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Sávio Ximenes Hackradt

31.8.12


Nova onda é esperada para os próximos 18 meses; marcas estão de olho na classe média emergente e acirram concorrência

Érica Polo - Brasil Econômico

Os varejistas brasileiros devem ficar atentos a uma nova onda de desembarques de redes estrangeiras no país. Pelo menos 40 delas — de origem coreana, japonesa, americana, canadense, mexicana e outras — deverão fincar bandeiras por aqui nos próximos dezoito meses, estima Marcos Hirai, sócio-diretor da BG&H. Nesse meio, há o que existe de mais variado para gostos e bolsos: desde jeans, roupas em geral, presentes, fast foods a especialistas em algodão doce e pipocas sofisticadas. Mais do que volume, também chama a atenção o perfil dos empreendedores.

“Estamos vendo uma nova onda de empresas interessadas no Brasil e cresceu significativamente o número das que são voltadas às classes populares”, avalia Hirai. “Recebemos consultas semanais. Talvez o movimento reflita o sucesso das que se arriscaram primeiro.”


Sem revelar ainda nomes dos concorrentes que rondam o mercado nacional, o executivo alerta para os efeitos dessa nova leva de empreendedores. Entre os beneficiados está o consumidor, que vai encontrar produtos e serviços diferenciados no universo varejista brasileiro, um gigante que movimentou vendas da ordem de R$ 749 bilhões no ano passado. Fornecedores também entram nessa lista.

Já na lista das consequências negativas está o aumento da disputa pelos pontos comerciais, sobretudo em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nos últimos três anos, aliás, espaço tem sido um item da lista que tem custado cada vez mais caro aos empreendedores pela alta demanda, a ponto de atrasar inaugurações. Desde 2010, somente na capital paulista, os preços dos aluguéis comerciais dispararam média de 45%.

A variação é reflexo do próprio interesse estrangeiro pelo país. Nos dois últimos anos, cerca de 35 redes de fora fizeram estreia no Brasil. Entre os mais recentes estão os espanhóis da Charanga, marca de roupas infantis, os italianos da Intimissimi, de lingeries, a Sukiya, uma espécie de Habib's do Japão (pelo modelo de negócios: refeição rápida a baixo custo), os portugueses da hamburgueria h3, as montadoras chinesas JAC Motors e Chery, a lanchonete americana Quiznos — similar ao Subway — para citar poucos nomes.

Muitos desses empresários têm sido meticulosos na hora de pesquisar o mercado brasileiro, diz Hirai. “Embora o Brasil seja a cultura mais fácil de trabalhar entre os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), não é simples assim fazer sucesso. Há sempre o risco de o cliente não se adaptar a um produto ou serviço.” Para o executivo, a nova leva de empresas que vem por aí deverá afetar o cenário de varejo no Brasil. “Como chegam cada vez mais marcas populares, se verá concorrência acirrada em todas as esferas, entre empresários de grande, pequeno ou de médio porte.”

Entre as promessas de desembarque para 2013 está a da rede sueca H&M, a segunda maior varejista de vestuário do mundo atrás da Zara. A intenção da companhia seria abrir pelo menos 30 lojas de uma só vez, com foco nas grandes capitais.

Segundo fontes próximas do varejo, ainda em vestuário, a alemã Peek & Cloppenburg (P&C), a inglesa Debenhams e a espanhola El Corte Inglés também mostraram interesse em desembarcar no Brasil.

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