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Sávio Ximenes Hackradt

22.8.12


Segundo estudo do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a cidade de Goiânia foi considerada a mais desigual da região

iG São Paulo*

O Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina e Caribe, segundo estudo apresentado hoje pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), ação das Nações Unidas para habitação. Na região, o país só fica atrás de Guatemala, Honduras e Colômbia. Todos os quatro têm Índice de Gini acima de 0,56. Nesta escala, que vai de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país.

A cidade de Goiânia foi considerada a mais desigual em toda a América Latina e o Caribe. O Gini da capital goiana é de 0,65, seguida por Fortaleza, com índice acima de 0,60. De acordo com Erik Vittrup, principal autoridade de assentamentos humanos do ONU-Habitat, a desigualdade é o principal desafio na região.

Atualmente, 111 milhões de pessoas vivem em condições habitacionais semelhantes a favelas na América Latina e Caribe. Segundo o ONU-Habitat, a oferta de habitações nas cidades da região ainda é inferior à demanda em todos os países latino-americanos e caribenhos.


Os países menos desiguais na região são Venezuela, Uruguai, Peru e El Salvador. "A favelização na América Latina não é mais rápida que a média mundial, mas é suficientemente rápida para ser preocupante", diz Vittrup, para quem a região vive um momento "extremamente interessante", que permite enfrentar os desafios das grandes cidades.

Saneamento básico

Menos de 20% do esgoto são tratados na América Latina e no Caribe. Nas cidades, 16% da população (74 milhões de pessoas) carecem de saneamento adequado. O estudo também traz notícia positiva que a região já alcançou o Objetivos do Milênio em relação ao abastecimento de água. Atualmente, 92% da população urbana têm acesso à água encanada.

No entanto, o desperdício de água tratada é grande. Cerca de 40% da água desperdiçada ocorrem devido infraestrutura precária de abastecimento e uso inadequado. As tarifas cobradas pelo fornecimento não costumam cobrir os custos de operação e penalizam os mais pobres, segundo as Nações Unidas.

“Há muitos cidadãos mais pobres que pagam caro pelo serviço, às vezes, o dobro que os mais ricos por um serviço pior”, comentou Erik Vittrup.

Constatou-se que cada habitante já produz o equivalente a um quilo de resíduos, e a quantidade não para de crescer. De acordo com a pesquisa, os serviços de reciclagem, reutilização e aproveitamento dos resíduos sólidos ainda são incipientes em todos os países da região.

“Ainda tem um grande número de cidades que estão contaminando rios e mares e deixando lixo a céu aberto”, lamentou Vittrup.

A pesquisa apontou falhas no acompanhamento sistemático e organizado desses serviços, como a falta de indicadores precisos, completos e comparáveis, prejudicando a adoção de estratégias. Em geral, os dados são fornecidos pelos próprios provedores dos serviços.

* Com Valor Online e Agência Brasil

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