CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

2.2.12

Por Leide Franco* (@LeideFranco)

Ligo a TV e as notícias mais comuns estão relacionadas com a violência. O país inteiro está vivendo uma insuportável onda de insegurança muito pública. Estamos presenciando uma guerra não declarada que está tomando proporções inaceitáveis, e só nos resta um golpe de sorte para nos livrar de todo esse mal estar encravado em nosso habitat. Só nos resta o medo de que a qualquer momento podemos ser a próxima vítima.

Eu, você não estamos preparados para conviver com isso. Não temos o que fazer, faltam alternativas. Cruzamos os braços, não por conivência, mas por impotência. O que podemos fazer com o mal que consome a humanidade? O mundo está doente, em coma. E nós somos afetados por todo tipo de estilhaço que de vários ângulos surge. Vamos continuar vivendo cada vez mais em uma sociedade enclausurada dentro dos nossos muros altos com portões de ferro grosso, pesado, cercados por fios elétricos e alarmes ensurdecedores.

Quem poderia imaginar que sentar na calçada de casa, à noite, e ficar horas conversando com os vizinhos seria em tão pouco tempo prática obsoleta?


Às vezes fico pensando que cada um de nós carregamos culpa pelo fato de termos chegado a um mundo tão estranho. Deve ter sido a falta de olhar no olho do outro e perceber que ele também é gente. Pode ter sido culpa das vezes que não deixamos uma palavra amiga, um voto de esperança, um bom gesto... Passamos a construir um mundo que dia a dia foi se segmentando e se rotulando, e assim, cada um passou a viver por si só e o resto que... Ah, dane-se!

Acesso um link de vídeo e lá vejo dois rapazes de caras limpas -  com a coragem de quem acorda às 5h da manhã para trabalhar no pesado, encarando o sol - empunhando armas e assaltando uma padaria. Tão seguros daquilo que estavam fazendo como se estivessem defendendo a maior causa de suas vidas. Eles estavam atrozes como dois monstros que não queremos ver nem no melhor filme de Alfred Hitchcock.

Minha esperança e fé nessa humanidade estão cada vez mais deprimidas. E eu tão jovem com meus vinte e poucos anos, e eu que ainda nem vi tudo nessa vida, já não acredito mais naquela sociedade justa que sonha com uma vida harmônica, fraterna, tal qual defendia Platão em “A República” e que tratava do fim do caos da realidade a partir da reforma social. Bela utopia! Na vida nua e crua, é como se estivéssemos reféns da vida que não queremos ter, na qual amai-vos uns aos outros não passa de literatura bíblica

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