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Sávio Ximenes Hackradt

10.12.11


O Prêmio Nobel de Economia 2001, Joseph Stiglitz, elogiou nesta sexta-feira as políticas macroeconômicas aplicadas pela Argentina, que permitiram ao país deixar para trás o que o economista chamou de "resultados desastrosos" provocados pela aplicação das receitas do FMI.
Prensa Latina

"Acredito que a Argentina, o Brasil e a China instauraram políticas macroeconômicas muito boas ao aplicar estímulos keynesianos bem elaborados, para estimular a economia, diversificá-la e melhorar a situação no mercado de trabalho", disse o economista em entrevista concedida ao diário argentino Página 12.

O economista americano lembrou que na década de 1990 o "FMI levou a Argentina a aplicar políticas de austeridade, com resultados desastrosos", uma lição que, segundo sua percepção, até hoje não foi aprendida pelos europeus.

Fazendo referência às medidas aplicadas na Argentina para sair da crise econômica, Stiglitz destacou a recomposição da competitividade a partir de uma forte desvalorização, compensada com a expansão do gasto público e a política de renda ao estilo keynesiano.

Além disso, uma forte reestruturação da dívida externa, que dividiu os custos do default, um processo "que de fato pode servir como guia em outros processos similares que devem ser abordados agora na Europa", estimou.

Assinalou ainda a relativa importância na recuperação favorável do contexto internacional, em particular os benefícios derivados do contínuo crescimento econômico da China e do Brasil, embora adverta que "para explicar o resultado final, sem dúvida é necessário mais que isso".

Stiglitz afirmou que a Argentina manteve o fluxo de crédito, desvalorizou sua moeda e estimulou o investimento na saúde e na educação, políticas que em conjunto permitiram ao país começar a melhorar a elevada desigualdade de renda.

Com relação à crise que atinge hoje o velho continente, Stiglitz assinalou como o problema fundamental ter sido "errada a concepção geral da União Europeia".

"Outros problemas são a falta de solidariedade e a união monetária em si mesma, pois não há semelhanças suficientes entre os países para que funcione", apreciou.

Se houvesse um Banco Central com um mandato mais amplo que contemple, além da inflação, o crescimento e o desemprego, e existisse uma cooperação fiscal real, então seria concebível que funcionasse a união monetária, embora ainda assim fosse extremamente difícil", estimou o prêmio Nobel.

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