CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

4.8.12


Por Leide Franco (@LeideFranco)

Caímos de paraquedas na vida, essa estada mais que passageira que tanto nos pertence, mas que ao mesmo tempo vai nos dei-xan-do, lar-gan-do e se sol-tan-do das nossas escorregadias mãos, num pouco a pouco. É assim que enxergo a permanência da gente no mundo: algo incrível e volátil; extraordinário e simples. Acordar vivo é ter um dia a menos e outro a mais, uma adição subtraída.
Começamos do nada e vamos construindo o tudo da gente. Estamos sempre esperando a vida melhorar, assim no sentido mais que próprio da palavra. Estamos sempre esperando mais dos outros – ou talvez menos, o ideal. Qual a medida certa? Não espero muita coisa. Só quero poder acreditar neles. Acreditar que sempre posso confiar, até porque aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança.

Mas quando a gente perde a confiança em quem depositamos esse crédito, resta o quê? Absolutamente nada, é a reposta mais votada. Quando ela se perde é difícil recuperar, não volta mais, é como aquele dedo polegar da mão decepado pela engrenagem de uma máquina.

Tem uns dias que acredito piamente no mundo; em outros não tenho nenhum rastro de fé, nem um fio sequer para me agarrar. Uma vez ouvi a seguinte frase: “não espere nada de ninguém”. Certo, não espero mais, o que vier de surpresa e de bom é lucro. Que venha! Vem dando certo, mas de vez em quando a gente quer esperar esperando, acaba cansando.

Viver é estar nesse meio pé atrás constantemente. A gente confia desconfiando, crê de orelha em pé com olhos bem abertos e, de repente, puuff: a gente acaba se decepcionando. Acho que deveríamos sempre esperar, entre as coisas mais prováveis, uma decepção como resposta dos outros, porque assim seria mais fácil encarar, redundantemente, o tapa bem no meio da cara que a vida vez por outra dá. É assim como a morte, entre os fatos mais incertos da vida, é a única e maior certeza.

1 comentários:

  • A vida soca a mão na nossa cara. Se é pra fazer uma analogia, só tapinha não dói. A vida mete a mão valendo mesmo. E nós escolhemos nos tornar responsáveis ou vítimas. Se eu escolho ser vítima, eu continuo esperando, "expectativando". E me frustrando. E perdendo a confiança. Se eu escolho ser responsável, eu escolho fazer a minha parte. E fazendo a minha parte eu já fiz 50%. Essa é a diferença mágica entre as pessoas a quem tudo parece cair nas mãos e as pessoas que parece ter dificuldade para conseguir tudo.

    A vida não espera. Então não espere com ela.

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