8.1.12
Postado por
Sávio Hackradt
SOCIEDADE, MEIO AMBIENTE E CIDADANIA
Por Marígia Tertuliano (@marigiamadje)
Qual o primeiro livro da humanidade? O Corpo humano? Paredes de
cavernas? Pedras? Totens? Monumentos? Tabletes de Cerâmica? Argila? Papiros?
Pergaminho? Certeza nunca haverá, mas sabemos que, em muitos lugares no
planeta, em tempos longínquos, nossos antepassados aprenderam a registrar
sinais (figuras, figuras-códigos, códigos) em suportes variados, que foram se
alternando ao longo de muitos milênios. A relação dessa prática e a elaboração
de uma complexa vida cultural sempre foram percebidas como essenciais.
Os códigos de conduta de
cada tribo, agrupamento e sociedade foram estabelecendo-se e inscrevendo-se em
suportes diversos, para que, de geração em geração, fosse possível transmitir
valores, crenças, experiências e conhecimentos do grupo. Na antiguidade, havia um número restrito
de textos escritos, de leitores e de autores. Essa limitação da difusão esteve relacionada à raridade
e ao caráter oneroso do pergaminho e do papiro. A prática do palimpsesto
(texto escrito no mesmo local de um texto precedente que fora raspado ou
apagado), como é sabido, ilustra bem esse problema.
O livro foi concebido, no seu sentido mais amplo, como suporte para
inscrições, sendo, talvez, a ferramenta que mais permitiu desenvolver o
pensamento humano, pois permitem, por exemplo, que os tempos e espaços
dialoguem sem barreiras, sem fronteiras. Decifrando códigos antigos, podemos
conhecer saberes e sabores que se haviam, na aparência, desaparecido do mapa há
muito tempo. O livro imortaliza as culturas.
As décadas entre 1450 e meados do século XVI, foram propícias ao
desenvolvimento
das técnicas de comunicação, pois a transformação do documento escrito em livro
impresso foi frequentemente apresentada como o símbolo das mutações
intelectuais e sociais que caracterizaram a saída da Idade Média e
transformaram o documento escrito em uma incomparável ferramenta de comunicação.
Imagem Google |
Dentre tantos suportes que já existiram, o livro impresso foi o que
mais colaborou para uma questão fundamental, quando falamos de fontes de
conhecimento, ou seja, a democratização do saber. Com o livro impresso e,
consequentemente, a organização de bibliotecas públicas, vimos o acesso ao
conhecimento ampliar-se pelo planeta. Em si próprio, local de intercâmbio e
circulação de idéias, o livro impresso começou a desempenhar um papel novo de,
agora, intelectual, amplamente reforçado por sua dupla condição de mercadoria e objeto portátil.
Segundo Breton “... seu caráter cada vez mais confirmado de objeto portátil fez que
ele vivesse em harmonia com as grandes vias de transporte e de comunicação física.
Ferramenta de comunicação posta em prática pelas idéias inovadoras que ele
trazia para uma civilização urbana em desenvolvimento, o livro revelou-se um
objeto a serviço da comunicação, que se comunicava, ele próprio, muito bem”..
Logo, o livro impresso e catalogado numa biblioteca tornou-se acessível
a milhares e milhares de pessoas. A riqueza de uma singela biblioteca pública,
numa pequena cidade interiorana, pode oferecer novos e amplos horizontes a seus
cidadãos. No entanto, quando comparamos os acervos dessas pequenas bibliotecas
públicas espalhadas, pelo mundo afora, com os acervos de grandes bibliotecas
nas grandes cidades e instituições (públicas ou privadas, educacionais, ou não)
percebemos que a revolução do livro impresso tem mostrado muitas limitações na
capacidade de oferecer um acesso ampliado.
Lançar um olhar sobre as tecnologias da informação e as novas mídias,
principalmente a Internet e os instrumentos de redes sociais, além do método
que, no caso da confecção, resulta em textos de formato não uniformes, mas
singular, em virtude da rapidez de reprodução. Entretanto, é preciso refletir
sobre o que se quer construir com essas propostas de educação inovadora, que
primam pela tecnologia e deixam a desejar à reflexão do agir.
Assim o artigo “Coisas de escola pública”, de Santa Rosa, demonstra
que a construção do conhecimento deve ter bases sólidas, o que perpaça por
projetos político-pedagógicos que estimulem docentes e discentes a pensarem a
construção do conhecimento em bases que envolvam o ético, o socioambiental, o
estético, o paisagístico e que parta do aprofundamento do estado da arte, onde
o contexto histórico seja levado em consideração.
Neste sentido, concordo com Goldfarb, quando afirma que cultura é
viver as possibilidades que se apresentam sem medo. Inovando. E inovação, para mim,
é implantar e implementar políticas públicas incluvisas - no caso, de Educação.
*Marígia Tertuliano é economista e professora universitária
Estação Música Total
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