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Sávio Ximenes Hackradt

4.5.12


Os 17 documentos de Osama bin Laden, divulgados nesta quinta-feira pelos Estados Unidos, revelam preocupações e algumas estratégias do líder da rede Al Qaeda. Os papeis são uma pequena fração dos 6.000 arquivos que teriam sido retirados há um ano do esconderijo no qual foi morto, no Paquistão.

Gordon Correa – Especialista em Segurança da BBC

É impossível saber em que medida eles representam a totalidade do material encontrado. Ainda assim trazem uma série de preocupações pontuais da cúpula da rede extremista Al Qaeda.
Os papeis revelam detalhes interessantes do pensamento da organização, como sua estratégia de mídia, relações com grupos afiliados, alvos de atentados, preocupações de segurança e até opiniões sobre grandes acontecimentos, como a Primavera Árabe.
Veja algumas das principais revelações.

MÍDIA

Um memorando --que teria sido escrito pelo porta-voz americano da Al Qaeda, Adam Gadahn-- ressalta os "benefícios" que Bin Laden teria ao divulgar um novo vídeo à mídia.
Pontos positivos e negativos são discutidos, assim como quais emissoras de TV americanas seriam os melhores canais (elas são descritas como tendo todas o mesmo nível de profissionalismo, exceto pela Fox News).

A qualidade dos vídeos nos quais Bin Laden faz suas aparições também é discutida. A baixa resolução de vídeos anteriores, segundo a organização, deu origem a teorias da conspiração segundo as quais Bin Laden já estaria morto há muitos anos.

ALIADOS


A relação problemática entre a liderança da Al-Qaeda no Paquistão e seus aliados em outros países também é abordada nos documentos.

Esses grupos se aliaram à organização de Bin Laden, mas muitas vezes adotaram ações que desagradaram a cúpula da Al Qaeda. O caso mais claro é o do braço iraquiano da rede, que se autodenominou Estado Islâmico e chegou até a atacar muçulmanos.
Adam Gadhan diz em certo ponto que Bin Laden deveria se distanciar do grupo Estado Islâmico.

Também constam no documento advertências à Al Qaeda na península Arábica.

A cúpula da organização desaprovou a ação de um grupo que declarou um Estado islâmico próprio no Iêmen e criticou ataques de um grupo paquistanês que também matou muçulmanos.

ALVOS

Um dos documentos, que aparenta ter sido produzido pelo próprio Bin Laden em maio de 2010, cria estratégias para a rede.
Entre as propostas está o planejamento de atentados contra altos funcionários do governo dos EUA que seriam praticados durante as visitas destes ao Paquistão ou ao Afeganistão.

Entre os alvos estavam o presidente Barack Obama ou o então chefe das Forças Armadas dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus.

Já o vice-presidente Joe Biden deveria ser poupado, segundo o raciocínio da rede, por não estar preparado para conduzir o país no caso da morte de Obama, o que levaria os EUA a uma profunda crise.

Segundo o documento, a morte de Petraeus seria capaz de alterar o curso da guerra.

AMÉRICA

A intenção de atacar os EUA fica clara em cartas apreendidas no local. Uma delas, também supostamente escrita por Bin Laden, orienta comandantes da rede na península Arábica e no Iêmen a priorizar ataques contra os EUA em detrimento do combate a inimigos locais.

Bin Laden temia que combatendo inimigos em suas regiões, os aliados da Al-Qaeda pudessem matar muçulmanos.

SEGURANÇA

Os problemas de segurança enfrentados por membros da Al Qaeda na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão foram descritos por Bin Laden em um documento produzido em 2010.

A ação dos aviões não tripulados e de sistemas de vigilância fizeram a rede adotar medidas como evitar viagens de carro a certas regiões.

As providências foram tomadas devido à capacidade das aeronaves de patrulhar grandes áreas, reconhecer alvos e disparar mísseis de grandes altitudes sem ser ameaçadas pelas armas da rede.

PRIMAVERA ÁRABE

Alguns dos documentos mostram a Al Qaeda tentando reagir às revoltas da Primavera Árabe. Os eventos no Egito e em outros países mostraram a irrelevância da organização em relação às grandes mudanças sociais.

Outro documento, aparentemente, é um rascunho de um pronunciamento que mais tarde, em março de 2011, foi divulgado pelo atual sucessor de Bin Laden, Ayman al Zawahiri. O texto era sobre a Primavera Árabe.

O rascunho tem anotações que podem ter sido feitas pelo próprio Bin Laden sobre o que deveria ser dito no pronunciamento. Aparentemente a maioria das sugestões foi ignorada.

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