11.1.12
Postado por
Sávio Hackradt
Marcio
Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
lembra que parte da população brasileira ainda está submetida a condições de
vida e de trabalho que são de simples sobrevivência
Fonte: Brasil
de Fato
"O
Estado brasileiro não tem um padrão de funcionamento, devemos fazer um destaque
à sua insuficiência e, de certa maneira, à ineficiência de políticas públicas
em determinados aspectos". A posição é de Marcio Pochmann, presidente do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), exposta durante apresentação
do estudo "A presença do Estado no Brasil", nesta terça-feira (10),
na capital paulista. Longe de criticar a presença e a intervenção do Estado, o
que o estudo sugere é um desafio de ações mais efetivas no combate a
desigualdades e ao subdesenvolvimento que persiste no país, apesar do avanço
econômico.
Em
novembro e dezembro de 2011, diferentes institutos privados internacionais
divulgaram estudos apontando que o Brasil passou o Reino Unido como sexto maior
Produto Interno Bruto (PIB) – a soma das riquezas produzidas durante um ano por
um país – do mundo. A crise do país europeu e o crescimento brasileiro apesar
das instabilidades externas provocou o cenário favorável, mas não significam
que as mazelas sociais foram superadas.
Pela
projeção do Ipea, até o final da década, o país deve passar também a França, na
quinta posição, e a Alemanha, atualmente quarta colocada. Apesar disso, o
Brasil ainda convive com situações de subdesenvolvimento. Pochmann afirma que
essa questão não está superada por haver ainda uma parcela grande da população
em situação de miséria. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 16,2 milhões de brasileiros viviam em famílias
com renda mensal menor de R$ 70 por pessoa.
"É
importante observar a trajetória ascendente do Brasil dentro de um contexto em
que o Estado, certamente, continuará sendo muito importante não apenas no
enfrentamento das mazelas que nos acompanham, mas no contexto internacional, de
uma economia global e uma sociedade do conhecimento", destacou o
presidente do Ipea.
Desigualdade
regional
Para
Pochmann, existem políticas voltadas a compensar desigualdades regionais,
favorecendo áreas pobres ou desprovidas de recursos adequados. Outras mostram o
contrário: locais mais ricos recebem mais verbas. "Não estou defendendo um
Estado só para pobres. O que destaco é aquele padrão de Estado em que se
oferece para determinadas regiões que são mais ricas, porque isso não pode ser
universalizado e homogeneizado", pontua o presidente do Ipea.
Um
dos grandes destaques do estudo são as políticas de assistência social, como o
Bolsa Família. Do total de repasses do programa, 51,1% dos recursos vão para o
Nordeste, ainda que a população da região represente 28% do total de habitantes
do país. Ao mesmo tempo, o Sudeste, que possui 42,2% dos brasileiros, recebe
24,7% do orçamento anual do projeto.
A
distribuição dos recursos do governo federal, segundo Pochmann, não é homogênea
porque atende às necessidades locais com o objetivo de reequilibrar as
diferenças regionais. "Nesse exemplo, o Estado coloca mais recursos na
proporção inversa ao tamanho da população porque ali existem mais pobres",
afirmou.
O
mesmo tipo de mecanismo verifica-se em benefícios previdenciários, que têm
ajudado a reduzir as desigualdades regionais. Mas esse tipo de ação, segundo o
economista, não substituem investimentos em áreas como saúde e educação em
regiões menos assistidas.
A
educação é um dos setores em que a disparidade se manifesta entre unidades da
federação. O Distrito Federal, por exemplo, tem 68% dos jovens matriculados no
ensino médio da rede pública. Na outra ponta da lista, o índice mais baixo de
matrículas está em Rondônia, onde apenas 31,6% da população de 15 a 17 anos
possui frequência escolar durante o ano letivo.
Também
há diferenças no nível de qualificação dos professores pelo Brasil. Segundo
Pochmann, enquanto no Norte 51% dos professores de ensino fundamental têm
formação superior, no Sul esse percentual é de 82%.
Na
saúde, os resultados sinalizam uma distância representativa entre o número de
médicos por habitantes nas diferentes regiões do Brasil. Enquanto nas regiões
Sul e Sudeste há 3,7 médicos por mil habitantes, na região Norte o número cai
para 1,9 médico por mil habitantes.
Esse
tipo de situação é grave porque tende a reforçar e a preservar as
desigualdades, em vez de combatê-las.
Estação Música Total
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