,
que foi auxiliar do CNJ na gestão passada, diz que a corregedoria vem atuando
em casos difíceis de serem investigados pelos tribunais locais, como nepotismo
e situações de assédio sexual em banca de concurso. Ele acredita que sem o
trabalho do CNJ, os maus hábitos se perpetuariam. “Não consigo entender a quem
interessa isso [impedir a fiscalização de juízes]. Quem não deve não teme”.
Presidente
da OAB do Rio diz que associações de magistrados querem desmoralizar Eliana
Calmon e esvaziar CNJ
O
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro (OAB-RJ),
Wadih Damous, está preocupado com o tom das críticas feitas pelas associações
de magistrados à corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ministra
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon. Para ele, há uma
tentativa de "esvaziar" o conselho e "desmoralizar" a ministra.
Agência
Brasil
Damous
disse à Agência Brasil que, “sem sombra de dúvida, está se tentando
desmoralizar a ministra, enfraquecer o seu papel como corregedora. É um ataque
ao CNJ, com objetivo de esvaziar suas atribuições e seus poderes, sobretudo aos
correcionais, e desmoralizar o conselho. Num momento em que o CNJ desnuda
determinadas práticas que deixam mal certos magistrados e segmentos da
magistratura, sofre um ataque dessa dimensão. Isso é muito preocupante.”
Com
base em fóruns de discussões na internet, o presidente da OAB-RJ acredita que
as críticas à corregedora podem afastar as entidades classistas da
maioria dos magistrados. “Se há segmentos importantes demonstrando
insatisfação, isso pode estar mostrando que as cúpulas das associações estão se
dissociando da grande massa dos magistrados, que é composta, em sua maioria
esmagadora, de mulheres e homens honrados. Isso pode demonstrar que as
associações de magistrados estão no caminho errado”.
Damous
teme que a oposição de parte da cúpula da magistratura à atuação fiscalizadora
do CNJ acabe colocando o Poder Judiciário contra a própria sociedade
brasileira. “A Justiça fica muito mal [perante a opinião pública]. O CNJ foi
criado pela Emenda 45 [da Constituição], em 2004, exatamente por conta de
clamores sociais. O Poder Judiciário foi o último a se democratizar. Sempre foi
hostil à fiscalização. Nunca se julgou devedor de prestar contas à sociedade.
Parece que agora há uma espécie de revanche contra a Emenda 45, por parte
desses setores da magistratura que não querem a transparência e a
democratização do Judiciário.”
Para
Damous, a reação das associações contra Calmon acaba enfraquecendo a imagem da
Justiça. “São atitudes pautadas por um extremo corporativismo, que dá as costas
aos anseios sociais de maior transparência do Poder Judiciário, de uma
democratização mais ampla, maior aproximação dos juízes com o povo. O que está
prevalecendo, sob as tintas de defesa dos direitos dos juízes, na verdade, é um
pernicioso corporativismo.”
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